Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Os ministros Eliseu Padilha (Aviação), Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab (Cidades) |
Menos de uma semana após ministros do PT apoiarem
uma aproximação entre governo e oposição, a presidente Dilma Rousseff
criticou a ideia em reunião fechada, nesta segunda-feira (27).
Em encontro com sua coordenação política, Dilma classificou a defesa
pública do diálogo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de
"absurda".
Ninguém citou nominalmente Edinho Silva (Secretaria de Comunicação
Social) e Jaques Wagner (Defesa), mas o recado foi dirigido à dupla, que
apoiou publicamente na semana passada a ideia de uma conversa entre o
ex-presidente Lula e Dilma com FHC.
Como a Folha revelou, Lula autorizou amigos em comum a procurar Fernando Henrique e propor uma conversa entre os dois sobre a crise política.
O objetivo imediato da aproximação seria buscar conciliadores que
pudessem frear os líderes oposicionistas que defendem o impeachment de
Dilma. Além de FHC, Lula também procurou o senador tucano José Serra
(SP).
As declarações irritaram dirigentes petistas, principalmente após o
ex-presidente tucano vir a público dizer que não é hora de conversar com
o governo e que nenhuma agenda que não fosse pública pareceria
"conchavo".
O senador e presidente do partido, Aécio Neves (PSDB-MG), endossou nesta segunda (27) a posição de FHC.
"Em torno do que o ex-presidente Lula quer discutir com o ex-presidente
FHC? Só se for para ele fazer um mea-culpa e assumir a responsabilidade
por tudo o que está aí. Ou então querem é criar um pano de fundo para
mostrar que somos todos iguais ao PT. Não somos. Nossa aliança é com o
povo", disse.
Ele sinalizou ainda que não há espaço para este tipo de diálogo no
momento. "Não se conversa com quem não se confia e nós não confiamos no
PT", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA