A alcunha, que dá nome à sétima fase da operação, dá a dimensão não só
da ação que levou para a cadeia alguns dos mais influentes executivos do
país como indica o tamanho da reação que a PF e o juiz do caso deverão
sofrer nos próximos dias.
A aposta é de uma investida externa pesada para tentar desqualificar as
investigações.
"Estamos tirando o leite das criancinhas", ironizou um
policial. A referência religiosa também está na epígrafe dos mandados,
tirada do Eclesiastes da Bíblia:
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito
debaixo do céu. Há um tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de
plantar, e tempo de arrancar o que se plantou."
Ao atacar empreiteiras, a PF acredita ter atingido em cheio o coração do
financiamento de campanhas no Brasil. O desafio, agora, é preservar os
trabalhos feitos. Uma saída é pulverizar a Lava Jato em investigações
filhotes, mas isso não está decidido.
O
delegado Igor Romário de Paula, chefe da Delegacia Regional de Combate
ao Crime Organizado, em coletiva de imprensa sobre a operação Lava Jato
da Polícia Federal em Curitiba (PR) Leia mais
"A maior pressão deve ser sentida pela cúpula da Polícia Federal",
avaliou Marcos Leôncio Ribeiro, presidente da Associação dos Delegados
da Polícia Federal, para quem o pior ainda está por vir.
No Paraná, onde a ação da polícia é conduzida, a ordem é agilizar os
depoimentos de quem foi capturado e concluí-los durante o fim de semana.
Policiais envolvidos no caso mencionaram com preocupação a sindicância
aberta pelo Ministério da Justiça contra delegados do caso que haviam
criticado o PT e declarado apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB).
Ao longo da sexta, à medida em que eram atualizadas on-line as listas de
presos, o mundo político acompanhava apreensivo a operação.
Um deputado do PMDB sintetizava o clima ao dizer que o "universo estava
derretendo". O medo de grampo fez parlamentares e autoridades do
Executivo deixar celulares de lado durante o dia.
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