O tucano falou, entre outros tópicos, sobre a derrota em Minas, a crise política e econômica do governo Dilma Rousseff e a Operação Lava-Jato
postado em 19/07/2015 07:40
/ atualizado em 19/07/2015 09:26
Depois de mais de oito meses das eleições presidenciais de 2014, o tucano Aécio Neves esboça um sorriso ao ser questionado sobre o que faltou naquela campanha para sair vitorioso: “Faltou voto, né?”. Em seguida, ele emendou: “Vou responder com franqueza. Foi uma luta absolutamente desigual. Não perdi para um partido político. Perdi para uma organização criminosa que se apoderou do Estado”, afirmou, no fim da manhã da quinta-feira passada, no gabinete do 11º andar do Senado.
Ao longo de quase uma hora de entrevista, Aécio falou sobre a derrota em Minas, a crise política e econômica do governo Dilma Rousseff, a Operação Lava-Jato e os reflexos da investigação no Executivo e, agora, cada vez mais fortes, no Legislativo. Mostrou certo desconforto ao ser questionado sobre o fato de petistas o chamarem de golpista e, por último, mirou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “(Sugerir que Dilma viaje) é uma grande maldade que Lula está fazendo. O Brasil tem uma presidente sitiada. E isso, na verdade, parece uma certa vingança dele. Ela vai para onde? Vai para ser vaiada?”.
Ao longo de quase uma hora de entrevista, Aécio falou sobre a derrota em Minas, a crise política e econômica do governo Dilma Rousseff, a Operação Lava-Jato e os reflexos da investigação no Executivo e, agora, cada vez mais fortes, no Legislativo. Mostrou certo desconforto ao ser questionado sobre o fato de petistas o chamarem de golpista e, por último, mirou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “(Sugerir que Dilma viaje) é uma grande maldade que Lula está fazendo. O Brasil tem uma presidente sitiada. E isso, na verdade, parece uma certa vingança dele. Ela vai para onde? Vai para ser vaiada?”.
A entrevista com o senador Aécio Neves ocorreu horas antes das denúncias do executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu US$ 5 milhões em propinas relativas à compra de dois navios-sondas da Petrobras. O episódio motivou o anúncio de Cunha de que rompeu com o governo e, agora, é oposição. Ontem, o senador mineiro divulgou nota sobre o caso.
O recesso do Congresso a partir desta semana vai acalmar o clima político de Brasília?
Do ponto de vista de agenda parlamentar, sim. Mas a Lava-Jato não para, não é? A crise não para. Ela apenas se agrava, o Brasil parou. Esse talvez seja o componente não visível, a gente fica vendo denúncia disso, denúncia daquilo... Amanhã vai prender não sei quem. Mas tem uma questão que, a meu ver, fragiliza ainda mais a presidente, que é a economia. A expectativa de receita do governo está muito abaixo do que se previa. Tem uma crise que permeia todas as outras, estou falando do desemprego, da inflação, dos juros altos. É isso que vai emoldurar tudo aí, que é a crise de confiança hoje no Brasil. Ninguém está investindo. Esse programa de concessões que tem sido pouco explorado... Tudo parado, todo mundo com pé atrás. Essa é a crise potencializadora das outras. Sem confiança, você não retoma o crescimento, não administra a base no Congresso. Ninguém respeita mais o governo.
E qual é a solução?
Eu tenho de ter cautela, como presidente do PSDB. Nós não somos protagonistas do desfecho. O desfecho, qualquer que seja, será sempre de responsabilidade do atual governo. Seja para se manter — se reunir as condições de governabilidade, que não estão fáceis —, seja para um outro desfecho que, se tiver de ocorrer, será de responsabilidade do governo. Seja na questão das regras de responsabilidade fiscal, seja pela questão da propina de campanha, seja pela capacidade de se sustentar mesmo, de tocar o país. Eu tenho conversado com muita gente do setor privado. Até dois meses atrás, as conversas eram sobre quando o Brasil retomaria o crescimento. As pessoas falavam: “Será que isso melhora antes da eleição municipal, ou na eleição ainda estará muito grave?”. De dois meses para cá, a conversa não é mais essa. É até quando ela (Dilma) aguenta.
E qual é a expectativa do senhor?
Como presidente do PSDB, tenho de garantir que as instituições funcionem. Toda hora que eu perceber que há uma tentativa de pressão, de manipulação — como tentam fazer volta e meia setores do PT, seja na Polícia Federal, seja no Ministério Público, seja nos tribunais —, temos que denunciar e fazer a contrapressão. Eu vou dizer: vai ter impeachment? Hoje, eu não acho que tenha condições para isso. Não há ainda, o que não impede que venha a ocorrer. O Brasil tem uma legislação para ser cumprida. Eu vejo o advogado-geral da União confessando os crimes das chamadas pedaladas e já querendo estabelecer as penas: “O crime houve, mas sempre houve. Ninguém afastou presidente por causa disso”. Então, para ele (Luís Inácio Adams), houve o crime. Tem uma legislação que pune esse crime e o processo tem de correr, senão os tribunais não são mais necessários. Tem crime, tem de ser punido. Se não teve crime, tem de ser absolvido. E é isso que a presidente não entendeu. Cabe a ela, em vez de focar na oposição, gastar energia, se concentrar em responder e apresentar a versão aos tribunais.
