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Dois navios-sonda da empreiteira Schahin, avaliados em cerca de US$ 400 milhões, desapareceram das águas brasileiras no início de outubro.Os navios, chamados Cerrado e Sertão, estavam bloqueados por uma ação da Receita Federal, que apura uma suspeita de sonegação da empresa.
Dois meses atrás, porém, eles tiveram seu sistema de navegação desligado e saíram da bacia de Campos, no Rio de Janeiro, onde estavam ancorados.
"Ninguém sabe o destino", revelou o auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (14), em Curitiba.
De acordo com Lima, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na Receita Federal no Paraná, a fuga foi permitida por meio de uma "medida judicial engendrada" por um grupo de offshores, que conseguiu uma ordem de reintegração de posse.
As empresas argumentaram que eram credoras da Schahin, que está em processo de recuperação judicial, e obtiveram uma decisão favorável na Justiça Estadual de São Paulo para obter a posse dos navios-sonda.
Essas empresas, porém, de acordo com investigação da Receita Federal, pertenciam à própria Schahin, sendo usadas como um artifício para evitar o pagamento de impostos no Brasil.
A empreiteira está sendo investigada sob suspeita de transferir cerca de 90% de suas receitas com a Petrobras para offshores. O fato gerou uma ação fiscal por sonegação contra a Schahin, que teve parte de seus bens bloqueados –entre eles, os dois navios-sonda.
A Receita Federal abriu agora uma investigação para apurar a saída irregular dos bens do país (que deveriam ter passado pela aduana) e a "possível tentativa de evitar uma medida fiscal" pela Schahin.
A Folha ligou para os telefones da Schahin, mas não conseguiu contato.
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