Às vésperas do fim do recesso parlamentar, a presidente Dilma pediu a
seus ministros que se empenhem para unir a base aliada e impeçam a
aprovação de projetos que custem caro aos cofres públicos, as chamadas
"pautas-bomba" do Congresso Nacional.
Nas duas reuniões que fez com seus ministros, nesta segunda-feira (27),
Dilma pediu que o governo amplie o diálogo com os parlamentares,
inclusive com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que
anunciou neste mês seu rompimento com o Palácio do Planalto.
Articulador político do governo, o vice-presidente Michel Temer disse
que tem a certeza de que o Congresso avaliará as pautas "com muita
adequação".
"Se forem onerosas para o país, certamente [os parlamentares] as rejeitarão", disse ao deixar o encontro com a presidente.
Dilma deflagrou uma ofensiva para, entre outras medidas, aprovar a
reforma do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e
evitar a derrubada do veto presidencial ao reajuste do salário dos servidores do Judiciário.
Aprovado pelo Senado em junho, o projeto dava um aumento médio de 59,5%
aos servidores nos próximos quatro anos e, segundo cálculos do governo,
causaria um impacto de R$ 25,7 bilhões ao Tesouro no mesmo período.
A presidente deve realizar na quinta-feira (30) uma reunião com todos os governadores do país e tentar dividir com eles a responsabilidade de evitar a aprovação das "pautas-bomba" no Congresso.
Temer afirmou que os governadores serão "bons articuladores", pois sabem
que as medidas que aumentam gastos do governo federal têm impacto
diretamente nos Estados.
"Quando se tem aumentos na área federal, eles repercutem, pela chamada
cascata, nos estados federados, de modo que eles [governadores] serão
bons aliados no interesse da federação e dos estados", disse o
vice-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA