O ministro-chefe da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República, Pepe Vargas, disse nesta sexta-feira (24) que qualquer
tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff neste momento é um
"golpe contra a ordem constitucional".
O ministro classificou, no entanto, como positiva a possibilidade de a presidente se reunir com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso para tratar do tema.
Vargas, que participou de evento da Comissão Nacional da Verdade, no
Rio, afirmou que enquanto não houver crime de responsabilidade contra a
presidente, não há espaço para o impedimento.
Segundo Vargas, não se tira um governo do poder com base em seu índice
de aprovação. A última pesquisa CNT/MDA aponta que a avaliação do
governo Dilma atingiu o menor nível histórico, marcando apenas 7,7% de aprovação.
"Impeachment nesse momento é um golpe contra a ordem constitucional. Nao
tem nenhum crime de responsabilidsde que a presidente tenha praticado.
Você nao mantém ou tira o governo por índice de aprovação ou não",
afirmou.
FHC
O ministro classificou como positiva a possibilidade de Dilma ter uma
conversa com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso para
tratar da movimentação política em torno do impeachment. Segundo ele,
governo e oposição podem conversar.
"Acho positivo que isso possa ser conversado. Acho que oposição e
governo podem conversar. Eles têm divergência, mas podem também ter
pontos de convergência", disse.
Por outro lado, Vargas criticou a postura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de romper com o Palácio do Planalto.
Segundo o ministro, a teoria de que o governo tem ingerência política sobre as investigações da Operação Lava Jato, como defendido pelo parlamentar, não é crível.
Pepe Vargas, que já integrou a articulação política do governo federal,
disse ainda que é um equívoco do presidente da Câmara achar que Planalto
promove uma "ação de desestabilização de sua figura".
"Nao concordo com a posição do Cunha. Não é crível o que ele diz. Não
tem sentido ele achar que o governo tem poder de colocar ou tirar alguém
de uma lista investigatória ou de um indiciamento ou não. O presidente
da Câmara está equivocado", disse.
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