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Plataforma SS Pantanal |
A Petrobras e a Queiroz Galvão tentam manter, no Brasil, os contratos de construção das plataformas P-75 e P-77, que estiveram ameaçadas de ir para o exterior.
As duas partes chegaram a um acordo financeiro, mas ainda negociam detalhes como prazo e índice de nacionalização.
A Folha apurou que a Queiroz Galvão pedia um aditivo de US$ 220 milhões, mas aceitou receber metade desse valor.
O contrato, que chega a US$ 1,6 bilhão, é um dos maiores selados pela Petrobras no pacote de construção de dez plataformas no Brasil.
Isso porque inclui os módulos (partes) e a integração (montagem) das plataformas. Apenas os cascos serão feitos por outro estaleiro.
Sem fôlego financeiro após seu envolvimento na Operação Lava Jato, a Queiroz Galvão informou em março que desistiria do contrato, provocando prejuízo a toda a cadeia de fornecedores.
A Petrobras se recusou a romper o acordo, que representaria a maior perda já registrada até agora, e se engajou em negociações com a empresa.
As duas plataformas representam a oportunidade de reabertura do estaleiro QGI, fruto de uma parceria frustrada entre a Queiroz Galvão e a Iesa, no município de Rio Grande (RS).
O sindicato local e a prefeitura fizeram forte pressão sobre o consórcio e sobre a Petrobras para evitar o rompimento do contrato. O presidente do sindicato chegou a se amarrar nos portões do estaleiro durante dias.
Para Alberto Machado, diretor-executivo de petróleo da Abimaq (que representa os fabricantes de equipamentos), o acordo entre Petrobras e Queiroz Galvão é a "única boa notícia no setor".
Ele está bastante preocupado com a transferência de obras para a China. "Vai retirar muitas oportunidades de pequenas empresas, que investiram à espera das encomendas."
Eloi Fernadez, presidente da Onip (Organização Nacional da Indústria de Petróleo), diz que "é impossível competir com os chineses, porque não há transferência nos custos e pelas condições de financiamento".
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