- Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo
Manifestantes pedem impeachment de Dilma na avenida Paulista, em SP
Dois protestos realizados na tarde deste sábado (1º) fecham vias das zonas sul e oeste de São Paulo.
Os atos têm motivações distintas: um em deles, que começou na avenida Paulista, os manifestantes pedem o impeachment da presidente
Dilma Rousseff (PT) e defendem até a intervenção militar para tirá-la
do poder. Já o outro, em Pinheiros, tem como alvo o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) e a falta de água no Estado.
Convocado pelas
redes sociais, o protesto da avenida Paulista começou por volta de 14h
no vão do Masp. Segundo a Polícia Militar, cerca de 2.500 pessoas
participam da manifestação. Os presentes pedem o fim do PT, a volta dos
militares e fazem ataques a referências comunistas.
Entre os
participantes está o cantor Lobão e o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PSC-SP), filho do também deputado Jair Bolsonaro. Às 16h, os
manifestantes deixaram a avenida Paulista e seguiram pela avenida
Brigadeiro Luís Antônio.
Esquerda contra Alckmin
O protesto de Pinheiros reúne cerca de 200 pessoas, segundo a PM --os
organizadores estimam em 500 pessoas. Os manifestantes começaram a se
reunir por volta de 15h no largo da Batata. Às 16h, saíram em passeata
pelas ruas de Pinheiros, bloqueando a avenida Brigadeiro Faria Lima. O
destino do ato é uma das sedes da Sabesp, que também fica no bairro.
O ato reúne jovens, sindicalistas e militantes de movimentos de
esquerda como o Juntos!, do PSOL, Território Livre e Anel (Assembleia
Nacional dos Estudantes-Livre), ligada ao PSTU.
Os ativistas
responsabilizam Alckmin pela falta da água e pedem a estatização da
Sabesp. "É um absurdo tudo o que está acontecendo com a água da cidade",
disse uma funcionária da Sabesp que não quis se identificar. Ela
criticou o ato contra Dilma. "A manifestação da Paulista é contra a
democracia."
"Essa é a primeira manifestação unificada na
cidade de São Paulo sobre a questão da falta de água. Vamos inaugurar
uma jornada de manifestações para questionar o governo do Estado sobre a
real dimensão da crise da água, porque nós temos visto vários bairros
que estão tendo sucessivos cortes sem que a Sabesp informe. Está
acontecendo uma campanha de desinformação da Sabesp", afirma o sociólogo
Thiago Aguiar, de 25 anos, um dos integrantes do movimento.
Grupos carregam faixas com frases com questionamentos à Sabesp e
críticas ao governador Alckmin. Uma delas dizia: "Alckmin acabou com a
água e com a nossa paciência".
Dois grupos de maracatu estão
tocando para os participantes e ensaiando gritos de guerra. Um deles fez
uma paródia de uma tradicional marchinha de carnaval e os integrantes
cantavam: "Se você pensa que São Paulo tem água, São Paulo não tem água,
não. A culpa não é de São Pedro, a culpa é do Geraldão". Os
manifestantes ainda estão concentrados no local e pretendem fazer uma
caminhada pela região.
*Com reportagem de Fernando Couri e informações de Estadão Conteúdo
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