O
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz estar convencido de que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, irá requerer ao STF nos
próximos dias o seu afastamento cautelar do cargo de presidente da
Câmara. Em privado, Cunha revela que se equipa para enfrentar a acusação
de que usa o posto para atrapalhar as investigações e constranger
testemunhas.
Na avaliação do mandachuva da Câmara, o doleiro
Alberto Youssef forneceu matéria-prima para a petição de Janot. Em
depoimento ao juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, o delator afirmou:
“Eu
venho sofrendo intimidação perante as minhas filhas e a minha ex-esposa
por uma CPI coordenada por alguns políticos. […] Como réu colaborador,
quero deixar claro que eu estou sendo intimidado pela CPI da Petrobras,
por um deputado pau mandado do senhor Eduardo Cunha.''
Embora não
tenha dado nome ao “pau mandado”, Youssef referia-se ao deputado Celso
Pansera (PMDB-RJ). Aliado de Cunha, ele requereu na CPI a quebra dos
sigilos bancário, fiscal e telefônico de duas filhas e da ex-mulher do
doleiro. Acionado, o STF suspendeu a decisão. Mas a CPI tornou a
aprovar.
Antecipando-se à hipotética iniciativa do procurador-geral, o aliado de Cunha contestou Youssef numa entrevista ao Globo.
“Não sou pau mandado de ninguém”, disse Pansera. “Não devo favor nenhum
a Eduardo Cunha. Ele é líder do partido, presidente da Câmara, mas fui
eleito como resultado do meu trabalho. Fazer os requerimentos à CPI foi
uma decisão minha. E só fiz isso porque foi o próprio Youssef quem falou
dos patrimônios das filhas na delação dele.”
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