quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Lula promete ir às ruas para defender Dilma de 'aventura golpista'


brasil em crise

Ricardo Stuckert/Insituto Lula
“É uma tentativa de golpe explícito contra a presidente Dilma e o Brasil” diz Lula em BerlimA 40 partidos progressistas do mundo, o ex-presidente creditou o processo de impeachment a uma "vingança" de Eduardo Cunha
O ex-presidente Lula discursa em evento em Berlim, na Alemanha

09/12/2015 17h44

Em discurso na Alemanha nesta quarta-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff de "aventura golpista" e prometeu ir às ruas para defender o mandato de sua sucessora.

O petista falou como convidado na conferência internacional do SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha), em Berlim. A agremiação de centro-esquerda compõe a coligação com o CDU (centro-direita) da chanceler alemã Angela Merkel.

"Vou falar do Brasil, porque não posso vir aqui e fingir que nada está acontecendo no meu pais", afirmou Lula, acrescentando: "Nós vamos pra rua para defender o mandato legitimamente eleito da nossa presidente".

O ex-presidente afirmou ainda que, se a cada crise econômica houvesse motivo para impeachment, "não haveria nenhum [líder] governando nenhum país no mundo hoje".

"Achamos que é uma anomalia o que está acontecendo no Brasil, sem negar que existe uma crise econômica e política, sem negar que existe uma denúncia de corrupção no meu país", disse.

Em seguida, Lula afirmou que a atual crise só está acontece porque o governo criou instrumentos de transparência e autonomia para as investigações. "Só tem um jeito de você não ser investigado no Brasil: é não fazer nada errado".

O brasileiro foi apresentado pela secretária-geral do SPD, Yasmin Fahimi, que disse ao petista: "Você conseguiu dar ao Brasil uma relevância internacional, especialmente que você recriou um modelo moderno de social-democracia, que nos é muito familiar. Você também provou que é possível superar o neoliberalismo".

DISCURSO

Lula começou seu discurso com uma piada: "Eu não vou ler todo esse papel comigo. Eu faço isso para causar uma boa impressão".

Ele fez uma homenagem ao ex-chanceler alemão Helmut Schmidt, morto no mês passado, ratificando a "importância" do social-democrata em sua carreira quando, em visita oficial ao Brasil durante a ditadura militar em 1979, ele aceitou receber o então líder sindical brasileiro.

Em seu discurso de pouco mais de 30 minutos, o ex-presidente exaltou ainda sua atuação internacional como presidente e as ações de seu governo contra a crise econômica de 2008.  




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