sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Benefícios de presidente do Senado incluem carro e casa oficiais e voos da FAB

  • arte UOL
    Voo da FAB, residência oficial e carro Hyundai: benefícios do cargo Voo da FAB, residência oficial e carro Hyundai: benefícios do cargo
O presidente do Senado comanda a pauta legislativa da Casa e do Congresso Nacional e é o terceiro na linha sucessória da Presidência da República. Mas o acúmulo de poder não é a única vantagem do cargo. O parlamentar na direção do Senado tem residência oficial em bairro nobre de Brasília, carro com dois motoristas, um batalhão de funcionários e jatos da FAB (Força Aérea Brasileira) a sua disposição.


A eleição para escolher o presidente para o período 2015-2016 ocorre no próximo domingo (1º). Até o momento, nenhuma candidatura formal foi apresentada ao Senado.


Uma possibilidade que deve se confirmar é que ocorra um racha no PMDB, que terá dois candidatos. O senador Luiz Henrique (SC) – membro da ala que se define como independente --  afirmou na terça-feira (27) que irá lançar candidatura à presidência. E nos bastidores, sabe-se que o atual presidente, senador Renan Calheiros (AL), também deverá tentar a reeleição. O PMDB marcou uma reunião para esta sexta-feira para decidir quem será o nome do partido.


Apesar de não ganhar mais que os demais senadores -- o contracheque do presidente é igual ao dos outros parlamentares, cerca de R$ 33,7 mil --, ele recebe uma série de benefícios.  Veja as vantagens de se assumir a presidência do Senado:

  • Residência oficial de 450 m²: A residência oficial do presidente do Senado fica em uma área nobre de Brasília, conhecida como Península dos Ministros. A região é chamada assim porque políticos e autoridades moram em casas luxuosas ali. Entre os gastos com a moradia, há valores até curiosos. Segundo o Contas Abertas, o Senado Federal vai desembolsar R$ 3.000 para a associação de moradores da península para "segurança, conservação, melhoramento e aformoseamento" da área. As despesas com funcionários e manutenção são custeadas pelo Senado. A casa tem 450 m², quatro quartos, três salas, biblioteca e jardim, escritório, sala de jantar e piscina.
  • Viagens em voos da FAB: O presidente do Senado pode usar jatos da FAB para viagens de trabalho e não tem limites de número de passagens para voo comercial. Por mês, cada senador tem direito a cinco passagens aéreas de ida e volta da capital do seu Estado para Brasília.
  • Passaporte diplomático: As viagens internacionais também podem ser facilitadas. O Itamaraty informou que Renan Calheiros, o atual presidente, tem passaporte diplomático desde 2011 e que o documento vale até abril deste ano. É preciso ressaltar, no entanto, que o decreto que estabelece parâmetros para a obtenção deste tipo de passaporte não faz distinção entre o presidente do Senado Federal e os demais parlamentares, apenas diz que "membros do Congresso" podem obtê-lo.
  • Gabinetes: o senador tem direito a um gabinete próprio da presidência. O escritório tem móveis rebuscados e é mais amplo, são 622,81 m² com sala de audiências, sala do presidente, sala de cerimonial e salas de secretárias e assessorias. Além disso, pode contratar 37 funcionários comissionados exclusivos para a presidência. Vale lembrar que independente do benefício da presidência, o parlamentar também mantém os funcionários de seu gabinete pessoal e pode contratar até 55 funcionários para ele. Também pode receber o chamado "cotão", que varia entre R$ 21 mil e R$ 44 mil para os gastos com escritórios nos seus Estados. O senador também tem celular ilimitado.
  • Veículo oficial e combustível: o parlamentar também tem à disposição um carro com motorista. O atual carro usado pela presidência da Casa é um Hyundai Azera 2013. Não há limite para o uso da gasolina. 



Eleições para a presidência da Câmara e do Senado 

27.jan.2015 - Candidato a presidência da Câmara dos Deputados pelo PSOL, o deputado Chico Alencar, concede entrevista sobre sua candidatura. A sigla, que terá cinco deputados na próxima legislatura, costuma lançar candidato à presidência da Câmara para marcar posição. Em 2013, Alencar ficou em quarto lugar, com 11 votos Leia mais Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Perto da ruína, alguma sensatez

À beira da ruína, a Petrobras começa a recuperar a lucidez. Aliás, seria um tanto mais justo dizer que o governo soltou algemas da empresa, que, no entanto, ainda não foi libertada do cárcere da má administração pública federal. A empresa vai passar o facão nas despesas, vai juntar quanto dinheiro puder, ficando um tanto menor do que o governo a imaginava, em parte de modo delirante. 

Note-se que, de 2010 para 2014, o endividamento relativo da empresa (ponderado pela receita) foi multiplicado por quase cinco. 

A Petrobras enfim deixa um pouco mais claro como vai ser o seu "ajuste". Faz tal coisa à maneira dos governos federal e estaduais, que procrastinaram ou procrastinam até o abismo em vez de tomar medidas a fim de evitar a falta de água, luz e dinheiro no caixa. 

Em entrevistas na tarde de ontem, a direção da Petrobras anunciou que não vai fazer dívida alguma em 2015; muito pouco em 2016 e 2017. Neste ano, vai reduzir o investimento em um terço, quase R$ 30 bilhões. Vai manter o preço de gasolina e diesel a fim de compensar, em um ano e meio ou dois, o prejuízo imposto pelo governo até o ano passado, que a obrigava a vender produto abaixo do custo. Vai vender parte menos interessante do patrimônio. Quer dar um jeito de cancelar subsídios para o gás industrial e óleo combustível. Deve recuperar uns papagaios devidos por outras partes do setor público. No limite, "talvez considere a possibilidade" de não distribuir lucro aos acionistas, caso tenha lucro, aliás. 

"A curva de produção da companhia será atenuada. O mote do nosso plano é o redimensionamento da Petrobras em termos de financiabilidade", disse Graça Foster.

Além de ter causado o desaparecimento de vários anjos, silfos e fadas protetores da língua portuguesa, o que significa essa declaração da presidente da Petrobras? Que tanto por prudência como escassez de dinheiro, a empresa vai pisar no freio de projetos ou investir menos, o que vai, grosso modo, impedir que a produção da empresa cresça tão rapidamente como o previsto nos últimos anos, anos, aliás, de metas frustradas. A Petrobras vai furar menos poço, vai adiar a conclusão de fábricas de derivados de petróleo, refinarias. 

Não pagar dividendos, não dar lucro aos acionistas, é, a princípio, sinal de desgraça e vexame quase terminal para uma empresa. No entanto, dados os desastres e os azares simultâneos que atropelam a Petrobras, no curto prazo é uma atitude sensata (ainda que talvez inevitável). Melhor do que entupir a empresa de ainda mais dívida, dívida agora muito mais cara. Melhor do que empurrar a tarefa de tapar um eventual buraco para o conjunto dos brasileiros, pendurando a conta no Tesouro Nacional, o que, além de indecente, lançaria descrédito também sobre a política de recuperação das finanças do governo federal. 

O saneamento da empresa depende do fim de outras ilusões, delírios do Planalto, como o exagero da política de conteúdo nacional, que está ruindo sob o próprio peso, ou da participação compulsória da empresa em novas explorações do pré-sal, no entanto ora em hibernação. Mas, enfim, a empresa começa a cair na real. 


vinicius torres freire Vinicius Torres Freire está na Folha desde 1991. Foi secretário de Redação, editor de 'Dinheiro', 'Opinião', 'Ciência', 'Educação' e correspondente em Paris. Em sua coluna, aborda temas políticos e econômicos. Escreve de terça a sexta e aos domingos

País não economiza para pagar juros da dívida pela 1ª vez em 13 anos

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O país não conseguiu economizar para pagar os juros da dívida pública em 2014, e fechou o ano com um chamado deficit primário de R$ 32,536 bilhões, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (30).

Foi a primeira vez que a economia feita para pagamento de juros ficou negativa desde o início da série histórica do BC, em 2001. Em 2013, o resultado tinha sido positivo em R$ 91,3 bilhões.

Essas contas se referem ao resultado do governo central (que inclui Tesouro Nacional, BC e Previdência) somados às contas dos Estados, municípios e empresas estatais.

No ano passado, o governo central teve resultado negativo de R$ 20,5 bilhões; os governos regionais tiveram deficit de R$ 7,8 bilhões; e as estatais perderam R$ 4,3 bilhões.

O resultado do chamado governo central é diferente pelo cálculo do BC e pelo cálculo do Tesouro Nacional, divulgado na véspera. Eles consideram as mesmas instituições, mas usam metodologias diferentes para chegar ao resultado final.

UOL

As contas de Dilma não prestam

 
Publicado em 29 de jan de 2015
A matemática vive desmentindo a presidente. Hoje chegou a fatura das contas do governo do ano passado. O rombo é de R$17 bilhões. Mas Dilma não tinha prometido superávit de R$100 bilhões? Prometeu, mas não cumpriu. Agora ela cria um grupo de trabalho e promete economizar R$ 66 bilhões em 2015. Alguém acredita?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Um Levy na Petrobras

 
Conselheiros da presidente, gente próxima de Dilma Rousseff, até ministros, diziam ontem que Graça Foster não teria mais condições de continuar na presidência da Petrobras. Graça estaria "por um fio, mas o fio está na mão da presidente". 


A nova barafunda em torno da troca do comando da Petrobras, óbvio, se deve à incapacidade da empresa de apresentar balanço que não seja fajuto, que não superavalie ativos. 

Gente do governo dizia ontem que apenas no balanço do quarto trimestre, previsto para abril, apareceria uma conta razoável dos valores perdidos com corrupção direta, superfaturamentos, estouros de orçamentos etc. Até agora, a empresa não sabe bem como fazer tal conta. Os atuais integrantes do conselho divergem sobre métodos e, enfim, temem entrar numa fria ainda maior de reputação ou mesmo em rolos legais se assinaram papéis que acabem na Justiça. 

Se Dilma banca a permanência de Graça, qual a novidade? Ou seja, ontem ou no mês passado, Graça estaria onde sempre esteve, sob a guarda de Dilma. As possíveis novidades seriam, segundo essas gentes do governo: 

1) Mais ninguém de relevância no governo apoia a permanência de Graça, embora quase ninguém atribua a "culpa" da crise à executiva; 

2) "Nomes top do mercado", cotados para assumir postos na direção ou no conselho da empresa, estão ainda mais relutantes de aceitar o convite. Não apenas porque não querem receber a batata quente e envenenada do balanço, mas porque veem dificuldades de modificar os rumos da administração da petroleira. "A gente precisa de uma espécie de Joaquim Levy na Petrobras. Mas o Levy da Petrobras ainda é a Dilma", diz um "nome top".
Sem renovar o conselho da empresa, fica ainda mais prejudicada a estratégia de Dilma de passar um verniz na empresa sem alterar as grandes linhas da política do governo para a empresa (gastos excessivos com conteúdo nacional, participação talvez inviável nos futuro e ora improváveis leilões de exploração do pré-sal etc.). 

Estas e outras intervenções do governo, além de gastos excessivos e descumprimento de metas de faturamento, multiplicaram o endividamento relativo da empresa por quase cinco entre 2010 e 2014 (trata-se aqui da relação dívida líquida e Ebitda ajustado). 

Sem balanço completo, entre outros muitos problemas, a empresa se arrasta administrativa e perde crédito. Apesar das promessas de cortes de investimentos, de despesas e de venda de ativos, ainda há enormes dúvidas a respeito de como a empresa vai se financiar neste ano (vai precisar do BNDES? De aumento de capital bancado pelo Tesouro). 

O nome da crise não é Graça Foster. A simples remoção da executiva também não melhora em nada a reputação ou o estado da empresa. A nomeação de outra diretoria, no entanto, poderia significar uma rendição de Dilma à realidade de que a Petrobras precisa de uma reorientação tão grande quanto a que ocorre agora com a política econômica, sob Joaquim Levy. Essa discussão está aberta, ao menos fora do governo, desde novembro. A novidade agora, ressalte-se, é que muita gente relevante no governo acredita que, sem mudança da diretoria, não irá adiante nem mesmo o insuficiente plano Dilma de recuperar a empresa. 





vinicius torres freire Vinicius Torres Freire está na Folha desde 1991. Foi secretário de Redação, editor de 'Dinheiro', 'Opinião', 'Ciência', 'Educação' e correspondente em Paris. Em sua coluna, aborda temas políticos e econômicos. Escreve de terça a sexta e aos domingos


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Expectativa x Realidade: balanço da estatal faz empresa afundar ainda mais

Publicado em 28 de jan de 2015

Maior estatal do país mingua e sangra na Bolsa de Valores. Ex-diretor da Petrobras usa desculpa esfarrapada e cala-se em depoimento à Polícia Federal. Nos bastidores, o jogo sujo e as traições que rodam a eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Acompanhe as principais notícias desta noite com Joice Hasselmann e a equipe de reportagem de VEJA.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

PF pede a Graça Foster contratos da Odebrecht na Abreu e Lima



A Polícia Federal solicitou à presidente da Petrobras, Graça Foster, informações sobre dois contratos da estatal com Construtora Norberto Odebrecht, alvo da Operação Lava Jato, por meio de um consórcio formado para executar obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

O consórcio Conest foi formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS e venceu dois contratos já apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2013, por sobrepreço de quase R$ 150 milhões.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada que recebeu US$ 23 milhões da Odebrecht. O executivo Rogério Santos do Araújo foi apontado por ele como responsável por indicar o banco na Suíça onde foi depositado o dinheiro, entre 2008 e 2009.

A Polícia Federal abriu inquérito em outubro do ano passado tendo a Odebrecht como alvo. Quatro contratos com a Petrobras são alvo dos investigadores da Lava Jato. Os dois que foram alvo de pedido de informação envolvem as obras da Abreu e Lima.

Esses contratos podem levar à Lava Jato a ligação do doleiro Alberto Youssef - alvo central das investigações - com o consórcio formado pela Odebrecht. Em depoimento prestado à Justiça Federal, o sócio-gerente das empresas Sanko Sider e Sanko Serviços, Márcio Bonilho, confessou ter pago "comissões" à Youssef por intermediação na venda dos produtos da empresa para empreiteiras.

