Em depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, delator da
Operação Lava Jato, disse que ele e sua família vêm sofrendo intimidação
por meio de um deputado ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
"Eu venho sofrendo intimidação perante as minhas filhas e a minha
ex-esposa por uma CPI coordenada por alguns políticos", afirmou, nesta
quinta-feira (16), ao juiz federal Sergio Moro.
"Como réu colaborador, quero deixar claro que eu estou sendo intimidado
pela CPI da Petrobras por um deputado pau mandado do senhor Eduardo
Cunha."
O doleiro não citou o nome do parlamentar.
Questionado sobre as falas de Youssef, o presidente da Câmara informou que não comenta "leviandades".
No mês passado, um aliado de Cunha, o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), pediu, em requerimento, a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas de Youssef à CPI da Petrobras.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello suspendeu a quebra de sigilo. Ainda assim, a comissão aprovou os procedimentos pela segunda vez.
Em sua delação premiada, Youssef disse que o PMDB exigiu propina em um
contrato para afretamento de navios da Samsung à Petrobras, incluindo
Cunha entre os destinatários.
Ainda segundo o doleiro, o deputado pressionou a empresa a retomar o
pagamento de propinas, quando este havia sido interrompido, com pedidos
de requerimentos na Câmara.
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