Um ano depois das primeiras prisões do processo do mensalão, que
aconteceram no dia 15 de novembro de 2013, a maior parte dos políticos
condenados no esquema já está fora da cadeia.
O ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares, por exemplo, cumprem suas penas no regime aberto, tendo que passar as noites e os fins de semana em suas casas.
Ao todo, 24 foram condenados, sendo 11 políticos. Um deles, o ex-deputado José Borba (PMDB-PR), foi condenado a 2 anos e 6 meses de prisão, por isso, sua pena foi convertida em prestação de serviços comunitários.
Entre os outros dez, seis já obtiveram a progressão do regime semiaberto para o aberto. Além de Dirceu, Delúbio e Genoino, compõem a lista os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR), Bispo Rodrigues (PR) e Pedro Henry (PP).
Editoria de Arte/Folhapress |
O delator do esquema, Roberto Jefferson, por sua vez, só não está em tempo de pedir progressão de regime pois foi preso em fevereiro, não em novembro como os primeiros detidos. A expectativa é que no início de 2015 ele também obtenha a progressão.
Com os políticos soltos, seguem atrás das grades os operadores do esquema, entre eles o publicitário Marcos Valério e ex-dirigentes do Banco Rural, condenados a um regime inicialmente fechado.
Segundo a lei, após cumprir um sexto da pena, o preso pode pedir progressão para um regime mais brando.
Como a maior parte dos políticos trabalhou e estudou na prisão, foi possível reduzir penas e antecipar a saída. Advogados dos presos já soltos ressaltaram que a progressão faz parte da lei e que seus clientes cumpriram parte da pena para obter o benefício.
A assessoria de Dirceu destacou que, além da progressão ser legal, o ex-ministro foi prejudicado em parte de sua pena, uma vez que passou um período sem autorização para trabalhar fora da prisão, apesar de ter cumprido pena no regime semiaberto.
O advogado de Delúbio Soares, Arnaldo Malheiros, disse que, mesmo no regime aberto, seu cliente está num sistema de prisão. Segundo ele, além de ser obrigado a se recolher em casa às noites e nos fins de semana, ele enfrenta constante vigilância do Estado. "Meu cliente está com uma série de direitos restritos. A única diferença é que não dorme mais na cadeia."
Por outro lado, o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que isso "mostra que o julgamento não foi justo para todos".
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