sábado, 28 de maio de 2016

Lula vê escolha de Dilma como seu erro mais grave, diz Sarney em áudio


Pedro Ladeira - 22.abr.2015/Folhapress
O ex-presidente José Sarney
O ex-presidente José Sarney

Em um novo trecho da gravação de diálogos seus com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-senador José Sarney (PMDB-AP) afirma que Luiz Inácio Lula da Silva considera a escolha de Dilma Rousseff para sucedê-lo como seu "mais grave erro". 

A transcrição do diálogo foi veiculada pela edição deste sábado (28) do "Jornal Hoje", da TV Globo. A reportagem não reproduz o áudio, que é narrado pelo repórter. 

Segundo o "Jornal Hoje", a conversa foi gravada por Machado na casa de Sarney. O nome do ex-presidente Lula não é citado, mas a reportagem diz que fica claro, para os investigadores, que a conversa é sobre ele. 

No diálogo, Machado diz a Sarney: "Agora, tudo por omissão da dona Dilma", em uma referência às investigações da Lava Jato que atingem o mundo político. 

Sarney responde: "Ele chorando. O que eu ia contar era isso. Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma. Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos." 

Em nota ao "Jornal Hoje", o Instituto Lula informou que o petista já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados, analisados e divulgados. E que caberia aos autores das frases e gravações comentarem suas declarações privadas divulgadas ilegalmente. 

À Folha, o instituto diz que "o vazamento ilegal das gravações é mais uma evidência de que, depois de investigar por mais de dois anos, o Ministério Público Federal não encontrou sequer um fiapo de prova contra Lula. Porque Lula sempre agiu dentro da lei". 

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, responsável pela defesa de Sarney, diz que não comentará "fragmentos" de gravações. Ele afirma que só irá se manifestar assim que obtiver a cópia integral das gravações, solicitada à Justiça. 

Machado, que fechou acordo de delação premiada com a Justiça, gravou conversas suas com caciques do PMDB e as entregou ao Ministério Público. 

A revelação pela Folha do diálogo em que Romero Jucá sugeria um pacto para deter o avanço da Lava Jato levou à sua queda do Ministério do Planejamento



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