domingo, 16 de novembro de 2014

Após um ano, maior parte dos políticos do mensalão está 'solta'

Um ano depois das primeiras prisões do processo do mensalão, que aconteceram no dia 15 de novembro de 2013, a maior parte dos políticos condenados no esquema já está fora da cadeia. 

O ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares, por exemplo, cumprem suas penas no regime aberto, tendo que passar as noites e os fins de semana em suas casas. 

Ao todo, 24 foram condenados, sendo 11 políticos. Um deles, o ex-deputado José Borba (PMDB-PR), foi condenado a 2 anos e 6 meses de prisão, por isso, sua pena foi convertida em prestação de serviços comunitários. 

Entre os outros dez, seis já obtiveram a progressão do regime semiaberto para o aberto. Além de Dirceu, Delúbio e Genoino, compõem a lista os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR), Bispo Rodrigues (PR) e Pedro Henry (PP).




                                         Editoria de Arte/Folhapress
Três já apresentaram pedidos para a progressão e aguardam decisão do relator do processo, ministro Luís Roberto Barroso. São eles: os ex-deputados Romeu Queiroz (PTB), Pedro Corrêa (PP) e João Paulo Cunha (PT). 

O delator do esquema, Roberto Jefferson, por sua vez, só não está em tempo de pedir progressão de regime pois foi preso em fevereiro, não em novembro como os primeiros detidos. A expectativa é que no início de 2015 ele também obtenha a progressão. 

Com os políticos soltos, seguem atrás das grades os operadores do esquema, entre eles o publicitário Marcos Valério e ex-dirigentes do Banco Rural, condenados a um regime inicialmente fechado.

Segundo a lei, após cumprir um sexto da pena, o preso pode pedir progressão para um regime mais brando. 

Como a maior parte dos políticos trabalhou e estudou na prisão, foi possível reduzir penas e antecipar a saída. Advogados dos presos já soltos ressaltaram que a progressão faz parte da lei e que seus clientes cumpriram parte da pena para obter o benefício.

A assessoria de Dirceu destacou que, além da progressão ser legal, o ex-ministro foi prejudicado em parte de sua pena, uma vez que passou um período sem autorização para trabalhar fora da prisão, apesar de ter cumprido pena no regime semiaberto. 

O advogado de Delúbio Soares, Arnaldo Malheiros, disse que, mesmo no regime aberto, seu cliente está num sistema de prisão. Segundo ele, além de ser obrigado a se recolher em casa às noites e nos fins de semana, ele enfrenta constante vigilância do Estado. "Meu cliente está com uma série de direitos restritos. A única diferença é que não dorme mais na cadeia." 

Por outro lado, o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que isso "mostra que o julgamento não foi justo para todos".


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