O adiamento da posse
dos futuros ministros da área econômica também suspendeu o anúncio de
novas medidas econômicas previstas para serem apresentadas na
quinta-feira.
Segundo a Folha apurou, a nova equipe econômica não teve tempo de
analisar com profundidade o teor de todas as propostas, por isso o
cancelamento da posse esperada para ocorrer já na sexta-feira.
Algumas das ações foram consideradas "insuficientes" por auxiliares
presidenciais para, de um lado, promover a redução do gasto público e,
de outro, ajudar a impulsionar o tímido crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) no ano que vem.
Fabio Braga/Adriano Vizoni/Folhapress |
Joaquim Levy e Nelson Barbosa vão assumir a Fazenda e o Planejamento, respectivamente |
EQUIPE ECONÔMICA
O futuro time de Dilma Rousseff é composto por Joaquim Levy (Fazenda);
Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini, que permanece no
Banco Central.
Conforme funcionários do governo, algumas das ações requerem o envio de
projetos para o Congresso e, por essa razão, exigem cuidado e tempo para
acertar qual o melhor instrumento, se projeto de lei ou medida
provisória.
Ao adiar a posse do novo time econômico por dificuldades de tirar as
medidas do forno, a presidente da República inovou: terá, no curto
prazo, comando duplo na Fazenda e no Planejamento.
MEDIDAS
Na terça-feira (25), um pacote de medidas para reequilibrar as contas
públicas, fechado por Guido Mantega, foi entregue à presidente Dilma
Rousseff. Entre elas está a volta da cobrança da Cide (contribuição para regular o preço dos combustíveis).
Segundo a Folha apurou, a decisão final será tomada em reunião da
presidente com a nova equipe econômica. Nesta terça, ela recebeu no
Planalto o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o novo ministro
do Planejamento, Nelson Barbosa.
Na reunião, da qual participaram Alexandre Tombini –que será mantido no
cargo como presidente do BC– e Aloizio Mercadante (Casa Civil), foram
discutidas as novas medidas e a futura equipe econômica.
MEDIDAS
Reportagem da Folha publicada no sábado (22) informou que a
presidente Dilma Rousseff havia encarregado sua nova equipe econômica de
divulgar, no dia em que fosse anunciada oficialmente, um conjunto de medidas para garantir "a sustentabilidade fiscal" do governo e atrair investimentos para retomar o crescimento da economia.
Um assessor presidencial disse à Folha que os novos ministros
deveriam propor ajustes de efeito imediato e ações de médio e longo
prazos para garantir "confiança e sustentabilidade" ao país.
A ideia, na área fiscal, é fazer um ajuste "gradual e consistente" das
contas públicas nos próximos anos, buscando ao mesmo tempo retomar a
política de economia de gastos para pagar a dívida pública (superavit
primário) e evitar um cenário de recessão econômica no país.
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POLÍTICA E ECONOMIA