Tem gente que não aprende mesmo!!!
Sérgio Lima - 2.mar.2015/Folhapress | |
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) |
Minutos após a decisão do ministro Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros da Presidência do Senado,
o líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), defendeu nesta
segunda-feira (5) o adiamento da conclusão da votação da proposta que
congela os gastos federais por 20 anos, prioridade legislativa do
governo de Michel Temer em 2016.
Aprovada em primeiro turno
no dia 29, a PEC tem a votação em segundo turno marcada para a próxima
terça-feira (13), último passo necessário para a sua promulgação.
A análise do projeto de abuso de autoridade também deve ser adiada.
"Vamos levar esse pleito ao novo presidente do Senado, nosso pleito é
que ele não coloque para votar", disse Lindbergh, se referindo ao
substituto de Renan, o também petista Jorge Viana (AC), primeiro
vice-presidente do Senado. "Tenho certeza de que a gente pode impedir a
votação desse projeto, que é destruidor para os trabalhadores",
acrescentou o líder da oposição.
A primeira reação da base aliada de Temer, porém, é afirmar que o
cronograma está mantido, com ou sem Renan. "Não tenho preocupação com a
votação da PEC. Houve acordo de todos os líderes, com a participação de
todos eles", disse o líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Lindbergh também afirmou que não será votada nesta terça (6) o projeto de abuso de autoridade, defendido por Renan.
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também disse que pode haver
adiamento da votação da PEC do Teto e do projeto de abuso.
"Essa decisão nos pegou de surpresa. O vice [Viana] terá que assumir
enquanto o pleno do STF não tiver decisão definitiva. Gera uma
dificuldade política muito grande. Estávamos com a pauta definida, sem
convergência de ideias. Certamente haverá disputa em torno dessa pauta",
afirmou costa.
Sobre os dois projetos, emendou: "Não há nenhuma decisão que não possa
ser mudada. Jorge Viana vai conversar e discutir o que fazer. Se já não
havia clima para abuso de autoridade, agora fica mais difícil."
Os senadores também demonstraram perplexidade com a decisão de Marco
Aurélio. O líder do governo, por exemplo, disso não considerar bom que
um presidente do Senado seja afastado por decisão liminar, ou seja,
ainda não definitiva.
No caso do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso, o afastamento também se deu forma liminar, por decisão do ministro Teori Zavascki. Essa decisão, contudo, foi confirmada no mesmo dia pelo pleno do Supremo Tribunal Federal.
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