O que acha da sugestão do ex-presidente Lula de pedir para Dilma viajar o país?
Isso é uma grande maldade que o presidente Lula está fazendo. O Brasil tem uma presidente sitiada. E isso, na verdade, parece uma certa vingança dele. Ela vai para onde? Vai para ser vaiada? Hoje, os custos das viagens presidenciais foram para a estratosfera. Antes, tinha o escalão precursor para definir local, palanque. Agora tem de ir um exército antes, para limpar a área. E mesmo assim não consegue. A presidente está sitiada. Além das questões econômicas, há as morais. Ela mentiu aos brasileiros, os brasileiros sabem disso. A cada dia que passa vai ficando mais claro. A mentira foi deliberada, tinha um objetivo, que era vencer as eleições. Não sou eu que estou dizendo, está na cabeça das pessoas. Olha, nós vamos ter, entre agosto e setembro, uma pororoca no Brasil, um encontro das águas turvas.
O recesso do Congresso a partir desta semana vai acalmar o clima político de Brasília?
Do ponto de vista de agenda parlamentar, sim. Mas a Lava-Jato não para, não é? A crise não para. Ela apenas se agrava, o Brasil parou. Esse talvez seja o componente não visível, a gente fica vendo denúncia disso, denúncia daquilo... Amanhã vai prender não sei quem. Mas tem uma questão que, a meu ver, fragiliza ainda mais a presidente, que é a economia. A expectativa de receita do governo está muito abaixo do que se previa. Tem uma crise que permeia todas as outras, estou falando do desemprego, da inflação, dos juros altos. É isso que vai emoldurar tudo aí, que é a crise de confiança hoje no Brasil. Ninguém está investindo. Esse programa de concessões que tem sido pouco explorado... Tudo parado, todo mundo com pé atrás. Essa é a crise potencializadora das outras. Sem confiança, você não retoma o crescimento, não administra a base no Congresso. Ninguém respeita mais o governo.
E qual é a solução?
Eu tenho de ter cautela, como presidente do PSDB. Nós não somos protagonistas do desfecho. O desfecho, qualquer que seja, será sempre de responsabilidade do atual governo. Seja para se manter — se reunir as condições de governabilidade, que não estão fáceis —, seja para um outro desfecho que, se tiver de ocorrer, será de responsabilidade do governo. Seja na questão das regras de responsabilidade fiscal, seja pela questão da propina de campanha, seja pela capacidade de se sustentar mesmo, de tocar o país. Eu tenho conversado com muita gente do setor privado. Até dois meses atrás, as conversas eram sobre quando o Brasil retomaria o crescimento. As pessoas falavam: “Será que isso melhora antes da eleição municipal, ou na eleição ainda estará muito grave?”. De dois meses para cá, a conversa não é mais essa. É até quando ela (Dilma) aguenta.
E qual é a expectativa do senhor?
Como presidente do PSDB, tenho de garantir que as instituições funcionem. Toda hora que eu perceber que há uma tentativa de pressão, de manipulação — como tentam fazer volta e meia setores do PT, seja na Polícia Federal, seja no Ministério Público, seja nos tribunais —, temos que denunciar e fazer a contrapressão. Eu vou dizer: vai ter impeachment? Hoje, eu não acho que tenha condições para isso. Não há ainda, o que não impede que venha a ocorrer. O Brasil tem uma legislação para ser cumprida. Eu vejo o advogado-geral da União confessando os crimes das chamadas pedaladas e já querendo estabelecer as penas: “O crime houve, mas sempre houve. Ninguém afastou presidente por causa disso”. Então, para ele (Luís Inácio Adams), houve o crime. Tem uma legislação que pune esse crime e o processo tem de correr, senão os tribunais não são mais necessários. Tem crime, tem de ser punido. Se não teve crime, tem de ser absolvido. E é isso que a presidente não entendeu. Cabe a ela, em vez de focar na oposição, gastar energia, se concentrar em responder e apresentar a versão aos tribunais.
O que acha da sugestão do ex-presidente Lula de pedir para Dilma viajar o país?
Isso é uma grande maldade que o presidente Lula está fazendo. O Brasil tem uma presidente sitiada. E isso, na verdade, parece uma certa vingança dele. Ela vai para onde? Vai para ser vaiada? Hoje, os custos das viagens presidenciais foram para a estratosfera. Antes, tinha o escalão precursor para definir local, palanque. Agora tem de ir um exército antes, para limpar a área. E mesmo assim não consegue. A presidente está sitiada. Além das questões econômicas, há as morais. Ela mentiu aos brasileiros, os brasileiros sabem disso. A cada dia que passa vai ficando mais claro. A mentira foi deliberada, tinha um objetivo, que era vencer as eleições. Não sou eu que estou dizendo, está na cabeça das pessoas. Olha, nós vamos ter, entre agosto e setembro, uma pororoca no Brasil, um encontro das águas turvas.
Ao lado do avô Tancredo Neves: após disputar a primeira eleição
presidencial, Aécio se orgulha de ter resgatado o legado do PSDB
O que faltou em 2014 para o PSDB vencer a eleição?
Voto, né? (risos). Mas vou responder com muita franqueza: foi uma luta absolutamente desigual. Não tenho receio de repetir: não perdi para um partido político. Perdi para uma organização criminosa que se apoderou do Estado, que se financiou e financiou seus aliados, inclusive para ampliar a sua coligação, para garantir tempo de tevê. Utilizou empresas públicas, como Correios e outras de forma absolutamente condenável. Mentiu aos brasileiros. Nunca se manipulou tanto o Estado por um projeto de poder. E o terrorismo eleitoral? Houve cidades no interior do Maranhão em que tive, no segundo turno, 7%. Isso porque as pessoas não tiveram a opção de votar em outra candidatura. Era votar (no PT) ou perder o Bolsa Família. Carros de som andavam nas regiões remotas, era a mesma gravação, temos isso no processo, “Se votar no 45, seu título de eleitor está cadastrado e você automaticamente desligado do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida”. Não foi uma eleição com um grupo político, onde a gente pudesse ter debatido ideias e projetos para o país. Tivemos uma presidente que mascarou a verdade, iludiu, adiou medidas, que é o mais grave. Além da mentira, medidas que poderiam ter sido tomadas um ano antes da eleição, ou no próprio ano da eleição, para minimizar o custo hoje para os brasileiros, não foram tomadas.
O senhor fala em reajuste de energia?
Sim, a desconcentração dos reajustes de energia, de combustíveis, a requalificação dos programas. O Pronatec saltou de R$ 5 bilhões para R$ 7 bilhões no ano da eleição. Agora, vai cair para menos de R$ 5 bilhões este ano. O Fies saltou de R$ 7 bilhões para R$ 13 bilhões, ou seja, quase dobrou em um ano. Que fiscalização que tinha? Nenhuma. Era dar, distribuir. Aquele seguro defeso, de 2013, era de R$ 500 milhões, passou para R$ 2 bilhões, agora vai cair para R$ 300 mihões. O que fizeram? Usaram o que não tinham, distribuíram como se fosse aquela velha e antiga compra de votos. Sabiam que era preciso contingenciar recursos. Transferiram a responsabilidade para a Caixa, o Banco do Brasil, o BNDES, para pagar contas do Tesouro, pegaram dinheiro do Tesouro para ampliar esses programas. Anunciaram isso como a oitava maravilha do mundo, sabendo que, no ano seguinte, não teriam condições de mantê-los. Eu perdi para essa estrutura. O que fizemos foi quase que milagroso. Por isso, a dimensão da indignação das pessoas hoje. Isso funciona quase como uma gangorra. Como nós polarizamos no final, essa derrocada do PT valoriza o PSDB.
Como assim?
Nós temos pesquisa, com algo que antes era inimaginável para nós. Na faixa de 16 a 24 anos, temos — o PSDB, não sou eu — muito mais aprovação do que o PT numa faixa que sempre foi deles e era dificílimo para nós do PSDB. Não duvido que numa próxima pesquisa venhamos na frente no geral.
A pesquisa da CNI mostrou que o senhor está à frente de Lula e que Geraldo Alckmin também está no páreo. Como está isso dentro do PSDB? O senhor tem a primazia por ter resgatado a história do partido na sua campanha. Isso é suficiente?
Eu me orgulho muito de ter ajudado a resgatar o legado do PSDB. O PSDB, até a nossa candidatura, estava no divã, vivia uma crise de consciência, não sabia se defendia ou não defendia (as privatizações), atemorizado com as críticas. (A campanha do resgate) foi algo que não foi improvisado. Desde o início falei que nosso caminho era resgatar. Se nós, que falamos em nome do partido, não temos firmeza para mostrar que confiamos no que fizemos, imagine os eleitores que são mais distantes da gente? Então, esse foi um ponto de inflexão do PSDB. Nós nos reconciliamos com a nossa história e começamos a brigar por ela. Esse é um grande ativo que reconstruímos. Mas não podemos cair na armadilha de antecipar o cenário eleitoral. É muito positivo o PSDB ter um nome como o do Geraldo, o Serra é sempre um nome que estará se movimentando. O que temos que ter é responsabilidade para, no momento da decisão, o candidato ser aquele que tem melhores chances de vencer, e aí é pelo Brasil e não é nem por nós. Se amanhã tiver um candidato em melhores condições do que eu, isso vai ficar claro. Se não, ficará claro para os outros também. O meu papel agora, reeleito presidente do PSDB pelos próximos dois anos — e aí a campanha me ensinou muito — é ir a lugares onde a gente inexiste. Um partido como o PSDB, opção real de poder, tem nove estados sem um deputado. Um! Tem sete, oito, em que temos um.
Então, a missão é crescer…
A missão é reorganizar o partido. Estou lançando uma grande campanha de filiação, com foco nas universidades. Vamos para a periferia, enfrentá-los nesse discurso também, resgatar o nosso papel — o que ainda não consegui fazer como gostaria, de início, dos programas de transferência de renda. Isso começou com o PSDB. E o governo do PT está tirando isso agora. O PT ampliou, mas está tirando com a inflação. Começo em Alagoas, em 14 de agosto, uma ampla campanha conectado em videoconferência com o Brasil inteiro. Estamos preparando nossa militância jovem, que já está ganhando DCEs e DAs, o que não acontecia.
Na última convenção se viu um PSDB mais jovem e diverso. É isso?
Estamos apostando nisso. Meu papel é esse. O PSDB está sem medo. Perdeu o medo de ir para os debates. Nossa garotada, minha filha estuda na PUC, é tímida, não entra, mas outro dia me dizia: há dois anos, era PT com PCdoB, aí vinha o cara do PSol, do PSTU, e se restringia a essas disputas. Agora, não. Tem uma chamada onda azul nas universidades baseada no PSDB, num pensamento mais liberal, em que estão indo e estão ganhando. Então, houve esse despertar. Isso é a coisa mais bacana que está acontecendo.
Minas está resolvido, em relação à derrota?
Não escondo que foi uma frustração. Tenho que ter humildade para reconhecer os nossos erros ali, talvez um distanciamento maior meu. Nossa campanha, não obstante a qualidade do candidato (Pimenta da Veiga), não engrenou. Mas hoje as pesquisas mostram que eu teria mais de 70% de intenções de voto.
O senhor ficou muito confiante e acabou deixando de lado?
Houve uma certa delegação para a estrutura que tínhamos lá. Talvez eu não tenha percebido que havia certa fadiga também, que não existia no fim do meu mandato. Tem gente que acha que fui governador de Minas até a eleição (presidencial). As pessoas não lembram direito que eu não era governador e estava aqui há quatro anos. Talvez eu não tenha calibrado bem isso, mas é do jogo político. A política tem isso mesmo, fadiga de material.
Essa caravana a partir deAlagoas tem como ideia dar uma dimensão nacional do PSDB?
Temos uma programação intensa. A cada 15 dias estaremos visitando dois estados. Estamos batizando de caravana da gratidão. Vamos fazer algo sem preocupação eleitoral, reunindo esses setores do partido: juventude, mulheres, negros, a área sindical. É um grande momento para o PSDB. Vamos para Alagoas, para o Rio Grande do Sul; estive em Manaus e foi extraordinário.
Nesses locais onde vocês não são conhecidos, o trabalho será mais forte?
Temos que ter algumas prioridades. Encontrar o discurso para o Nordeste é um grande desafio, sempre foi para nós. Mas isso nunca esteve tão fértil quanto agora. Como agora não é processo eleitoral, as coisas podem ser feitas mais devagar. A nossa ideia é mostrar que quem tirou as conquistas que o Nordeste teve foi este governo.
Como o senhor vê os movimentos do Lula em relação a Dilma? O Lula sempre teve uma boa relação com o senhor, não teve?
Eu sempre tive com o Lula uma relação republicana. Eu o conheci aqui em Brasília (na época da Constituinte). Eu não sei se ele tem rancor comigo, porque ele me deixava no banco no time do Congresso. Mas no fim da campanha ele começou a, não sei se pelo receio do que podia vir, se apequenar no discurso, com ataques absolutamente sem sentido para um ex-presidente da República. Acho que o Lula hoje é um líder cercado por todos os lados e quase à beira de um ataque de pânico. Ele vê que o grande legado dele está indo embora. Mas a responsabilidade que ele quer transferir para a presidente, ele não pode fazer, porque é dele. Ele é responsável por este governo.
Dentro desse discurso, tem a afirmação do golpismo. Como o senhor lida com isso?
Isso é uma tática do PT absolutamente conhecida e absolutamente clara. Se você fala que o Tribunal de Contas vai investigar, o PT diz que é golpe. Se disser que o TSE tem averiguar sobre irregularidades nas contas, é golpe. Se o povo vai para a rua, é o golpe da direita. Se vocês publicam que o Vaccari (João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT) foi preso e que o delator disse que foi dinheiro para a campanha, é imprensa golpista. Nessa estamos todos juntos, somos todos golpistas, menos o PT.
