sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Políticos são os próximos alvos da polícia, diz oposição

A oposição avalia que a sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (14) e que prendeu executivos de empreiteiras suspeitos de envolvimento com desvios da Petrobras, acaba com a "operação abafa" do governo para invalidar investigações da CPI do Congresso que apura irregularidades na estatal. 

Líderes do DEM e do PPS afirmaram ainda que, diante do estágio da operação, os políticos serão os próximos alvos. 

As empresas alvo de ação da Polícia Federal nesta sexta-feira (14), em nova fase da Operação Lava Jato, têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras. 

Nove empresas, que pertencem a sete grandes grupos de empreiteiras, tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos em suas sedes: Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa. Na lista há mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e empresários. 

A operação da PF investiga esquema bilionário de lavagem e desvios de dinheiro envolvendo a estatal.


O líder da oposição, Ronaldo Caiado (DEM-GO) cobrou que a presidente Dilma Rousseff demita a cúpula da estatal para mostrar que não tem vinculação com o esquema de corrupção e abra a caixa-preta da empresa. 

Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a ação da PF derruba a movimentação governista para barrar as investigações da CPI da Petrobras. 

O deputado afirmou que vai insistir na convocação para o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, preso nesta manhã. A convocação foi pedida em maio pelos oposicionistas. 

Duque foi indicado pelo PT para o alto escalão da empresa. Segundo congressistas, teria sido lançado pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), condenado e preso no processo do mensalão. 

"Os fatos se mostraram maiores do que a operação abafa do governo, inclusive esta semana tentamos votar a convocação de Renato Duque na CPMI. Felizmente, a Justiça não está aparelhada e existe independência na atuação do Ministério Público e Polícia Federal que acabou prendendo o ex-diretor da Petrobras", disse Mendonça Filho. 

Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), a Operação Lava Jato vai levar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) à ruína. "A operação desmoraliza a comando da CPMI da Petrobras que se negou a votar convocação de ex-diretor preso nesta sexta-feira pela Polícia Federal", afirmou. 

Bueno disse que a oposição vai insistir na instalação de uma nova CPI para em 2015 analisar a situação dos políticos envolvidos no escândalo. 

"A parte criminal está sendo realizada com eficiência pelo comando da operação Lava Jato. Cabe a nós, no Congresso, investigar em uma CPI os políticos e, após a conclusão das investigações, encaminhar os devidos pedidos de cassação de mandato para o Conselho de Ética", defendeu o deputado. 


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