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A oposição e uma ala do PMDB ligada ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articulam o lançamento de uma chapa concorrente para compor a comissão especial do impeachment, o que pode adiar para terça-feira (8) a definição dos nomes que vão compor o colegiado.
A ideia é se contrapor a indicações de líderes partidários consideradas governistas em partidos com bancadas rachadas, como o PMDB e o PSD.
O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), por exemplo, já avisou à bancada federal que não indicará nomes radicais, com posição definida a favor da deposição da presidente Dilma Rousseff.
O grupo deflagrou consultas a técnicos para viabilizar a formalização de uma chapa concorrente. O regimento interno da Câmara dos Deputados determina que a comissão especial para analisar a abertura ou arquivamento do pedido de impeachment deve ser eleita em plenário.
O argumento de integrantes da oposição é de que, caso seja lançada uma chapa concorrente, não haveria tempo nesta segunda-feira (7) para preparar as cédulas e promover uma eleição.
A ideia inicial era que nesta segunda-feira (7) os partidos indicassem os membros da comissão especial e, na terça-feira (8),o colegiado seria instalado oficialmente, quando haveria, também, a escolha de seu presidente e relator.
A comissão tem prazo de até 15 sessões do plenário para concluir seu trabalho. O expediente no Congresso Nacional costuma ser de terça a quinta, quando há sessões para análise de projetos e medidas.
REAÇÃO
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), classificou a iniciativa como "coisa de perdedor".
"Chapa avulsa é coisa de perdedor", disse o líder do governo antes de reunião com o presidente da Casa Legislativa.
O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), já avisou aos integrantes de seu partido que, caso sejam lançadas duas chapas, ele não participará de nenhuma das duas "por respeito à bancada".
"Não posso estar numa chapa e disputar votos com amigos de partidos que estarão na outra. Como líder, tenho de trabalhar pela integração da bancada", disse.
Na tentativa de agilizar a tramitação, a base aliada iniciou articulação para garantir quorum durante toda a semana na Casa Legislativa, incluindo segunda e sexta.
O regimento interno permite a abertura de sessão ordinária nesses dias quando há um quorum de 51 deputados na Casa Legislativa.
À comissão especial cabe produzir um parecer, que não tem caráter definitivo, independentemente do seu teor -pelo arquivamento ou abertura do processo.
A palavra final precisa ser dada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que só poderá abrir o processo de impeachment propriamente dito havendo posição neste sentido de dois terços dos deputados.
O governo federal avalia hoje contar com votos suficientes para arquivar o pedido de afastamento. Por isso, tem atuado por um desfecho rápido antes que o quadro econômico se deteriore, e os movimentos contra a presidente voltem às ruas.
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