A oposição avalia que a sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada
nesta sexta-feira (14) e que prendeu executivos de empreiteiras
suspeitos de envolvimento com desvios da Petrobras, acaba com a
"operação abafa" do governo para invalidar investigações da CPI do
Congresso que apura irregularidades na estatal.
Líderes do DEM e do PPS afirmaram ainda que, diante do estágio da operação, os políticos serão os próximos alvos.
As empresas alvo de ação da Polícia Federal nesta sexta-feira (14), em
nova fase da Operação Lava Jato, têm contratos que somam R$ 59 bilhões
com a Petrobras.
Nove empresas, que pertencem a sete grandes grupos de empreiteiras,
tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos em suas sedes: Camargo e
Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior,
Galvão Engenharia e Iesa. Na lista há mandados de busca e apreensão e
prisões de executivos e empresários.
A operação da PF investiga esquema bilionário de lavagem e desvios de dinheiro envolvendo a estatal.
O líder da oposição, Ronaldo Caiado (DEM-GO) cobrou que a presidente
Dilma Rousseff demita a cúpula da estatal para mostrar que não tem
vinculação com o esquema de corrupção e abra a caixa-preta da empresa.
Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a ação da PF derruba
a movimentação governista para barrar as investigações da CPI da
Petrobras.
O deputado afirmou que vai insistir na convocação para o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, preso nesta manhã. A convocação foi pedida em maio pelos oposicionistas.
Duque foi indicado pelo PT para o alto escalão da empresa. Segundo
congressistas, teria sido lançado pelo ex-ministro José Dirceu (Casa
Civil), condenado e preso no processo do mensalão.
"Os fatos se mostraram maiores do que a operação abafa do governo,
inclusive esta semana tentamos votar a convocação de Renato Duque na
CPMI. Felizmente, a Justiça não está aparelhada e existe independência
na atuação do Ministério Público e Polícia Federal que acabou prendendo o
ex-diretor da Petrobras", disse Mendonça Filho.
Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), a Operação Lava Jato
vai levar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) à ruína. "A
operação desmoraliza a comando da CPMI da Petrobras que se negou a votar
convocação de ex-diretor preso nesta sexta-feira pela Polícia Federal",
afirmou.
Bueno disse que a oposição vai insistir na instalação de uma nova CPI
para em 2015 analisar a situação dos políticos envolvidos no escândalo.
"A parte criminal está sendo realizada com eficiência pelo comando da
operação Lava Jato. Cabe a nós, no Congresso, investigar em uma CPI os
políticos e, após a conclusão das investigações, encaminhar os devidos
pedidos de cassação de mandato para o Conselho de Ética", defendeu o
deputado.
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