O tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, fez nesta sexta-feira
(28) um discurso em sua defesa durante a reunião do diretório nacional
do partido, em Fortaleza, para dizer que todas as contribuições que
recebeu para a legenda são legais. "Nunca fiz nada de errado", afirmou.
Vaccari foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa como intermediário do PT no repasse de dinheiro desviado
da estatal no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
O tesoureiro afirmou ainda que a quebra de seu sigilo é uma "ação
midiática" e que isso já foi feito outras vezes –durante as
investigações do caso Bancoop, por exemplo– e que "nunca acharam nada".
Alan Marques - 30.mar.2010/Folhapress | ||
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, durante audiência pública na Câmara dos Deputados |
Após a rápida intervenção, o presidente nacional do PT, Rui Falcão,
falou em favor do correligionário e disse que "a maior defesa de Vaccari
é a sua vida". O dirigente petista pediu palmas em solidariedade ao
tesoureiro e foi prontamente atendido.
Vaccari tem dito a aliados que é vítima de "injustiça" ao ver seu nome
aparecer citado nas investigações. Para ele, estão querendo transformar
"doações legais em ilegais".
Nos bastidores, petistas reclamam do que classificam como
"instrumentalização" da Polícia Federal, com delegados que querem "pegar
o PT a qualquer custo".
DOCUMENTO
A cúpula do partido concluiu no fim da manhã desta sexta a redação de um
texto que servirá de base para a resolução que será aprovada no fim do
encontro, neste sábado (29).
No documento, os principais pontos se referem à reforma política e à
regulação da mídia. Petistas garantem que a presidente Dilma Rousseff
prometeu realizar uma consulta popular para debater a democratização dos
meios de comunicação no segundo semestre de 2015.
O texto faz ainda acenos a algumas bandeiras de esquerda, como a redução
da jornada de trabalho para 40 horas semanais e um pedido de
mobilização nacional para rever o fator previdenciário, como forma de
atrair os movimentos sociais.
A avaliação é que é importante "compensar" –com medidas que tenham
respaldo da militância petista– as escolhas para a formação da nova
equipe econômica da presidente de Dilma, considerada por quadros do
partido como "liberal".
A proposta reconhece ainda os problemas do PT com o tema da corrupção,
sensível ao partido desde o mensalão, e defende apurar o esquema de
fraude na Petrobras. No entanto, faz a crítica de que a PF estaria
"instrumentalizando" as investigações.
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