O Banco Central informou nesta quinta-feira (20) ao juiz federal Sérgio
Moro que apreendeu R$ 47,8 milhões depositados nas contas bancárias de
16 dirigentes e funcionários de empresas sob investigação na Operação Lava Jato.
Em dois casos, o BC informou que nenhum valor foi encontrado: Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, e Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa. Na conta-corrente de Ildefonso Colares Filho, diretor-presidente da Construtora Queiroz Galvão, havia apenas R$ 4,60.
A informação foi antecipada pelo jornal "O Globo" nesta quinta.
Já o maior valor estava nas contas do vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada: R$ 22,6 milhões.
O empreiteiro Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC Engenharia, mantinha R$ 10,2 milhões em depósitos.
Nas contas do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o BC bloqueou R$ 3,2 milhões. Na conta de sua empresa, a D3TM Consultoria, o valor de R$ 140 mil.
Uma das empresas do lobista Fernando Baiano, a Hawk Eyes Administração de Bens ("Olhos de Falcão", do inglês), mantinha em suas contas R$ 6,5 milhões. Outra empresa de Baiano, a Technis, teve R$ 2 milhões bloqueados.
A documentação enviada pelo BC ao processo não permite concluir se as buscas continuam ou se esse é o resultado final da apuração da instituição bancária. Em ordens de bloqueio, o BC envia uma circular a todas as instituições, que fazem uma varredura em suas agências e informam os resultados de volta ao Judiciário.
O dinheiro bloqueado deverá ser depositado numa conta da Caixa Econômica Federal sob controle do juiz Moro, para eventuais ressarcimentos de danos causados ao erário.
O bloqueio não significa culpa antecipada dos investigados. Trata-se de uma medida de precaução tomada pelo juiz no decorrer do processo, até a decisão final, ainda sem data para ocorrer.
A ordem inicial do juiz era o bloqueio de até R$ 20 milhões por pessoa ou empresa da lista enviada ao BC.
A ordem do juiz não atingiu as contas das grandes empreiteiras investigadas no escândalo, como a OAS, a UTC, a Mendes Júnior e a Engevix, mas sim a de seus dirigentes e funcionários.
Detidos da Lava Jato são soltos em Curitiba
Os executivos tiveram prisão decretada na última sexta-feira (14), na deflagração de mais uma fase da Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de suborno na obtenção de contratos com a Petrobras. Parte deles já foi liberada.
Fernando Baiano foi preso na terça-feira (18), após dias foragido. Ele é suspeito de intermediar repasses de propina ao PMDB, o que o partido nega.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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