"Eu fechei negócios com o (consórcio) CNCC, fechei negócios com o Conest, fechei negócios com a UTC, fechei negócios com Engevix, com o Estaleiro, fechei… Não recordo todos, mas fechei meia dúzia de negócios, assim, com 10 empresas distintas", respondeu Bonilho ao ser perguntado pelo juiz federal Sérgio Moro, sobre qual negócio ele conseguiu por intermédio de Youssef.

Acusado numa das ações penais da Lava Jato por ser associar a Youssef, o sócio do grupo Sanko admitiu que assinou contratos com uma empresa fantasma do doleiro e que "os contratos e notas fiscais foram produzidos fraudulentamente para justificar pagamento de 'comissões'".

Os dois contratos são das Unidades de Destilação Atmosférica - UDA (U-11 e U-12) e das Unidades de Hidrotratamento de Diesel (U-31e U-32), de Hidrotratamento de Nafta (U-33 e U-34), e de Geração de Hidrogênio - UGH (U-35 e U-36). Só um dos contratos, assinado em 2009, rendeu ao consórcio R$ 3,1 bilhões.

A Odebrecht, em nota, repudiou categoricamente as declarações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A empresa afirma que não fez pagamentos ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal.

 

Antes da posse, deputados já disputam apartamentos reformados em Brasília



Passada a corrida eleitoral, os deputados que tomam posse no próximo domingo, 01, deram início a uma nova disputa: pelos apartamentos funcionais disponíveis em Brasília. Até o momento, 192 parlamentares dos 240 novatos já fizeram o pedido por imóvel e utilizaram-se até da influência de ministros para garantir seu espaço. "Eles já vem na pressão por apartamento", revelou o quarto-secretário da Câmara, deputado Antonio Carlos Biffi (PT-MS), responsável pela administração dos imóveis funcionais.

Os imóveis mais disputados são as unidades reformadas da quadra 302, na Asa Norte, que somam 144 unidades. "Esses são a joia da coroa", resumiu Biffi, que não foi reeleito e deixará a função nesta semana. Os deputados reeleitos também entraram na disputa pelos apartamentos reformados e até ministros tentaram interferir à favor de seus parlamentares. "Esse final de ano agora foi terrível", comentou o secretário.

Como a demanda por apartamentos é grande, a Casa estabeleceu regras para distribuição dos imóveis. Os critérios obedecem à antiguidade de mandato, a idade do parlamentar, a quantidade de moradores e se existe algum membro na família com necessidade especial. O critério da proporcionalidade partidária foi utilizada no ano passado na distribuição dos imóveis do bloco A da quadra 302 Norte, o primeiro dos reformados a ser entregue. No entanto, os critérios de divisão podem ser mudados pela nova Mesa Diretora.

A Câmara dos Deputados administra 432 apartamentos cedidos pela União, sendo que 298 estão ocupados e 134 passam por reformas. Ainda faltam ser concluídos três blocos de apartamentos na quadra 302, o que deve acontecer até meados do ano. Foram gastos até o momento aproximadamente R$ 50 milhões. 

Há projeto para a reforma de quatro blocos na quadra 202 Norte, onde cada apartamento tem de 220 a 240 metros quadrados. O objetivo é dividir as 96 unidades de forma a garantir apartamento para todos os 513 parlamentares.

Atualmente, os apartamentos são equipados com jogos de sofá, uma cama de casal e quatro de solteiro, além de refrigerador, fogão com depurador e máquina de lavar. Cada apartamento tem uma linha telefônica fixa. Os deputados arcam com despesas como as contas de água, luz, gás, telefone, além de taxas cobradas pelo governo do Distrito Federal (com exceção da Taxa de Limpeza Pública). 

Reclamação

Os deputados que não foram reeleitos têm até 28 de fevereiro para desocupar os apartamentos. Até lá, os parlamentares empossados ficarão hospedados em hotéis e receberão auxílio-moradia de R$ 3.800,00, além do salário extra de início de mandato (R$ 33.700,00) para despesas com a mudança e com a vinda de familiares para o Distrito Federal. Os deputados no final de mandato também recebem o salário extra para pagar a mudança de volta ao Estado de origem. 

Muitos parlamentares reclamaram à Diretoria-Geral da Casa que o valor do auxílio-moradia está defasado e pedem o reajuste do valor. "Alguns dizem que sondaram o mercado imobiliário em Brasília e que não acham imóveis neste valor", revelou o diretor-geral Sérgio Sampaio.

Delator diz ter recebido US$ 23 mi de propina da Odebrecht



 O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contou em um depoimento feito em acordo de delação premiada que recebeu US$ 23 milhões (o equivalente a R$ 59,3 milhões hoje) da Odebrecht por meio de um doleiro do Rio de Janeiro chamado Bernardo Freiburghaus. 

A propina foi paga para a empresa conquistar contratos da Petrobras em 2009, ainda de acordo com o executivo. Nesse ano, vários aditivos da construção da refinaria Abreu e Lima foram assinados com a empreiteira. 

A Odebrecht nega com veemência que tenha pago propina ao ex-diretor da Petrobras para conseguir contratos com a petroleira. 

Foi a empreiteira, segundo Costa, que pediu a ele abrir as contas na Suíça que seriam abastecidas pelo doleiro. 

A sugestão para abrir contas do exterior, ainda de acordo com o ex-diretor da estatal, partiu de Rogério Araújo, diretor da Odebrecht Plantas Industriais. 

O executivo disse que o doleiro foi indicado porque já tinha negócios na Suíça.
O depoimento de Costa sobre a Odebrecht estava no Supremo Tribunal Federal e foi devolvido à Justiça do Paraná no último dia 21. 

Costa já havia citado o nome de Araújo em depoimento prestado à Justiça como um dos seus contatos na Odebrecht. 

Em depoimento da delação, Costa afirmou que o diretor da Odebrecht teria dito a seguinte frase para ele quando sugeriu abrir as contas na Suíça: "Paulo, você é muito tolo, você ajuda mais os outros do que a si mesmo". Os outros, segundo o relato feito pelo ex-diretor, eram políticos. 

Costa disse que o PT ficava com 2% do valor dos contratos da diretoria de Abastecimento e o PP, com 1%. 

O executivo disse ter aberto quatro contas na Suíça, nos seguintes bancos: Royan Bank of Canadá, Banque Cremer, Banque Pictec e PBK. Costa disse ter criado empresas offshore em seu próprio nome para operar as contas. Posteriormente os US$ 23 milhões foram redistribuídos em 12 contas. 

Os pagamentos foram feitos pela Odebrecht entre 2008 e 2009, ainda de acordo com o ex-diretor. Os depósitos eram feitos a cada dois, três meses pelo doleiro da Diagonal Investimentos Agente Autônomo Ltda. A empresa funciona em uma sala no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. 

A Folha revelou em 2 de outubro que Costa contara aos procuradores ter recebido US$ 23 milhões de suborno da Odebrecht na Suíça. 

Costa ocupou a diretoria de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Dilma demitiu-o quando sua fama de operador político na Petrobras começou a crescer. 

Costa foi indicado ao cargo pelo PP, mas depois ganhou o apoio do PT. 

O executivo foi o primeiro investigado da Operação Lava Jato a fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, depois de ter sido preso pela segunda vez, porque escondera da Polícia Federal as contas que tinha na Suíça. 

Pelo acordo, Costa se compromete a devolver cerca de R$ 70 milhões, entre os quais os US$ 23 milhões que estavam bloqueados na Suíça. Em troca, ele deixou a custódio da PF em Curitiba e cumpre prisão domiciliar em sua casa, no Rio. 

A Odebrecht ainda não foi alvo de medidas judiciais porque os procuradores da Operação Lava Jato estão esperando chegar provas da Suíça sobre o suposto depósito de US$ 23 milhões. 

OUTRO LADO
 
Em nota, a empreiteira refuta que tenha havido pagamento de suborno: "A Odebrecht nega veementemente as alegações caluniosas feitas pelo réu confesso e ex-diretor da Petrobras. Nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal. 

O diretor da empresa, Rogério também nega ter "feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal ao delator". 

Segundo ele, a versão de Costa sobre o suborno é fruto "de uma questionável delação premiada e ilegal vazamento, fatos que impedem qualquer manifestação". 

A Folha não conseguiu localizar Bernardo Freiburghaus no seu escritório nem em sua casa no Rio.


Radar: Dilma reaparece hoje depois de 27 dias em silêncio

Publicado em 27 de jan de 2015
No Radar Online, com Lauro Jardim, Dilma vai comandar uma reunião ministerial hoje que marca sua reaparição depois de 27 dias se qualquer pronunciamento. Reinaldo Azevedo fala sobre as mentiras contadas pelo PT durante a campanha eleitoral. Segundo o Boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central, a inflação projetada para 2015 é de praticamente 6,7%, ainda acima do topo da elevada meta. A informação é de Rodrigo Constantino.

Marta volta a criticar governo e diz que Dilma age sem transparência



Aaron Cadena Ovalle - 09.set.2014/Efe
Marta Suplicy durante entrevista quando ainda era ministra da Cultura
Marta Suplicy durante entrevista quando ainda era ministra da Cultura

A senadora Marta Suplicy (PT) voltou a criticar o governo Dilma Rousseff e a condução feita pela presidente da política econômica. 

