Na eleição presidencial do ano passado, a campanha da presidente Dilma
Rousseff e o PT bateram duro, muito duro na candidata Marina Silva (PSB)
porque uma de suas amigas e conselheiras, Neca Setúbal, era um dos
herdeiros do Banco Itaú. E daí? Pois é...
Em alguns sites chapa branca, Neca foi apresentada como “a bilionária
que comanda a campanha de Marina”. Em outros como “a fada madrinha de
Marina”. O que se pretendeu foi atingir a imagem de Marina de candidata
de origem pobre e independente.
Pouco importava que Neca, especialista em Educação, tivesse assessorado
Fernando Haddad quando ele se candidatou e se elegeu pelo PT prefeito
de São Paulo. Naquela ocasião, o PT fez que não viu a condição econômica
de Neca. Como se a condição a condenasse.
O PT, a começar por sua filiada mais ilustre, Dilma, subiu nos tamancos
revoltado com a ligação que se faz de Lula com a construtora Odebrecht.
Ontem, por sinal, o presidente da Odebrecht acabou indiciado por vários
crimes – um deles o de corrupção.
Nos dois governos de Lula, a Odebrecht foi a construtora que mais tomou
dinheiro público emprestado pelo BNDES. Foi também, com a ajuda de
Lula, a que mais conseguiu bons negócios em outros países. A princípio,
nada demais.
O que parece excessivo: ao deixar a presidência, Lula tornou-se
palestrante preferencial da Odebrecht e lobista dela aqui dentro e lá
fora, coisa que ele teima em negar. E isso é muito diferente do que
fazem ex-presidentes americanos e ex-primeiros-ministros ingleses.
Porque Lula não é um ex-presidente qualquer. Depois de Dilma, ninguém é
mais influente no governo dela do que Lula. Qualquer sugestão que ele
faça tem tudo para ser aceita. E em outros países se sabe disso. Daí o
tapete vermelho que lhe estendem.
Ex-presidentes americanos não podem concorrer a nenhum cargo público.
Ex-presidente brasileiro pode. E Lula não esconde a ambição de suceder
Dilma. De resto, é pouco crível que construtoras envolvidas aqui em
corrupção se comportem muito bem lá fora.
A associação com gente mal comportada não recomenda Lula, não é mesmo?
Imaginem se o Itaú tivesse reformado a casa de Marina no Acre sem lhe
cobrar um tostão... A OAS reformou um tríplex de Lula e um sítio dele
sem nada lhe cobrar. Pura bondade!
Marina está em paz no canto dela. Neca, também. Lula está sendo
investigado por tráfico de influência. A condução da economia no segundo
e malfadado governo Dilma segue nas mãos de um banqueiro, Joaquim Levy.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA