Um delegado da Polícia Federal que foi a Curitiba apurar vazamentos da
Operação Lava Jato relatou ter sofrido pressão dos colegas do Paraná no
trabalho e recomendou que a sindicância sobre a escuta na cela do
doleiro Alberto Youssef fosse refeita.
O relato está em um despacho interno do delegado Mário Fanton de maio
deste ano, no qual ele afirma ter presenciado "uma participação direta
do DPF [delegado de Polícia Federal] Igor [Romário de Paula]" e de outra
delegada "para quererem ter ciência e manipular as provas".
O caso da escuta na cela de Youssef voltou aos holofotes depois que dois policiais federais disseram à CPI da Petrobras, no último dia 2, que o equipamento foi instalado sem autorização judicial e captou conversas do doleiro.
As declarações contrariaram sindicância interna da PF do ano passado, que apontou que a escuta era inativa.
Depois disso, a CPI aprovou a convocação dos delegados da Lava Jato, incluindo Igor, para esclarecimentos. O caso é objeto de nova investigação interna da PF, conduzida por Brasília.
DESCONFIANÇA
Fanton foi a Curitiba depois que a sindicância interna havia terminado. Esse não era o foco inicial de sua missão, mas ele também apurou fatos relacionados à escuta.
Seu objetivo na superintendência era apurar boatos de que ocorriam vazamentos das investigações para a confecção de um dossiê com o objetivo de anular a Lava Jato.
Sua atuação provocou insatisfação e desconfiança dos delegados da operação.
Nesse período, Fanton obteve novo depoimento do agente Dalmey Werlang, um dos que falou à CPI, no qual ele mudou a versão sobre a escuta e apontou ilegalidade.
O delegado Fanton escreveu: "Sugiro que o MPF [Ministério Público Federal] reanalise as provas, inclusive a sindicância da escuta clandestina, se possível refazendo-a, e conduza diretamente a presente investigação ou com grande proximidade a um novo delegado a se indicar, pois não acreditamos mais nas provas antes constituídas".
Em outro trecho, Fanton conta que foi informado pelo delegado Igor de que a PF de São Paulo não havia prorrogado sua permanência em Curitiba e, quando entrou em contato com SP, responderam-lhe que sequer houve pedido de renovação da missão.
A Folha pediu para ouvir o delegado Igor por meio da PF em Curitiba. O órgão respondeu que não iria comentar o caso. A PF em Brasília também não comentou.
FOLHA
O caso da escuta na cela de Youssef voltou aos holofotes depois que dois policiais federais disseram à CPI da Petrobras, no último dia 2, que o equipamento foi instalado sem autorização judicial e captou conversas do doleiro.
As declarações contrariaram sindicância interna da PF do ano passado, que apontou que a escuta era inativa.
Depois disso, a CPI aprovou a convocação dos delegados da Lava Jato, incluindo Igor, para esclarecimentos. O caso é objeto de nova investigação interna da PF, conduzida por Brasília.
Félix R. /Futura Press/Folhapress | |
DESCONFIANÇA
Fanton foi a Curitiba depois que a sindicância interna havia terminado. Esse não era o foco inicial de sua missão, mas ele também apurou fatos relacionados à escuta.
Seu objetivo na superintendência era apurar boatos de que ocorriam vazamentos das investigações para a confecção de um dossiê com o objetivo de anular a Lava Jato.
Sua atuação provocou insatisfação e desconfiança dos delegados da operação.
Nesse período, Fanton obteve novo depoimento do agente Dalmey Werlang, um dos que falou à CPI, no qual ele mudou a versão sobre a escuta e apontou ilegalidade.
O delegado Fanton escreveu: "Sugiro que o MPF [Ministério Público Federal] reanalise as provas, inclusive a sindicância da escuta clandestina, se possível refazendo-a, e conduza diretamente a presente investigação ou com grande proximidade a um novo delegado a se indicar, pois não acreditamos mais nas provas antes constituídas".
Em outro trecho, Fanton conta que foi informado pelo delegado Igor de que a PF de São Paulo não havia prorrogado sua permanência em Curitiba e, quando entrou em contato com SP, responderam-lhe que sequer houve pedido de renovação da missão.
A Folha pediu para ouvir o delegado Igor por meio da PF em Curitiba. O órgão respondeu que não iria comentar o caso. A PF em Brasília também não comentou.
FOLHA
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