Em artigo publicado na Folha desta terça-feira (27), intitulado "O diretor sumiu", a senadora e ex-ministra diz que hoje o país vive crises econômica, política, moral, ética, hídrica, energética e institucional por ausência de transparência, confiança e credibilidade. 

"Se tivesse havido transparência na condução da economia no governo Dilma, dificilmente a presidente teria aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro. Não estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos, fazendo a vaca engasgar de tanto tossir", afirma. 

A senadora –que foi ministra da Cultura no primeiro governo Dilma–criticou a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, nome que agrada ao mercado e à oposição, sem explicar o porquê da escolha. "Se tudo ia bem, era necessário alguém para implementar ajustes e medidas tão duras e negadas na campanha? Nenhuma explicação." 

Diz ainda que a realidade "não é nada rósea" como foi dito durante a campanha eleitoral, e que não há clareza sobre o que pensa a presidente. "Ela logo desautoriza a primeira fala de um membro da equipe", diz, sobre o episódio em que a presidente fez circular nota corrigindo o ministro Nelson Barbosa (Planejamento), negando que haverá mudança na regra de reajuste do salário mínimo

CORRUPÇÃO
 
As críticas também atingem o PT. Segundo Marta, o partido "embarcou no circo de malabarismos econômicos, prometeu, durante a campanha, um futuro sem agruras, omitiu-se na apresentação de um projeto de nação para o país, mas agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção". 

Segundo ela, o país vive um "estado de total ausência de transparência, absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que leva à falta de credibilidade e confiança", abalando o mercado, que não investe. E termina o artigo afirmando que "o diretor sumiu". 

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) usou o Twitter para contestar o artigo de Marta, o qual classificou como "inaceitável". Segundo ele, o artigo não traduz o sentimento dos petistas nem do povo brasileiro. 

CRÍTICAS
 
Não é a primeira vez que a senadora petista critica seu partido e a presidente. Neste mês, ela já havia dito, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", que a política econômica de Dilma era um "fracasso" e que a mandatária não mudou os rumos da gestão "porque isso fortaleceria a candidatura do Lula". 

Questionada se a nova equipe econômica poderia recorrer a Lula se contrariada, a senadora afirmou: "Você não está entendendo [referindo-se à jornalista]. O Lula está fora, totalmente fora." 

Ao "Estado", Marta se disse decepcionada com o próprio partido e que se sente "há muito tempo alijada e cerceada". "Cada vez que abro um jornal fico estarrecida (...) É esse o partido que ajudei a criar e fundar?". 

Disse também que o ex-presidente, em jantar organizado por ela com empresários, "entrou nas críticas" dos presentes e "decepava (sic) ela [Dilma]". Marta afirmou ter ouvido Lula reclamar de dificuldade na relação com Dilma. "Estou conversando com ela, mas não adianta, ela não ouve", teria dito o petista. 

Partidários afirmam que a senadora tece as críticas com o intuito de forçar sua saída do Partido dos Trabalhadores. 

O Palácio do Planalto avalia que ela tenta, com sua saída do PT, concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016 por outro partido. 

O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) chegou a dizer que as críticas anteriores de Marta eram tema superado

Tanto Lula quanto o PT já sinalizaram à senadora que desejavam sua permanência na legenda. Mas o diretor do Instituto Lula, o ex-ministro e assessor de Lula Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), classificou na semana passada à Rádio Brasil Atual, ligada à CUT, e em entrevista à Folha, como "sórdida", "chocante", "intolerável" e "inaceitável" -entre outros adjetivos- a "manobra" usada por Marta ao revelar conversas particulares que ela teve com Lula. 

Vannuchi ressaltou que não fala em nome de Lula. Na ocasião, Marta foi procurada para comentar a entrevista do diretor do instituto, mas não respondeu. 


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Restaurante lucra entregando comida e bebida no mar


Um jet ski se aproxima de Kiki em alto mar. Seu tripulante desliga o motor e pede um maço de cigarro e a máquina de cartão para pagar. 


Minutos depois, outro pedido chega pela frequência de rádio: agora trata-se de uma porção de isca de abadejo. "Estamos numa [lancha] Triton 240, vinho e branca", informa o capitão. 


Kiki é o nome do bote-bar que começou a operar neste verão em Bertioga (SP), atendendo a uma clientela VIP: tripulantes de iates e lanchas que ancoram na praia Indaiá. 


O serviço é oferecido pelo restaurante Barcus, inaugurado em novembro na Marina Capital. 


Davi Ribeiro/Folhapress
Restaurante Barcus, na praia do Indaiá em Bertioga, oferece pratos e prepara bebidas no mar, para iates e lanchas
Restaurante Barcus, na praia do Indaiá em Bertioga, oferece pratos e prepara bebidas no mar, para iates e lanchas

Dentro do mar, com água até o pescoço e adornado com uma corrente espessa de ouro, Merson Nor, 60, recebe sua caipirosca de limão. Ela foi preparada na hora, com vodca importada, pelo barman Deyvd Santos, 25, de dentro do bote. 