O PSDB perdeu o medo do Lula?
Perdeu. Hoje, é o Lula quem tem medo do PSDB.
Até as 19h de 26 de outubro, a eleição estava na sua mão. Mas tudo mudou. Como estaria a vida de Aécio Neves em caso de vitória?
A minha vida pessoal talvez não estivesse tão tranquila como está hoje. Agora consigo estar com meus filhos de manhã cedo, na hora do almoço, consigo chegar para estar com eles antes de dormir. Para o Brasil, se nós tivéssemos ganhado as eleições, a perspectiva seria outra. Não pelo meu mérito pessoal. Talvez meu mérito seria montar uma equipe extremamente qualificada e não ia passar pelo drama da presidente da queda da confiança. Porque eu iria fazer coisas nas quais eu acredito. A presidente está fazendo coisas nas quais ela não acredita. Ela terceirizou a economia para alguém que defende as teses que ela combateu a vida inteira, a política para quem ela desprezou durante os quatro primeiros anos de seu mandato.
O senhor teria convidado o Levy?
Para ser ministro? Não, não teria convidado o Levy.
Qual seria o ajuste econômico do PSDB?
O ajuste que o PT faz é absolutamente rudimentar. Ele tem dois pilares e não conseguiu sair deles: aumento de carga tributária e supressão de direitos. O ajuste que nós faríamos geraria expectativas de longo prazo, o que o PT não consegue. Teria o fortalecimento das agências reguladoras e mais previsibilidade. Sabia que íamos passar por tempos difíceis e não escondi isso durante a campanha. Quem escondeu foi a presidente. Ela ficava nos acusando de que faríamos ajuste e não me permitiu sequer esse debate, que seria saudável para o Brasil. Que tipo de ajuste, onde poderiam ser feitos cortes? Ela não admitia. Como fazer o processo de enfrentamento da inflação galopante? “Não tinha inflação”. Como trazer de volta os investimentos? “Investimentos estão vindo para o Brasil, o Brasil vai voltar a crescer”. Em um dos debates, eu disse que o Brasil iria crescer 0,3%. “O Brasil vai crescer mais de 3%, que números são esses, vocês são uns pessimistas”. Cresceu 0,1%. Não é possível que ela não soubesse disso.
A contração econômica seria inevitável, independentemente de quem ganhasse as eleições?
Haveria contração, mas ela se agrava porque o governo não inspira confiança. Como você supera retração? Com investimentos públicos e privados. Os privados não vieram e os públicos foram reduzidos 35% neste primeiro semestre. Essa equação para a qual estamos indo é altamente recessiva. Com juros na estratosfera para enfrentar uma inflação que não é de demanda, é de preços controlados. Não temos um projeto de retomada de indústria, de modernização, de competitividade, investimento em produtividade. Os investimentos em infraestrutura ficaram no meio do caminho. Qual é a realidade perversa do Brasil hoje? Nós voltamos a ser o que éramos há 60 anos, exportadores de commodities.
Como o senhor está encarando a questão do governador Fernando Pimentel?
É preciso que se investigue. Não tenho informações que permitam antecipar qualquer cenário. Mas todos nós, homens públicos, temos que responder a quaisquer questões que surgem. Tenho e sempre tive uma relação muito positiva com o Pimentel. Agora, as denúncias que estão vindo pela Polícia Federal têm de ter uma explicação. Eu não torço para que Minas se desorganize, para que o governador de Minas seja expulso. O que falta em Minas hoje é respeito às conquistas que são dos mineiros. É preciso que ele pare de governar olhando para o retrovisor, talvez para mascarar a baixa qualidade do seu governo e a impossibilidade de ele cumprir as promessas que fez para a população. Está na hora de ele também assumir o governo.
Quando o senhor fala em olhar para trás, fala de Eduardo Azeredo, que, para vocês, também é uma coisa cara?
Azeredo está respondendo a processo. Tem que ter o direito de se defender e, assim como qualquer outro, se for responsabilizado, não será, como outros, tratado como herói nacional. Eu me refiro a uma tentativa de desconstrução de avanços que fizeram de Minas referência nacional e internacional.
Como o senhor, que está morando agora em Brasília, avalia o governo de Rollemberg?
Tenho uma ótima relação com o Rodrigo. Ele pegou uma herança complicada e está tentando enfrentar as dificuldades. Não dá para fazer uma avaliação de resultados, mas o vejo muito empenhado. Governante tem que saber que governar é enfrentar dificuldades e é preciso que se enfrente com coragem e falando a verdade. E não mascarando a realidade e tentando responsabilizar os outros por falhas e incapacidades que são as suas próprias.
Será mantida a aliança com o PSB nas eleições municipais?
