- Jorge Araújo - 14.jul.2015/FolhapressAgentes da PF acompanham o dono da UTC, Ricardo Pessoa; PF revela que teve que utilizar um veículo blindado para transportar o delator para uma audiência com o juiz Sergio Moro
Policiais
federais que atuam na operação Lava Jato, cujo centro das investigações é
em Curitiba, tiveram que alterar o roteiro previamente definido para a
escolta de um dos detidos para evitar a possibilidade de um atentado. A
PF não divulga a identificação do preso que estava sob escolta e nem os
detalhes da ameaça, detectada durante o trajeto do comboio.
A
revelação deste episódio e de outros detalhes de bastidores sobre a
operação ocorreu na manhã desta terça-feira (21) durante uma palestra
direcionada a jornalistas na sede da superintendência da Policia Federal
em Curitiba. Policiais do Núcleo de Operações da PF explicaram
detalhes da atuação do setor -- responsável pela escolta de presos,
controle de distúrbios civis e segurança de autoridades.
O
policial Celso Secolo, um dos palestrantes, contou que os deslocamentos
com os detidos na operação são definidos com roteiros múltiplos. Somente
no momento da partida do comboio e que é anunciado o trajeto que será
percorrido. Em alguns casos, parte do trajeto é acompanhada por
"snipers" (atiradores de elite) posicionados em edifícios ao longo da
rota. Todas as precauções visam resguardar a segurança da pessoa que
está sendo transportada e a complexidade do aparato de segurança é
analisada com base nas informações do perfil da pessoa detida. "Em
alguns casos, no âmbito desta operação [Laja Jato] a escolta e realizada
para verdadeiros 'arquivos vivos' e a nossa responsabilidade e a
preservação da integridade desta pessoa", disse Newton Ishi, chefe do
Núcleo de Operações da PF em Curitiba.
Citando outro exemplo de
alteração de um plano de deslocamento, Secolo revelou que a PF teve que
utilizar um veículo blindado para transportar o delator Ricardo Pessoa,
dono da UTC, para uma audiência com o juiz Sergio Moro. "A imprensa
divulgava relatos que ele entregaria várias pessoas importantes.
Detectamos correspondências com ameaças a ele [Pessoa]. Neste caso,
preferimos o uso de veículos blindados e o reforço na escolta."
Ricardo Pessoa afirmou, em delação premiada, que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois
para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010,
José de Filippi, e para o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari
Neto, entre 2010 e 2014. Ele também citou políticos de partidos como PTB, PP e PSDB em seu depoimento.
Além de demonstrar o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Operações, a
palestra com os jornalistas teve o objetivo de discutir limites físicos
para a atuação, principalmente de cinegrafistas e fotógrafos que, em
busca da melhor imagem, acabam entrando em áreas consideradas de risco.
"Quando realizamos a escolta, seguimos um mantra: o comboio não para
nunca. Ou seja, se alguém entrar na frente, vai ter problema", alertou o
agente federal.
A operação Lava Jato investiga irregularidades
em contratos da Petrobras junto a um grupo e empreiteiras que inclui,
além da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, empresas como a UTC, Camargo
Correa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, entre outras. Segundo as
investigações, pelo menos R$ 10 bilhões foram desviados pelo esquema.
Parte do dinheiro seria destinada político e partidos, entre eles o
PMDB, PT e PP.
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14.jul.2015
- Oficiais deixam edifício onde residem senadores, em Brasília, nesta
terça-feira (14). A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério
Público Federal, deflagrou a Operação Politéia que tem como objetivo o
cumprimento de 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo
Tribunal Federal, referentes a seis processos instaurados a partir de
provas obtidas na Operação Lava Jato Leia mais Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
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