É o terceiro "refil" que o barman de Kiki prepara para o advogado dono da lancha Vida Boa, na tarde deste domingo (25). 


"Já tinha visto esse serviço em Angra dos Reis, mas aqui é novidade. É uma mordomia que vale o preço", diz Nor, enquanto seu filho, Merson Junior, prepara um churrasco na lancha. 


Pelos três drinques pedidos, ele desembolsou R$ 100 (o restaurante cobra 14% de taxa para esse serviço). 


"No fim de semana eu preparo de 25 a 30 caipirinhas por dia. A gorjeta é boa", diz Santos, que já ganhou R$ 50 de um cliente assíduo. 


O rádio apita com um novo chamado e Alex Felix, garçom-capitão do bar flutuante, volta à areia para receber um carregamento de cerveja e gelo. 


A entrega é feita dois minutos depois no iate Prima Donna, onde um grupo de mais de dez amigos ouve música eletrônica. 


"A cerveja acaba e é só chamar pelo rádio. É sensacional, mas é carinho", diz o gerente Santiago Motta, 38, que alugou a embarcação. 


As mulheres também aprovam o delivery no mar. A empresária Mariana Gonçalves, 34, acha uma "maravilha" pedir sua "saladinha de palmito" no barco. "E quando as crianças ficam com fome, é só ligar. É luxo 

COMENTÁRIO DA BLOGUEIRO: é luxo sim! O capitalismo tem os seus encantos!

domingo, 25 de janeiro de 2015

O sonho e a realidade

Não faz muito tempo, assisti na televisão a um debate de que participavam alguns analistas políticos e cujo tema era o rumo ideológico que o Brasil seguirá neste ano de 2015, que mal começa. 

Como sempre, aprendi muito com suas considerações analíticas, que não deixaram dúvida quanto às dificuldades que o país enfrentará daqui em diante, tanto no plano político como no econômico. 

A verdade é que, conforme observaram, a própria constituição dos ministérios no novo governo da presidente Dilma deixa evidente a encrenca em que se encontra, ora nomeando ministro que representa o contrário de sua visão de economia, ora escolhendo outro, para o Esporte, que nada entende do assunto e o confessa.


Há quem tema que este segundo mandato de Dilma Rousseff seja um desastre. Espero que não chegue a tanto, pois quem paga o pato somos todos nós. 

A outra parte daquele debate envolveu a questão ideológica, implicando a revelação do que ocorre nas escolas de ensino médio e nas universidades: a atuação de professores, na maioria de esquerda, fazem a cabeça dos alunos, induzindo-os à leitura de livros marxistas, apontados por eles como a única visão correta da realidade contemporânea. 

Alguns alunos chegariam a afirmar que as aulas são, com frequência, trabalho de formação ideológica anticapitalista e antidemocrática. 

São informações plausíveis, uma vez que em meus contatos com o meio universitário pude verificar, com surpresa, o quanto o marxismo que saiu de moda continua respirando em parte do ambiente acadêmico. 

Disse, certa vez, a uma estudante universitária que não tinha cabimento insistir na crença marxista, quando a União Soviética e todos os países da Europa Oriental, sem exceção, trocaram o comunismo pelo capitalismo. Ao que ela me respondeu: "Mas nenhum desses países era verdadeiramente comunista. O comunismo ainda está por vir". Mal acreditei no que ouvia. 

Qual a razão de semelhante resposta? Simplesmente, a necessidade de crer numa utopia que prometia mudar a sociedade, torná-la mais justa e solidária. Com o fim do socialismo real, só resta aos que nele acreditavam desistir dessa utopia ou apegar-se a ela, custe o que custar, ainda que contra a realidade dos fatos. 

Mas esses são os que realmente sonham com uma sociedade fraterna e justa, e mal podem viver sem acreditar nela. Há, porém, outro tipo de revolucionário que, em face da inviabilidade da utopia, tomou outro rumo, que nada tem de idealista. Trata-se do populista, dito de esquerda ou, como o chamo, o neopopulista. É aí que está o perigo, e não nos marxistas idealistas, que sonham de fato com uma sociedade justa, embora inviável nos termos em que a concebem. 

Não é isso o que pensam os neopopulistas, que de idealistas não têm nada, como se vê na Venezuela do chavismo, no Equador de Correa, na Argentina de Cristina Kirchner e, até certo ponto, no petismo que se mantém no poder no Brasil há 12 anos e vai para mais quatro. 