Podemos até manter a aliança. Essas eleições municipais vão pegar o PSDB em um ótimo momento e o PT nas cordas. Se hoje a máscara já caiu para alguns, no ano que vem vai cair para todos. No ano que vem vamos ver, infelizmente, o agravamento da situação econômica, fruto da obra do governo do PT. Estamos fazendo um levantamento no partido das 300 maiores cidades do Brasil, sempre abertos para alianças. Já há um deslocamento de aliados tradicionais do PT que não querem disputar eleições próximos ao PT.
Voto, né? (risos). Mas vou responder com muita franqueza: foi uma luta absolutamente desigual. Não tenho receio de repetir: não perdi para um partido político. Perdi para uma organização criminosa que se apoderou do Estado, que se financiou e financiou seus aliados, inclusive para ampliar a sua coligação, para garantir tempo de tevê. Utilizou empresas públicas, como Correios e outras de forma absolutamente condenável. Mentiu aos brasileiros. Nunca se manipulou tanto o Estado por um projeto de poder. E o terrorismo eleitoral? Houve cidades no interior do Maranhão em que tive, no segundo turno, 7%. Isso porque as pessoas não tiveram a opção de votar em outra candidatura. Era votar (no PT) ou perder o Bolsa Família. Carros de som andavam nas regiões remotas, era a mesma gravação, temos isso no processo, “Se votar no 45, seu título de eleitor está cadastrado e você automaticamente desligado do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida”. Não foi uma eleição com um grupo político, onde a gente pudesse ter debatido ideias e projetos para o país. Tivemos uma presidente que mascarou a verdade, iludiu, adiou medidas, que é o mais grave. Além da mentira, medidas que poderiam ter sido tomadas um ano antes da eleição, ou no próprio ano da eleição, para minimizar o custo hoje para os brasileiros, não foram tomadas.
O senhor fala em reajuste de energia?
Sim, a desconcentração dos reajustes de energia, de combustíveis, a requalificação dos programas. O Pronatec saltou de R$ 5 bilhões para R$ 7 bilhões no ano da eleição. Agora, vai cair para menos de R$ 5 bilhões este ano. O Fies saltou de R$ 7 bilhões para R$ 13 bilhões, ou seja, quase dobrou em um ano. Que fiscalização que tinha? Nenhuma. Era dar, distribuir. Aquele seguro defeso, de 2013, era de R$ 500 milhões, passou para R$ 2 bilhões, agora vai cair para R$ 300 mihões. O que fizeram? Usaram o que não tinham, distribuíram como se fosse aquela velha e antiga compra de votos. Sabiam que era preciso contingenciar recursos. Transferiram a responsabilidade para a Caixa, o Banco do Brasil, o BNDES, para pagar contas do Tesouro, pegaram dinheiro do Tesouro para ampliar esses programas. Anunciaram isso como a oitava maravilha do mundo, sabendo que, no ano seguinte, não teriam condições de mantê-los. Eu perdi para essa estrutura. O que fizemos foi quase que milagroso. Por isso, a dimensão da indignação das pessoas hoje. Isso funciona quase como uma gangorra. Como nós polarizamos no final, essa derrocada do PT valoriza o PSDB.
Como assim?
Nós temos pesquisa, com algo que antes era inimaginável para nós. Na faixa de 16 a 24 anos, temos — o PSDB, não sou eu — muito mais aprovação do que o PT numa faixa que sempre foi deles e era dificílimo para nós do PSDB. Não duvido que numa próxima pesquisa venhamos na frente no geral.
A pesquisa da CNI mostrou que o senhor está à frente de Lula e que Geraldo Alckmin também está no páreo. Como está isso dentro do PSDB? O senhor tem a primazia por ter resgatado a história do partido na sua campanha. Isso é suficiente?
Eu me orgulho muito de ter ajudado a resgatar o legado do PSDB. O PSDB, até a nossa candidatura, estava no divã, vivia uma crise de consciência, não sabia se defendia ou não defendia (as privatizações), atemorizado com as críticas. (A campanha do resgate) foi algo que não foi improvisado. Desde o início falei que nosso caminho era resgatar. Se nós, que falamos em nome do partido, não temos firmeza para mostrar que confiamos no que fizemos, imagine os eleitores que são mais distantes da gente? Então, esse foi um ponto de inflexão do PSDB. Nós nos reconciliamos com a nossa história e começamos a brigar por ela. Esse é um grande ativo que reconstruímos. Mas não podemos cair na armadilha de antecipar o cenário eleitoral. É muito positivo o PSDB ter um nome como o do Geraldo, o Serra é sempre um nome que estará se movimentando. O que temos que ter é responsabilidade para, no momento da decisão, o candidato ser aquele que tem melhores chances de vencer, e aí é pelo Brasil e não é nem por nós. Se amanhã tiver um candidato em melhores condições do que eu, isso vai ficar claro. Se não, ficará claro para os outros também. O meu papel agora, reeleito presidente do PSDB pelos próximos dois anos — e aí a campanha me ensinou muito — é ir a lugares onde a gente inexiste. Um partido como o PSDB, opção real de poder, tem nove estados sem um deputado. Um! Tem sete, oito, em que temos um.
