O Brasil, um dos países onde as vendas ao exterior menos contribuem para o PIB, piorou seu desempenho em relação a outras economias. Em 2014, as exportações representaram 11,5% da soma de bens e serviços produzidos pelo país. Foi o sexto menor percentual entre 150 países analisados, segundo levantamento feito pela Folha com dados do Banco Mundial.
O Brasil só ficou à frente de Afeganistão, Burundi, Sudão, República Centro-Africana e Kiribati. E bem abaixo da média global, de 29,8% do PIB.
Desde 1985, quando a série de dados do Banco Mundial tem início, o Brasil está abaixo do patamar mundial. No ano passado, o país voltou a cair uma posição no ranking, e a diferença ante a média dos países só não foi maior que a registrada em 2011 e 2012 –também no mandato de Dilma Rousseff.
O mercado doméstico robusto contribui para a baixa participação das exportações no PIB. Os EUA, por exemplo, também vão mal nesse tipo de comparação. Lá, as vendas ao exterior respondem por pouco mais de 13% do PIB.
Exportações
A nação americana, contudo, responde por mais de 10% do fluxo internacional de mercados, enquanto o Brasil detém só 1,2%, segundo a OMC.
"Insistimos em ser uma economia fechada. Continuamos com a mesma história de substituir importações. O país não participa como deveria dos movimentos da cadeia global de valor. Ficamos à margem, porque estamos olhando para dentro", afirma a advogada Renata Amaral, especialista em comércio internacional e consultora da Barral M Jorge. Segundo ela, a política de conteúdo local é um dos melhores exemplos dessa atitude.
As medidas, por meio das quais o governo exige produção no país como condição para assumir contratos ou para obtenção de benefícios fiscais, são questionadas na OMC por União Europeia e Japão.
"Esse tipo de política é um tiro no pé, à medida que você recebe um monte de incentivo aqui dentro e não tem motivação para que o seu produto fique competitivo lá fora."
FOLHA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA