- Pedro Ladeira/FolhapressEduardo Cunha (PMDB-R), presidente da Câmara, fará pronunciamento às 20h25 desta sexta
Em meio a um dos momentos mais delicados da crise política no país, que
inclui a aproximação do julgamento das chamadas "pedaladas fiscais" do
governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o aprofundamento das
divisões entre PT e PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), fará um pronunciamento de cinco minutos em cadeia
nacional de rádio e televisão nesta sexta-feira.
O clima de antecipação à fala do peemedebista se acirrou na tarde desta quinta-feira, quando o executivo Júlio Camargo disse, em depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, que Cunha exigiu propinas de US$ 5 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobras.
Pré-gravada, a fala de cinco minutos - entre 20h25 e 20h30 - foi produzida com a ajuda de Paulo de Tarso, que trabalhou ao lado do marqueteiro da campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no ano passado.
Embora incomum, o expediente já foi usado no passado. Henrique Alves (PMDB-RN) e Marco Maia (PT-RS) fizeram o mesmo quando chefiaram a Câmara, em 2013 e 2011, respectivamente. A diferença é que ambos dirigiram-se à nação em datas próximas ao Natal, em clima de fim de ano e balanço protocolar.
No caso de Cunha, a fala virá no último dia antes do recesso parlamentar e traz consigo outro contexto.
Fontes ligadas ao peemedebista salientam que o objetivo do pronunciamento é apresentar um balanço semestral do Legislativo, mas analistas e parlamentares que se opõem a Cunha veem um potencial enfrentamento ao governo, uma possível "ação preventiva" frente às denúncias da Operação Lava Jato e uma estratégia de nacionalização de sua imagem.
A BBC Brasil ouviu fontes próximas ao presidente da Câmara, congressistas e cientistas políticos para explicar, em quatro pontos, porque o discurso de Cunha merece sua atenção.
O clima de antecipação à fala do peemedebista se acirrou na tarde desta quinta-feira, quando o executivo Júlio Camargo disse, em depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, que Cunha exigiu propinas de US$ 5 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobras.
Pré-gravada, a fala de cinco minutos - entre 20h25 e 20h30 - foi produzida com a ajuda de Paulo de Tarso, que trabalhou ao lado do marqueteiro da campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no ano passado.
Embora incomum, o expediente já foi usado no passado. Henrique Alves (PMDB-RN) e Marco Maia (PT-RS) fizeram o mesmo quando chefiaram a Câmara, em 2013 e 2011, respectivamente. A diferença é que ambos dirigiram-se à nação em datas próximas ao Natal, em clima de fim de ano e balanço protocolar.
No caso de Cunha, a fala virá no último dia antes do recesso parlamentar e traz consigo outro contexto.
Fontes ligadas ao peemedebista salientam que o objetivo do pronunciamento é apresentar um balanço semestral do Legislativo, mas analistas e parlamentares que se opõem a Cunha veem um potencial enfrentamento ao governo, uma possível "ação preventiva" frente às denúncias da Operação Lava Jato e uma estratégia de nacionalização de sua imagem.
A BBC Brasil ouviu fontes próximas ao presidente da Câmara, congressistas e cientistas políticos para explicar, em quatro pontos, porque o discurso de Cunha merece sua atenção.
1 - Balanço de um período produtivo (e polêmico) na Câmara
Para fontes próximas a Cunha, o objetivo do pronunciamento nada mais é
do que um balanço deste primeiro semestre em que o peemedebista esteve à
frente da Câmara.
Entre os destaques devem figurar o ritmo de trabalho do Congresso, o alto número de votações e a aprovação de matérias de ampla repercussão, como a redução da maioridade penal e a reforma política, que mobilizaram governo, parlamentares e a opinião pública.
Segundo essas mesmas fontes, Cunha deve salientar a Câmara Itinerante, projeto de giro por Assembleias Legislativas e organizações estaduais lançado por ele em março. Deve dizer que o Congresso vive hoje seu momento mais produtivo, independente e atuante desde a redemocratização.
Tal avaliação positiva destes primeiros seis meses legislativos, no entanto, não é unânime. Entre os parlamentares há críticas ao ritmo acelerado de votações e a ingerências em comissões especiais, além de condenações a decisões específicas, como a de colocar em segunda votação matérias rejeitadas após menos de 24 horas, como no caso da maioridade penal.
"Muitos parlamentares acham que trata-se da imposição de uma dinâmica fabril. Não se mede a eficiência de um Parlamento em números e estatísticas de produtividade, mas no impacto das matérias sobre a sociedade. Não podemos ser uma fábrica de leis", disse a deputada Margarida Salomão (PT-MG).
Entre os destaques devem figurar o ritmo de trabalho do Congresso, o alto número de votações e a aprovação de matérias de ampla repercussão, como a redução da maioridade penal e a reforma política, que mobilizaram governo, parlamentares e a opinião pública.
Segundo essas mesmas fontes, Cunha deve salientar a Câmara Itinerante, projeto de giro por Assembleias Legislativas e organizações estaduais lançado por ele em março. Deve dizer que o Congresso vive hoje seu momento mais produtivo, independente e atuante desde a redemocratização.
Tal avaliação positiva destes primeiros seis meses legislativos, no entanto, não é unânime. Entre os parlamentares há críticas ao ritmo acelerado de votações e a ingerências em comissões especiais, além de condenações a decisões específicas, como a de colocar em segunda votação matérias rejeitadas após menos de 24 horas, como no caso da maioridade penal.
"Muitos parlamentares acham que trata-se da imposição de uma dinâmica fabril. Não se mede a eficiência de um Parlamento em números e estatísticas de produtividade, mas no impacto das matérias sobre a sociedade. Não podemos ser uma fábrica de leis", disse a deputada Margarida Salomão (PT-MG).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA