Pedro Ladeira - 17.set.2014/Folhapress | ||
Catta Preta acompanha depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa, então seu cliente |
A advogada Beatriz Catta Pretta, que negociou os principais acordos de delação premiada na Operação Lava Jato, está se desligando de todas as ações relacionadas à causa.
Criminalistas que atuam na defesa de réus que foram clientes da advogada confirmaram à Folha que ela decidiu se desligar de todos os casos que conduzia para se mudar de país. Um dos locais apontados seria Miami (EUA), onde ela tem um escritório desde o ano passado.
Na segunda-feira (20), ela apresentou à Justiça Federal petições informando seu desligamento das defesas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e do ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça Neto.
Catta Preta também se desligou da defesa de clientes que não estão sendo investigados pela Operação Lava Jato, como o empresário Lúcio Funaro.
"Ela enviou um e-mail pedindo que eu indicasse outro profissional no prazo de dez dias para substituí-la nos processos em que era minha procuradora", afirma Funaro, que era cliente da advogada há quase dez anos. A mensagem foi enviada na segunda-feira, de acordo com o empresário.
Há duas semanas, a CPI da Petrobras aprovou a convocação de Catta Preta para dar explicações sobre como seus clientes estão custeando suas respectivas defesas.
Nos bastidores, a manobra foi citada como uma retaliação ao fato de ela ter obtido no Supremo Tribunal Federal o cancelamento das acareações da CPI com Barusco.
Dois dias depois, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviou um ofício à CPI da Petrobras para tentar reverter a convocação.
Além de Barusco, a advogada foi responsável por representar o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, as filhas dele Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, os genros Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz, o lobista Julio Camargo e o executivo da Toyo Setal Augusto Mendonça Neto.
JULIO CAMARGO
Na sexta-feira (17), Julio Camargo oficializou como seu novo defensor o advogado Antônio Figueiredo Basto, que também é responsável pela defesa do doleiro Alberto Youssef, também delator na Lava Jato.
A mudança ocorreu depois da audiência em que disse ao juiz Sergio Moro ter pago US$ 5 milhões em propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Julio nos procurou depois da audiência e acertamos. Não vou comentar a saída da doutora Beatriz Catta Preta. Foi escolha dele", afirmou Figueiredo Basto na ocasião.
Procurada pela reportagem, Beatriz Catta Preta não foi localizada.
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Colaboraram ALEXANDRE ARAGÃO, de São Paulo, e AGUIRRE TALENTO, de Brasília
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