Eduardo Anizelli/Folhapress | |
Helio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal assinam novo pedido de impeachment |
15/10/2015 12h26
Os juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, o líder
do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e os líderes de movimentos
pró-impeachment Rogerio Chequer, Kim Kataguiri e Marcello Reis
registraram em cartório nesta quinta-feira (15) mais um pedido de
impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
O pedido, registrado em um cartório em São Paulo, deve ser protocolado
na Câmara nesta sexta (16), para que o presidente da Casa, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o aprecie.
Segundo Sampaio, o pedido reúne argumentos que estão no aditamento ao
pedido original de Bicudo, sobre as pedaladas fiscais de 2014, e também
informações prestadas pelo Ministério Público de Contas, junto ao TCU
(Tribunal de Contas da União), sobre a continuidade das pedaladas em
2015.
Investigado na Operação Lava Jato —o Ministério Público da Suíça revelou que o peemedebista possui ao menos quatro contas naquele país —, ele negocia com o governo a salvação de seu mandato parlamentar em troca de não deixar prosperarem os pedidos de impedimento de Dilma.
Ao comentar a movimentação, Reale Jr. afirmou que o acordo "não
enfraquece o pedido de impeachment, enfraquece o país, enfraquece o
sentimento de moralidade". Bicudo disse que "a pessoa física [Eduardo
Cunha] é que está sofrendo o processo, não o presidente da Câmara", o
que não enfraquece, segundo ele, as decisões tomadas por ele no cargo.
"A movimentação foi do governo", disse Sampaio, sobre as decisões do STF
(Supremo Tribunal Federal), a partir de ações de deputados governistas,
que suspenderam
o rito de impeachment definido inicialmente pelo presidente da Câmara
–retirando a possibilidade de recurso do plenário em caso de negativa do
peemedebista. "Quem demonstrou medo da base aliada foi a Dilma." De
acordo com o tucano, o governo tem mais interesse em negociar com Cunha
do que o contrário.
Sampaio disse ainda que o pedido de cassação de Cunha não será assinado
pelo PSDB porque o PSOL, autor do pedido, é "linha auxiliar do PT". O
tucano ressaltou ainda que o novo pedido de impeachment tem todos os
elementos para ser aceito por Cunha.
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