Suponha que, em meio à folga do final de semana, você se convence de que a coisa vai melhorar, deve melhorar, tem que melhorar. Simule otimismo. Faça cara de quem acredita no futuro com toda a força. Acredite que tudo vai dar certo. Agora pense no último discurso de Lula.
“Estou cansado de agressões à primeira mulher que governa esse país, de ver o tipo de perseguição que tentam fazer às esquerdas nesse País'', disse o morubixaba do PT na noite desta sexta-feira. “Não tem pessoa com caráter mais forte nesse País que a Dilma.'' Noutro trecho, sapecou: “O que a gente vê na televisão parece os nazistas criminalizando o povo judeu.”
Poucos críticos são tão duros com Dilma quanto Lula. Ainda outro dia, numa conversa com religiosos, o criador bateu na criatura abaixo da linha da cintura. “Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto”, disse Lula. “Todos estão numa situação muito ruim.”
Cáustico, Lula prosseguiu: “Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: ‘Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa’. E mexeu. Tem outra frase que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: ‘Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano’. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso [no programa de TV do partido] e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte”.
Quer dizer: o Lula do discurso no sindicato do ABC gravou na testa do Lula da conversa com os religiosos uma metafórica suástica. E você aí, desperdiçando o seu final de semana com seu otimismo
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