As negociações para a mudança na equipe que inaugurará o segundo mandato
não começaram para a maioria dos postos. A única operação já em curso é
para a escolha do titular da Fazenda.
Dilma tem conversado pouco sobre os seus planos para a equipe econômica.
Na semana que vem, pretende falar com o ex-presidente Lula. Entretanto,
seus subordinados duvidam de uma definição nos próximos dias.
Segundo assessores presidenciais, dois critérios vão pesar na escolha da
nova equipe: representatividade política (o ministro terá de controlar
sua bancada no Congresso) ou notabilidade na área em que for comandar.
Em diálogos recentes, Lula avisou a petistas que Dilma tem de repaginar
seu ministério de maneira profunda e que o espaço do PT deve ser
sacrificado com os futuros remanejamentos e demissões.
O PT, por exemplo, reconhece que pode perder Fazenda e Educação, duas pastas nas mãos da sigla desde 1º de janeiro de 2003.
Nenhuma das apostas para liderar a equipe econômica é filiado à legenda.
Entre os mais citados estão Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco
Central no governo Lula), nome apoiado pelo ex-presidente; Nelson
Barbosa (ex-número 2 da Fazenda na gestão Dilma), alternativa que tem a
simpatia do PT e de empresários; e Alexandre Tombini, atual chefe do BC.
Auxiliares diretos da presidente têm dúvidas sobre a indicação de Meirelles, nome descartado por Dilma em reformas anteriores.
Esses interlocutores lembram que, durante a campanha, a então candidata
fez um discurso muito forte contra banqueiros, e que pegaria mal nomear
"um deles" agora. Outros auxiliares ponderam que a escolha de alguém
chancelado pelo sistema financeiro afastaria a pecha de governo
"antimercado".
Articulador
No caso da Educação, a possível saída do PT do comando da pasta também
não é trivial. O ministério terá, em 2015, a segunda maior verba para
investimento da Esplanada (R$ 12,6 bilhões) –perderá apenas para os
Transportes, com R$ 13,5 bilhões, hoje comandado pelo PR.
Dilma gostaria de nomear o governador Cid Gomes (Ceará) para a cadeira,
mas este resiste por preferir um cargo no BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) fora do país.
Para compensar a perda, o PT quer reconquistar o Ministério das Cidades, há anos nas mãos de partidos aliados.
A pasta é o quarto maior orçamento para investir (R$ 7,1 bilhões) e
controla o Minha Casa Minha Vida, programa visto como ativo vantajoso
para fazer política local por meio da entrega de residências nos mais
variados municípios do país.
O problema é que há concorrência. O PP quer se manter no posto e o PSD
gostaria de conduzir seu presidente nacional, Gilberto Kassab, para lá.
Dilma, no entanto, teria outros planos para o ex-prefeito de São Paulo,
tido como bom articulador político.
A presidente deseja colocá-lo na Secretaria de Relações Institucionais,
gabinete responsável pela interface do governo com o Congresso, uma das
áreas mais sensíveis no próximo mandato.
-
DE CARA NOVA
Os cotados para o ministério no 2º mandato
- Henrique Meirelles Ex-presidente do BC, é cotado para o Ministério da Fazenda
- Nelson Barbosa Ex-secretário-executivo da Fazenda, pode virar ministro
- Alexandre Tombini Atual presidente do BC, pode comandar a pasta da Fazenda
- Gilberto Kassab Pode ir para Cidades ou para Relações Institucionais
- Kátia Abreu A senadora está cotada para o Ministério da Agricultura
- Jaques Wagner Comunicações ou Desenvolvimento
- Juca Ferreira Cotado para voltar ao Ministério da Cultura
h3. OUTRAS APOSTAS
* Jorge Viana Meio Ambiente
* Jorge Viana Meio Ambiente
- César Borges Transportes
- Cid Gomes Educação
- Ricardo Berzoini Comunicações, Trabalho ou Previdência
- Miguel Rossetto Secretaria-geral
TIME DE VETERANOS
Quem deve continuar na Esplanada e quem pode sair
h3. QUEM PODE FICAR
* Aloizio Mercadante Ministro da Casa Civil, deve continuar no cargo
* Aloizio Mercadante Ministro da Casa Civil, deve continuar no cargo
- José Eduardo Cardozo Ministro da Justiça, deve continuar no cargo
- Ricardo Berzoini Secretaria de Relações Institucionais –Pode mudar de pasta
- Miguel Rossetto Ministro do Desenvolvimento Agrário –Pode mudar de pasta
- Luiz Alberto Figueiredo Relações Exteriores
- Moreira Franco Aviação Civil
- Tereza Campello Desenvolvimento Social
- César Borges Portos –Pode mudar de pasta
- Alexandre Tombini Banco Central –Pode mudar de pasta
- Afif Domingos Micro e Pequena Empresa
- Arthur Chioro Saúde
- Luís Inácio Adams Advocacia-geral da União
- Eleonora Menicucci Políticas para as Mulheres
- José Elito Siqueira Gabinete de Segurança Institucional
h3. QUEM PODE SAIR
* Guido Mantega (Fazenda) –Presidente anunciou sua saída
* Guido Mantega (Fazenda) –Presidente anunciou sua saída
- Marta Suplicy (Cultura) –Já deixou o governo
- Henrique Paim (Educação)
- Gilberto Occhi (Cidades)
- Franciso José Coelho Teixeira (Integração Nacional)
- Neri Geller (Agricultura)
- Jorge Hage (Controladoria Geral da União)
- Miriam Belchior (Planejamento)
- Edison Lobão (Minas e Energia)
- Paulo Sérgio Passos (Transportes)
- Celso Amorim (Defesa)
- Eduardo Benedito Lopes (Pesca)
- Ideli Salvatti (Direitos Humanos)
- Garibaldi Alves (Previdência Social)
- Gilberto Carvalho (Secretaria-geral)
- Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
- Aldo Rebelo (Esporte)
- Manoel Dias (Trabalho)
- Clelio Campolina (Ciência e Tecnol.)
- Paulo Bernardo (Comunicações)
- Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
- Vinicius Nobre Lages (Turismo)
- Thomas Traumann (Comunicação Social)
- Luiza Bairros (Igualdade racial)
- Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos)
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POLÍTICA E ECONOMIA