segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ao comentar relatório de delegado, Lula se diz alvo de perseguição

David Fernández/Efe
BAS01. BUENOS AIRES (ARGENTINA), 10/09/2015.- El expresidente brasileño Luiz Inacio Lula Da Silva interviene en la apertura del tercer Congreso Internacional de Responsabilidad Social hoy, jueves 10 de septiembre de 2015, en Buenos Aires (Argentina). EFE/David Fernández ORG XMIT: BAS01
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante viagem à Argentina

14/09/2015 17h15

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou, nesta segunda-feira (14), do delegado federal Josélio Azevedo de Sousa, que solicitou que ele fosse ouvido num inquérito num desdobramento da Operação Lava Jato

Em conversas com aliados, Lula afirmou que essa é uma tentativa de atingi-lo politicamente, uma vez que o próprio delegado reconhece, em seu relatório, não haver provas de seu envolvimento direto no desvio de recursos da Petrobras.

Após chegar de viagens ao Paraguai e à Argentina, Lula conversou neste fim de semana com aliados sobre a atuação de Souza, que, na quinta (10), solicitou que fosse ouvido no inquérito que trata de parlamentares com foro privilegiado como desdobramento da Operação Lava Jato.

Segundo seus interlocutores, Lula afirmou que o pedido será usado como munição da oposição. Ainda segundo eles, o ex-presidente reclamou de excessos cometidos por delegados da PF sob a condução do ministro José Eduardo Cardozo.

Um dos principais interlocutores de Lula, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirmou que essa é uma medida "despropositada". Damous disse ainda que o pedido "foi criado para beneficiar a oposição".

"Não conversei com Lula, mas se ele não pensasse assim eu discordaria dele. Estou preocupado com essa partidarização da PF".

O pedido ainda será analisado pela Procuradoria-Geral da República. Pelas regras em vigor no STF, os pedidos da PF só são avaliados pelo ministro relator dos casos da Lava Jato, Teori Zavascki, depois de uma manifestação formal do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Se Janot for contrário à ideia de ouvir Lula, o ministro do STF não irá ouvi-lo.

Em seu relatório, o delegado reconhece que não há provas do envolvimento direto de Lula, porém considera que a investigação "não pode se furtar à luz da apuração dos fatos" se o ex-presidente foi ou não beneficiado "pelo esquema em curso na Petrobras", "obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal".

Ao citar eventuais indícios sobre o papel de Lula no esquema da Petrobras, o delegado reconheceu que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa apenas "presumem que o ex-presidente da República tivesse conhecimento do esquema de corrupção", tendo em vista "as características e a dimensão do mesmo". 



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