segunda-feira, 27 de julho de 2015

Governadores da oposição temem que ato com Dilma os faça sócios da crise


NATUZA NERY (interina)

Cruz e espada Governadores da oposição relatam desconforto com o aceno do Palácio do Planalto para uma reunião com Dilma Rousseff, que busca usar o ato como demonstração de governabilidade. Dizem que, institucionalmente, não têm como recusar o chamado presidencial, mas se preocupam com a possibilidade de que pareçam sócios da crise. 


Lembram ainda que a pauta discutida em encontros recentes, como o que reuniu os governadores do Sudeste há duas semanas, não teve avanços.

Lá e cá Geraldo Alckmin (PSDB) receberá governadores de ao menos oito Estados para um almoço no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira. Eles estarão em São Paulo para a abertura de uma feira do setor da pecuária.

Ombro amigo O tucano tem duas prioridades para a reunião que fará nesta segunda com Eduardo Cunha (PMDB-RJ): a reforma do ICMS e as alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Eu primeiro Quer convencer o presidente da Câmara a priorizar a mudança no ECA sugerida pelo governo, e não a já aprovada no Senado.

Deixe estar Peemedebistas já ensaiam discurso para dar sustentação a Eduardo Cunha quando acontecer sua esperada denúncia na Lava Jato. “Denúncia não significa condenação. Veja só o caso de Adarico Negromonte, denunciado e absolvido”, diz Lúcio Vieira Lima (BA).

Leque Para um partido que não lança um nome ao Planalto desde 1994, o PMDB exibe agora ampla vitrine de possíveis candidatos à Presidência da República em 2018.

À mão O vice Michel Temer, que em viagem internacional revelou a investidores um certo desejo de concorrer, conversou mais de uma vez sobre a possibilidade de a ministra Kátia Abreu (Agricultura) sair candidata.
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‌‌Guarda-roupa Pesando 68 kg, Dilma abriu o baú das roupas antigas. Precisou contratar uma costureira para diminuir o figurino presidencial em dois números.

Foco O Planalto vai investir no convencimento de ministros do TCU que considera “mais técnicos” para tentar reverter a provável rejeição das contas de Dilma. A ideia é que Benjamin Zymler e Walton Alencar atuem como “formadores de opinião”.

Quem avisa Antes do anúncio da mudança da meta fiscal, Joaquim Levy (Fazenda) indicou a parlamentares que o contingenciamento do Orçamento poderia ser de R$ 15 bilhões. Ouviu que esse valor corria o risco de ser cortado ao meio pelo Congresso.

Cortina… Apesar de ministros de Dilma afirmarem que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia não sai por culpa da Argentina, um importante auxiliar presidencial sustenta que o maior entrave aos avanços fica dentro do Brasil.

…de fumaça De acordo com esse assessor, as indústrias automotiva e química fazem forte lobby nos bastidores contra as negociações, por temor de concorrência com produtos europeus.

É a crise Para conter despesas, Mauro Vieira (Relações Exteriores) tem usado voos de carreira nos deslocamentos internos de seu giro de uma semana pela Ásia.

Trânsito Investigadores ainda tentam entender a razão de Marcelo Odebrecht, mesmo sabendo que o cerco se fechava, ter sido tão displicente a ponto de escrever e-mails comprometedores, que acabaram servindo de base para seu indiciamento.

Radar “É como passar no sinal vermelho em frente a uma viatura”, disse um deles.

Concreto A força-tarefa da Lava Jato celebra a operação como uma revanche da anulação da Castelo de Areia. “Ela ruiu, mas a Lava Jato reconstruiu”, diz um importante investigador, sobre a ação cassada pela Justiça em 2011.


TIROTEIO

Com panelas à mão, o Brasil espera ansioso para ver Lula tentar defender na televisão o projeto que arruinou e assaltou o país.

DE JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP), presidente do Instituto Teotônio Vilela, sobre a participação do ex-presidente Lula no programa de TV do PT em agosto.


CONTRAPONTO

Deu quorum
No início de julho, pouco antes do recesso parlamentar, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), foi à Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado falar sobre as ações do Estado para combater a crise hídrica.

Com apoio de quatro de seus secretários, que haviam se licenciado do cargo na mesma semana para retomar as atividades na Câmara, o tucano conseguiu atrair uma legião de deputados aliados para escutá-lo no Senado.

Ao final, um dos parlamentares brincou com o governador sobre o quorum elevado, arrancando risos:
—Se o Eduardo Cunha tivesse vindo, era possível até que colocasse uma PEC para votar!


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