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Reprodução
Marcelo Odebrecht fala em delação |
16/04/2017 02h00
Ex-executivos da Odebrecht apresentaram contratos fictícios,
comprovantes de transferências, extratos bancários, registros
telefônicos e outros documentos para corroborar parte das acusações
feitas nos depoimentos prestados nos acordos de delação premiada com a Lava Jato.
Os papéis serão usados pelo Ministério Público Federal na tentativa de
provar os crimes narrados pelos colaboradores nos depoimentos.
Políticos envolvidos
têm se apegado ao discurso de que a palavra dos delatores não é
suficiente para provar as acusações –e que são necessários outros
elementos que reforcem o que foi dito.
Parte dos papéis entregues tem indicativos mais concretos: extratos
bancários, comprovantes de transferência ou até contratos fictícios.
Um deles, de R$ 9,6 milhões, foi assinado entre a Odebrecht e Duda
Mendonça. Segundo os delatores, nenhum serviço foi prestado à
empreiteira: parte desses recursos foi usada para camuflar o pagamento
de uma dívida da campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo
em 2014.
A defesa de Duda diz que o marqueteiro não vai se pronunciar. Skaf, em
nota, afirma que nunca pediu nem autorizou ninguém a pedir contribuições
"que não as regularmente declaradas".
Expediente semelhante, dizem os delatores, foi usado para pagar serviços do publicitário Paulo Vasconcelos na campanha de Aécio Neves
à Presidência, em 2014. Contratos e notas fiscais foram entregues ao
Ministério Público. Aécio e Vasconcelos negam irregularidades.
Também foram documentadas transferências de contas da companhia no exterior para uma offshore atribuída ao publicitário João Santana, que fez campanhas para o PT entre 2006 e 2014, e recebeu do grupo também por eleições de outros países.
Outro grupo de documentos ajuda a reforçar a narrativa dos colaboradores
de proximidade com os delatados e de influência sobre decisões. Neste
estão trocas de e-mails entre empresários e agentes públicos, além de
anotações e relações de telefonemas feitos para autoridades.
É o caso de duas planilhas anexadas por Marcelo Odebrecht com registro
de telefonemas feitos a Antonio Palocci e ao Palácio do Planalto, em um
número atribuído por ele a Dilma Rousseff. Serão usados para corroborar a
versão dos delatores de que tinham acesso aos políticos.
Há ainda e-mails trocados entre o ex-presidente do grupo e Gilberto
Carvalho, então chefe de gabinete de Luiz Inácio Lula da Silva. As
mensagens, que relatam reuniões e registram demandas, por exemplo,
também são usadas em tentativa de mostrar que o grupo exercia influência
sobre o Palácio do Planalto.
*
Preto no branco
Delatores entregam documentos para reforçar testemunhos
Duda Mendonça
A empreiteira simulou contrato de R$ 9,6 milhões com uma empresa do
marqueteiro Duda Mendonça para bancar a campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao
governo de São Paulo em 2014. Marcelo Odebrecht entregou o documento à
PGR e garantiu: "não houve execução de serviços"
Outro lado
Duda não vai se pronunciar. Skaf diz que nunca pediu ou autorizou contribuições ilegais
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Eduardo Paes
Executivos da Odebrecht pediram que o departamento de propina
transferisse?R$ 5,75 milhões para contas no exterior para a campanha de
"Nervosinho", apelido de Eduardo Paes (PMDB). Comprovantes mostram o
envio de dinheiro para contas nas Bahamas e na Suíça
Outro lado
Paes diz que não recebeu propina nem tem contas no exterior
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Aécio Neves
Benedicto Jr. disse que Aécio Neves (PSDB) pediu que a Odebrecht pagasse ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, com contrato fictício
Outro lado
Vasconcelos diz que fez campanhas dentro da lei. Aécio afirma que não solicitou apoio ilegal
Editoria de Arte/Folhapress | ||
José Serra
Luiz Eduardo Soares, do setor de propinas da Odebrecht, entregou
comprovantes de transferências para contas no Reino Unido e em
Luxemburgo, do lobista Amaro Ramos, e atribuídas ao "Vizinho", que diz
ser referência a José Serra. O dinheiro seria pagamento para a campanha
ao governo de SP em 2006
Outro lado
Diz que não cometeu irregularidades e que inquérito mostrará que acusações são fantasiosas
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Instituto Lula
Alexandrino Alencar entregou registro da escritura do terreno que a
Odebrecht comprou em 2010 para doar ao Instituto Lula. Lula achou
inadequado o imóvel, que nunca foi usado pela entidade
Outro lado
Instituto diz que sempre funcionou em sobrado de 1991 e que favorecimento que nunca existiu
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João Santana
Vários delatores –como Marcelo Odebrecht e Pedro Novis, por exemplo-
apresentaram comprovantes de transferências para conta Shellbill, de
João Santana e Monica Moura
Outro lado
Assinou acordo de delação premiada com a Lava Jato
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Dilma Rousseff
Para mostrar proximidade com agentes públicos, Marcelo Odebrecht
entregou aos investigadores planilhas com registros de telefonemas a
pessoas como Dilma
Outro lado
Dilma dz que é fato notório que nunca teve relação de proximidade com Marcelo Odebrecht
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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