Ao STF, PF diz ter encontrado indícios de que doações eram corrupção
Em relatórios enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as investigações de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, a Polícia Federal sustenta que, em alguns casos, já "existem elementos iniciais suficientes que indicam a tipicidade da doação eleitoral como forma de corrupção". A afirmação de que doações declaradas à Justiça eleitoral podem ser pagamento de propina está presente nos inquéritos que apuram as possíveis ligações dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Humberto Costa (PT-PE) e Valdir Raupp (PMDB-RO) com os desvios na estatal. Eles negam irregularidades.
A argumentação foi utilizada, inclusive, para a PF solicitar a prorrogação dos prazos de investigação dos inquéritos –sendo que a maioria foi estendida até agosto pelo STF. A PF ressalta ainda, no entanto, a necessidade de aprofundar os casos.
A PF leva em consideração depoimentos de delatores e testemunhas, com cruzamentos de informações sobre reuniões, registros em agenda, telefones e dados sobre as doações que tratam dos congressistas.
Desde o início das investigações, que envolvem políticos e grandes empreiteiras, o Ministério Público Federal e a PF suspeitam que as doações oficiais, registradas na Justiça Eleitoral, mascaravam desvios de recursos da Petrobras. Um dos desafios da Operação Lava Jato, inclusive, seria provar que essas doações legais eram propina.
Nos documentos enviados ao STF, a Polícia Federal solicita ainda uma nova acareação entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, os principais delatores.
"A investigação reclama, na busca da verdade, uma acareação entre Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, que pode implicar a harmonia ou o distanciamento das versões por eles apresentadas", diz a PF.
Ao todo, o STF abriu 25 inquéritos e investiga 50 pessoas, entre eles, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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