A oposição protocolou nesta quinta-feira (20) representações solicitando
o afastamento imediato da presidente da Petrobras, Graça Foster, do
cargo sob a acusação de que teria mentido durante depoimento da CPI do
Congresso que investiga irregularidades na estatal.
Os pedidos foram encaminhados para a Procuradoria da República no
Distrito Federal e pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
da União.
Assinadas pelo líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), as ações argumentam que Graça não informou à CPI
que a estatal foi comunicada sobre descobertas do Ministério Público
holandês de que funcionários da empresa receberam propina da SBM
Offshore.
A oposição a acusa de mentir em 11 de junho, quando esteve no colegiado.
Na ocasião, Marco Maia (PT-RS) perguntou se a Petrobras estava
respondendo a alguma "ação no exterior ou no Brasil por conta dessa
denúncia". Graça negou.
Ricardo Borges - 17.nov.2014/Folhapress | ||
Os diretores da Petrobras e a presidente da estatal, Graça Foster, concedem uma entrevista coletiva |
Em 27 de maio, 15 dias antes, a Petrobras havia recebido uma carta
enviada pela SBM, fornecedora de plataformas, avisando que o Ministério
Público holandês tinha informação de que "foram pagos valores a
empregados da Petrobras por meio do representante no Brasil".
Na representação enviada à Procuradoria da República no DF, Imbassahy
solicita que seja analisada a possibilidade de instauração de inquérito
criminal para investigar a prática dos crimes de falso testemunho e
prevaricação.
"Ela perdeu a autoridade moral e mentiu durante o depoimento desta CPMI.
Não apenas para os senhores deputados e senhores senadores, mas mentiu
para o povo brasileiro", disse Imbassahy.
O tucano acusa Graça ainda de ter utilizado seu cargo para dificultar a
investigação e ainda transferir imóveis a familiares depois de saber das
denúncias.
"Tudo isso sem falar na continuada insistência nos diversos depoimentos
no Congresso Nacional de que o negócio na refinaria de Pasadena [ nos
EUA] não teria qualquer irregularidade, mesmo sabendo de diversos
indícios da falcatrua", completou.
Na CPI, Graça disse que a apuração interna, entre entre fevereiro e abril, não havia descoberto irregularidades.
Só nesta segunda (17) ela anunciou que a estatal tinha conhecimento dos elementos da investigação internacional.
"Imediatamente mesmo, informamos à SBM que ela não participaria de nenhuma licitação conosco".
Procurada, a Petrobras diz que a SBM não confirmou o pagamento de
propina, como diz o Ministério Público da Holanda. Conclui, dizendo que,
ao receber a carta da ex-fornecedora, a repassou às autoridades
competentes. Diz ainda que não reabriu investigação interna após as
informações passadas pela SBM.
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