sábado, 15 de novembro de 2014

Diante de pedido de ação militar, Lobão abandona ato anti-Dilma

Um dos personagens que marcaram as eleições presidenciais de outubro, o cantor Lobão ensaiou neste sábado (15) participar de uma manifestação em São Paulo contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), mas desistiu em poucos minutos. 

Ao chegar à Avenida Paulista, ponto de encontro do protesto, vestindo uma camiseta com a palavra "democracia", Lobão se deparou com um carro de som do MBR (Movimento Brasileiro de Resistência), que pedia a intervenção militar no país. Irritado, o cantor deu meia volta e foi embora. 

Segundo relatos ouvidos pela Folha, Lobão afirmou a participantes da manifestação que não concorda com reivindicações que fazem referência à volta do regime militar no Brasil.


Lobão se queixou, no Twitter, daqueles que pregam a volta da ditadura: "Cilada infame! Eu chego no MASP [Museu de Arte de São Paulo] e a primeira coisa que vejo é um mega caminhão com um cartaz com os dizeres 'Intervenção Militar Já'! Palhaçada!"
"Um monte de gente indo embora desapontadíssima com essa invasão de cretinos da extrema direita", acrescentou. 

Durante a campanha, Lobão causou polêmica ao dizer que deixaria o país caso Dilma fosse reeleita. Mas voltou atrás após a vitória da presidente. 

A concentração do ato começou às 14h e a maior parte dos presentes pedia o impeachment de Dilma e a anulação do resultado das eleições de outubro. 

"Fora PT", "Fora Dilma", "Não ao controle da mídia", "Liberdade econômica e política" e "Lula e Dilma eram os chefes do Petrolão" foram algumas das mensagens em bandeiras e cartazes erguidos pelas pessoas, a maioria delas vestindo camisetas do Brasil.

"Estamos aqui hoje não pela intervenção militar, mas pela liberdade. Fora PT", disse um representante do movimento Revoltados Online, um dos responsáveis pela organização. 

Algumas bandeiras de Aécio Neves (PSDB), derrotado na disputa pelo Planalto, eram erguidas em meio aos cartazes.
 
'NÃO É O CASO'
O senador do PSDB Aloysio Nunes (SP), candidato a vice na chapa derrotada de Aécio, esteve no protesto. 

"Vim para participar da manifestação". Questionado se era a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o tucano disse que "não é o caso no momento". 

"Nosso centro tem que ser o combate à corrupção, apuração das denúncias e punição dos responsáveis. O impeachment é questão a ser vista quando tiver provas concretas, provas jurídicas", explicou. "Claro que PSDB apoia [a manifestação], estou aqui". 

Deputado eleito pelo PSC, Eduardo Bolsonaro discursou e disse que "uma plateia seleta, tem o meu crédito". "Aqui não tem baderna, a Polícia Militar não vai deixar ter baderna", afirmou. 

Coronel Telhada, deputado eleito pelo PSDB, por sua vez, afirmou que "lugar de bandido é na cadeia, e não governando". 

De acordo com a PM, a manifestação reuniu cerca de 10 mil pessoas. 

Por volta das 16h, porém, o protesto se dividiu por completo. Um grupo permaneceu na Paulista, enquanto outro, maior, caminhou em direção à Praça da Sé. Um terceiro grupo, com número menor de pessoas e que defende a intervenção militar, seguiu até o Segundo Comando Militar do Sudeste. 

FOLHA

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