segunda-feira, 24 de novembro de 2014

PF investiga Odebrecht em inquérito à parte

A Polícia Federal dividiu a Operação Lava Jato e abriu inquérito para apurar "eventuais crimes de peculato [desvio de recursos] e lavagem de dinheiro" cometidos por controladores do grupo Odebrecht, dono da maior construtora do país, com receita bruta de R$ 97 bilhões. 
 
A empreiteira foi alvo de mandados de busca e apreensão na sétima fase da operação, no dia 14, mas não chegou a ter executivos detidos, como ocorreu com outras empresas –foram presos funcionários de oito delas. 

O inquérito, aberto no fim do mês passado, aponta que a PF ainda está levantando informações sobre um possível envolvimento da Odebrecht com o esquema de desvio de recursos da Petrobras. 

Por isso, a Justiça solicitou à construtora informações sobre contratos firmados com empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef, usadas para lavagem de dinheiro. 

Em depoimento à Justiça, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa havia afirmado que recebeu "recursos ilícitos repassados pela empresa Odebrecht, citando o executivo Márcio Faria como parte integrante do esquema", de acordo com o juiz Sergio Moro.

Segundo a PF, Márcio Faria é diretor da Odebrecht Plantas Industriais e Participações, uma empresa do grupo. Com base nessas informações, também está sendo questionado à Odebrecht se houve pagamentos a Costa. 

O ex-diretor apontou ainda que a Odebrecht fazia parte do cartel formado para fraudar licitações na estatal.

No relatório que justifica a abertura de inquérito, a PF cita denúncia criminal realizada pelo Ministério Público do Rio que apontou a "suposta concessão de vantagens financeiras indevidas" à Odebrecht em licitação da área internacional da Petrobras.
 
OUTRO LADO
Procurada, a Odebrecht diz que o inquérito surgiu "a partir de notícias da imprensa e de uma ação que já tramita no Rio de Janeiro, que é o juízo competente para o caso". 

A empresa nega ter feito pagamentos a Paulo Roberto Costa, "a qualquer executivo ou ex-executivo da estatal" ou às empresas de Youssef. 

A Petrobras diz que deu explicações sobre o tema e está "à disposição para eventuais esclarecimentos adicionais".


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