Então, a missão é crescer…
A missão é reorganizar o partido. Estou lançando uma grande campanha de filiação, com foco nas universidades. Vamos para a periferia, enfrentá-los nesse discurso também, resgatar o nosso papel — o que ainda não consegui fazer como gostaria, de início, dos programas de transferência de renda. Isso começou com o PSDB. E o governo do PT está tirando isso agora. O PT ampliou, mas está tirando com a inflação. Começo em Alagoas, em 14 de agosto, uma ampla campanha conectado em videoconferência com o Brasil inteiro. Estamos preparando nossa militância jovem, que já está ganhando DCEs e DAs, o que não acontecia.
Na última convenção se viu um PSDB mais jovem e diverso. É isso?
Estamos apostando nisso. Meu papel é esse. O PSDB está sem medo. Perdeu o medo de ir para os debates. Nossa garotada, minha filha estuda na PUC, é tímida, não entra, mas outro dia me dizia: há dois anos, era PT com PCdoB, aí vinha o cara do PSol, do PSTU, e se restringia a essas disputas. Agora, não. Tem uma chamada onda azul nas universidades baseada no PSDB, num pensamento mais liberal, em que estão indo e estão ganhando. Então, houve esse despertar. Isso é a coisa mais bacana que está acontecendo.
Minas está resolvido, em relação à derrota?
Não escondo que foi uma frustração. Tenho que ter humildade para reconhecer os nossos erros ali, talvez um distanciamento maior meu. Nossa campanha, não obstante a qualidade do candidato (Pimenta da Veiga), não engrenou. Mas hoje as pesquisas mostram que eu teria mais de 70% de intenções de voto.
O senhor ficou muito confiante e acabou deixando de lado?
Houve uma certa delegação para a estrutura que tínhamos lá. Talvez eu não tenha percebido que havia certa fadiga também, que não existia no fim do meu mandato. Tem gente que acha que fui governador de Minas até a eleição (presidencial). As pessoas não lembram direito que eu não era governador e estava aqui há quatro anos. Talvez eu não tenha calibrado bem isso, mas é do jogo político. A política tem isso mesmo, fadiga de material.
Essa caravana a partir deAlagoas tem como ideia dar uma dimensão nacional do PSDB?
Temos uma programação intensa. A cada 15 dias estaremos visitando dois estados. Estamos batizando de caravana da gratidão. Vamos fazer algo sem preocupação eleitoral, reunindo esses setores do partido: juventude, mulheres, negros, a área sindical. É um grande momento para o PSDB. Vamos para Alagoas, para o Rio Grande do Sul; estive em Manaus e foi extraordinário.
Nesses locais onde vocês não são conhecidos, o trabalho será mais forte?
Temos que ter algumas prioridades. Encontrar o discurso para o Nordeste é um grande desafio, sempre foi para nós. Mas isso nunca esteve tão fértil quanto agora. Como agora não é processo eleitoral, as coisas podem ser feitas mais devagar. A nossa ideia é mostrar que quem tirou as conquistas que o Nordeste teve foi este governo.
Como o senhor vê os movimentos do Lula em relação a Dilma? O Lula sempre teve uma boa relação com o senhor, não teve?
Eu sempre tive com o Lula uma relação republicana. Eu o conheci aqui em Brasília (na época da Constituinte). Eu não sei se ele tem rancor comigo, porque ele me deixava no banco no time do Congresso. Mas no fim da campanha ele começou a, não sei se pelo receio do que podia vir, se apequenar no discurso, com ataques absolutamente sem sentido para um ex-presidente da República. Acho que o Lula hoje é um líder cercado por todos os lados e quase à beira de um ataque de pânico. Ele vê que o grande legado dele está indo embora. Mas a responsabilidade que ele quer transferir para a presidente, ele não pode fazer, porque é dele. Ele é responsável por este governo.
Dentro desse discurso, tem a afirmação do golpismo. Como o senhor lida com isso?
Isso é uma tática do PT absolutamente conhecida e absolutamente clara. Se você fala que o Tribunal de Contas vai investigar, o PT diz que é golpe. Se disser que o TSE tem averiguar sobre irregularidades nas contas, é golpe. Se o povo vai para a rua, é o golpe da direita. Se vocês publicam que o Vaccari (João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT) foi preso e que o delator disse que foi dinheiro para a campanha, é imprensa golpista. Nessa estamos todos juntos, somos todos golpistas, menos o PT.
O PSDB perdeu o medo do Lula?
Perdeu. Hoje, é o Lula quem tem medo do PSDB.
Até as 19h de 26 de outubro, a eleição estava na sua mão. Mas tudo mudou. Como estaria a vida de Aécio Neves em caso de vitória?
