sábado, 15 de novembro de 2014

PF crê que será alvo de investida para desqualificar investigações


O arquivo da Polícia Federal com a lista de futuros presos da Lava Jato na sexta-feira trazia um nome revelador: "O Juízo Final". 
 
A alcunha, que dá nome à sétima fase da operação, dá a dimensão não só da ação que levou para a cadeia alguns dos mais influentes executivos do país como indica o tamanho da reação que a PF e o juiz do caso deverão sofrer nos próximos dias. 

A aposta é de uma investida externa pesada para tentar desqualificar as investigações. 

"Estamos tirando o leite das criancinhas", ironizou um policial. A referência religiosa também está na epígrafe dos mandados, tirada do Eclesiastes da Bíblia: 
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há um tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou." 

Ao atacar empreiteiras, a PF acredita ter atingido em cheio o coração do financiamento de campanhas no Brasil. O desafio, agora, é preservar os trabalhos feitos. Uma saída é pulverizar a Lava Jato em investigações filhotes, mas isso não está decidido. 

 
O delegado Igor Romário de Paula, chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, em coletiva de imprensa sobre a operação Lava Jato da Polícia Federal em Curitiba (PR) Leia mais
 
"A maior pressão deve ser sentida pela cúpula da Polícia Federal", avaliou Marcos Leôncio Ribeiro, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, para quem o pior ainda está por vir. 

No Paraná, onde a ação da polícia é conduzida, a ordem é agilizar os depoimentos de quem foi capturado e concluí-los durante o fim de semana. 

Policiais envolvidos no caso mencionaram com preocupação a sindicância aberta pelo Ministério da Justiça contra delegados do caso que haviam criticado o PT e declarado apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB). 

Ao longo da sexta, à medida em que eram atualizadas on-line as listas de presos, o mundo político acompanhava apreensivo a operação. 

Um deputado do PMDB sintetizava o clima ao dizer que o "universo estava derretendo". O medo de grampo fez parlamentares e autoridades do Executivo deixar celulares de lado durante o dia. 

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