terça-feira, 1 de setembro de 2015

PF indicia José Dirceu, Vaccari e mais 12 pessoas em inquérito na Lava Jato

Petrolão Hedeson Alves/Efe
O ex-ministro José Dirceu, preso na Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba
O ex-ministro José Dirceu, preso na Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba


 A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira (1º) o ex-ministro José Dirceu e outras 13 pessoas suspeitas de desvios em contratos da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.

Entre os indiciados, estão também o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo, e o empreiteiro Gerson Almada, da Engevix.

O relatório da Polícia Federal, assinado pelo delegado Márcio Adriano Anselmo, diz que a investigação se insere em "um contexto maior de desvio de recursos em que uma estrutura criminosa sistêmica foi inserida no seio estrutura do governo federal".

No documento, referente a dois inquéritos finalizados nesta terça e já enviados à Justiça Federal no Paraná, a PF concluiu que foram usados cerca de R$ 59 milhões em pagamento de propina dentro do esquema de desvio de recursos na Petrobras. Os policiais estimam, no entanto, que esse valor pode chegar a R$ 80 milhões.

O documento afirma ainda que indicações para cargos públicos na Petrobras geravam "cobrança" de valores de prestadores de serviço para custeio do núcleo criminoso que dirigia o pais".

A Polícia Federal diz que o ex-ministro foi favorecido em duas frentes. Na primeira, afirma o relatório, ele recebia uma parcela do faturamento das empresas Hope e Personal, que tinham contratos de terceirização com a Petrobras. As duas companhias fecharam o negócio com a estatal por meio dos irmãos Fernando e Olavo Moura, que também foram indiciados.

Na segunda frente, também segundo a investigação, o ex-ministro recebia propina de empreiteiras que faziam obras para a estatal, como a Engevix, OAS, UTC e Odebrecht.

Paralelamente, a PF pediu o afastamento de Roberto Marques, funcionário da Assembleia Legislativa de São Paulo, que é ex-assessor de Dirceu.

A legislação permite o afastamento cautelar de servidores em caso de indiciamento por lavagem de dinheiro.

A Folha apurou que as investigações da PF na Operação Pixuleco continuarão em andamento e pode haver mais indiciamentos em um relatório final, incluindo investigados que não estão presos. Os investigadores tinham um prazo para fazer o indiciamento dos investigados presos, por isso estes dois relatórios finalizados nesta terça (1º) se referem a eles, mas a investigação pode continuar em relação a outros.

PRISÃO

 
O ex-ministro foi preso há um mês na 17ª fase da Lava Jato, batizada de "Pixuleco". Dirceu até agora ficou em silêncio ao prestar depoimentos na CPI da Petrobras e à Polícia Federal.

A PF decidiu indiciá-lo sob suspeita de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Depoimentos do delator Milton Pascowitch, que diz ter intermediado repasses ao ex-ministro, ajudaram a embasar as conclusões da investigação. O delator também foi indiciado.

A reportagem ainda não conseguiu localizar os advogados dos suspeitos.

VEJA 14 OS INDICIADOS


    José Dirceu
    Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (irmão de Dirceu)
    Roberto Marques (assessor de Dirceu)
    Julio Cesar dos Santos (auxiliar de Dirceu)
    Milton Pascowitch
    José Adolfo Pascowitch (irmão de Milton)
    Fernando Moura
    Olavo Moura
   Camila Ramos de Oliveira e Silva (filha de    Dirceu)
    Renato Duque
    João Vacari Neto
    Gerson Almada (executivo da Engevix)
    Cristiano Kok (executivo da Engevix)
 José Antunes Sobrinho (executivo da Engevix)

FOLHA

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