A minha vida pessoal talvez não estivesse tão tranquila como está hoje. Agora consigo estar com meus filhos de manhã cedo, na hora do almoço, consigo chegar para estar com eles antes de dormir. Para o Brasil, se nós tivéssemos ganhado as eleições, a perspectiva seria outra. Não pelo meu mérito pessoal. Talvez meu mérito seria montar uma equipe extremamente qualificada e não ia passar pelo drama da presidente da queda da confiança. Porque eu iria fazer coisas nas quais eu acredito. A presidente está fazendo coisas nas quais ela não acredita. Ela terceirizou a economia para alguém que defende as teses que ela combateu a vida inteira, a política para quem ela desprezou durante os quatro primeiros anos de seu mandato.
O senhor teria convidado o Levy?
Para ser ministro? Não, não teria convidado o Levy.
Qual seria o ajuste econômico do PSDB?
O ajuste que o PT faz é absolutamente rudimentar. Ele tem dois pilares e não conseguiu sair deles: aumento de carga tributária e supressão de direitos. O ajuste que nós faríamos geraria expectativas de longo prazo, o que o PT não consegue. Teria o fortalecimento das agências reguladoras e mais previsibilidade. Sabia que íamos passar por tempos difíceis e não escondi isso durante a campanha. Quem escondeu foi a presidente. Ela ficava nos acusando de que faríamos ajuste e não me permitiu sequer esse debate, que seria saudável para o Brasil. Que tipo de ajuste, onde poderiam ser feitos cortes? Ela não admitia. Como fazer o processo de enfrentamento da inflação galopante? “Não tinha inflação”. Como trazer de volta os investimentos? “Investimentos estão vindo para o Brasil, o Brasil vai voltar a crescer”. Em um dos debates, eu disse que o Brasil iria crescer 0,3%. “O Brasil vai crescer mais de 3%, que números são esses, vocês são uns pessimistas”. Cresceu 0,1%. Não é possível que ela não soubesse disso.
A contração econômica seria inevitável, independentemente de quem ganhasse as eleições?
Haveria contração, mas ela se agrava porque o governo não inspira confiança. Como você supera retração? Com investimentos públicos e privados. Os privados não vieram e os públicos foram reduzidos 35% neste primeiro semestre. Essa equação para a qual estamos indo é altamente recessiva. Com juros na estratosfera para enfrentar uma inflação que não é de demanda, é de preços controlados. Não temos um projeto de retomada de indústria, de modernização, de competitividade, investimento em produtividade. Os investimentos em infraestrutura ficaram no meio do caminho. Qual é a realidade perversa do Brasil hoje? Nós voltamos a ser o que éramos há 60 anos, exportadores de commodities.
Como o senhor está encarando a questão do governador Fernando Pimentel?
É preciso que se investigue. Não tenho informações que permitam antecipar qualquer cenário. Mas todos nós, homens públicos, temos que responder a quaisquer questões que surgem. Tenho e sempre tive uma relação muito positiva com o Pimentel. Agora, as denúncias que estão vindo pela Polícia Federal têm de ter uma explicação. Eu não torço para que Minas se desorganize, para que o governador de Minas seja expulso. O que falta em Minas hoje é respeito às conquistas que são dos mineiros. É preciso que ele pare de governar olhando para o retrovisor, talvez para mascarar a baixa qualidade do seu governo e a impossibilidade de ele cumprir as promessas que fez para a população. Está na hora de ele também assumir o governo.
Quando o senhor fala em olhar para trás, fala de Eduardo Azeredo, que, para vocês, também é uma coisa cara?
Azeredo está respondendo a processo. Tem que ter o direito de se defender e, assim como qualquer outro, se for responsabilizado, não será, como outros, tratado como herói nacional. Eu me refiro a uma tentativa de desconstrução de avanços que fizeram de Minas referência nacional e internacional.
Como o senhor, que está morando agora em Brasília, avalia o governo de Rollemberg?
Tenho uma ótima relação com o Rodrigo. Ele pegou uma herança complicada e está tentando enfrentar as dificuldades. Não dá para fazer uma avaliação de resultados, mas o vejo muito empenhado. Governante tem que saber que governar é enfrentar dificuldades e é preciso que se enfrente com coragem e falando a verdade. E não mascarando a realidade e tentando responsabilizar os outros por falhas e incapacidades que são as suas próprias.
Será mantida a aliança com o PSB nas eleições municipais?
Podemos até manter a aliança. Essas eleições municipais vão pegar o PSDB em um ótimo momento e o PT nas cordas. Se hoje a máscara já caiu para alguns, no ano que vem vai cair para todos. No ano que vem vamos ver, infelizmente, o agravamento da situação econômica, fruto da obra do governo do PT. Estamos fazendo um levantamento no partido das 300 maiores cidades do Brasil, sempre abertos para alianças. Já há um deslocamento de aliados tradicionais do PT que não querem disputar eleições próximos ao PT.
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POLÍTICA E ECONOMIA