Os marxistas, os comunistas de fato, nunca tiveram possibilidade de chegar ao poder no Brasil. Logo, a pregação dos professores, induzindo os estudantes ao marxismo, é perda de tempo, uma vez que, mesmo quando o comunismo era a segunda potência política e militar do mundo, não chegou ao poder no Brasil. Não seria agora que iria consegui-lo. O que esses professores dizem aos seus alunos, a realidade se encarregará de desmentir. 

Já os neopopulistas, que nada têm de idealistas, ao mesmo tempo que posam de anticapitalistas, usam o dinheiro público para financiar programas assistencialistas que beneficiam as camadas mais pobres da população. Essas e outras medidas semelhantes garantem-lhes os votos de uma ampla parte do eleitorado e, graças a isso, mantêm-se no poder. 

Mas, como dizia um professor meu na escola do partido, em Moscou, em economia não há milagre e, por isso, de onde se tira e não se bota, vai faltar dinheiro. 

Por isso, Dilma foi obrigada a entregar o ministério da Fazenda a um economista que pensa o contrário dela. Ele vai tentar repor, nos cofres do Estado, o dinheiro que ela gastou a fundo perdido. 


ferreira gullar 
 Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos.

Resumo das notícias do Blog Olhar de Coruja > 25-01-15

Sonda da Nasa se aproxima de Plutão

 
 
Missão histórica começou há nove anos; aparelho já viajou 4,8 bilhões de quilômetros
Plutão teve status rebaixado em 2006 / Reprodução/Band
 
A Nasa, a Agêncial Espacial Americana, está na contagem regressiva para uma missão histórica: pela primeira vez, uma sonda lançada pelo homem vai chegar a Plutão, o planeta mais distante do Sistema Solar.


Lançada há nove anos pela, a sonda New Horizons já viajou 4,8 bilhões milhões de quilômetros pelo espaço e agora está perto de chegar ao destino final.


As primeiras fotos da missão, que serão feitas no domingo (25), vão ajudar astrônomos a calcular a distância até o planeta.


Em julho, a sonda deve orbitar a uma distância de apenas 12 mil quilômetros de Plutão, que em 2006 teve o status de planeta do sistema solar rebaixado para planeta-anão devido ao tamanho reduzido.

Para combater crise interna, Lula prega nova reforma do PT

O ex-presidente Lula disse a alguns dos principais nomes de seu partido que é preciso promover uma reforma estrutural nas direções estaduais e nacional do PT. Em sua avaliação, elas se tornaram instâncias burocráticas e incapazes de promover uma defesa eficaz da imagem da sigla, que hoje enfrenta sua pior crise política. 


Bandeira antiga do partido, as cotas entraram no rol de razões para esse desgaste, segundo alguns integrantes da cúpula petista. Em 2011, a legenda aprovou que 50% dos cargos de direção devem ser ocupados por mulheres, 20% por jovens (de até 30 anos) e 20% por negros. A medida foi celebrada à época, mas hoje é vista por alguns como uma exigência que engessa e burocratiza a estrutura. 


Nos bastidores, dirigentes petistas dizem que as cotas não são preenchidas "a contento", deixando o partido em uma "situação difícil".

Segundo a Folha apurou, Lula tem repetido o mesmo diagnóstico: a direção está muito centralizada nos presidentes -nacional e regionais- e tem poucos quadros capazes de elaborar um discurso de enfrentamento para a atual fase de desgaste. Ele defende mudar as regras para a composição partidária em todos os níveis e pede reforma no estatuto da sigla. 


Durante a eleição, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff nomeou coordenadores regionais de campanha em São Paulo, Minas e Rio: Luiz Marinho, Giles Azevedo e Alessandro Teixeira, respectivamente. Nenhum fazia parte da direção partidária. 


Após vencer a disputa presidencial por estreita margem e ter visto diminuir suas cadeiras no Congresso, o PT assiste à senadora Marta Suplicy (SP) fazer críticas públicas a Dilma e apontar uma encruzilhada para o partido. "Ou muda ou acaba", provocou em entrevista recente. 

Tudo isso em meio a sucessivas acusações de desvios na Petrobras e a um cenário econômico fragilizado. 


A interlocutores, Lula reconheceu a dificuldade de aprovar alterações estatutárias no curto prazo. Em junho, o PT promove a segunda etapa de seu 5º Congresso, em Salvador, onde modificações podem ser apresentadas. 


Enquanto não há uma resolução formal, o ex-presidente pediu que o PT crie mecanismos para que nomes que não fazem parte da direção possam influenciar mais. 


Ele traçou como prioridade a reaproximação do PT com os movimentos sociais e, para essa missão, quer escalar o ex-secretário-geral da Presidência Gilberto Carvalho. Outro citado é Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência. 


A avaliação é que as figuras mais experientes do PT ganham cargos nos governos ou se elegem para o Legislativo, distanciando-se do funcionamento interno do partido. 


Para reverter o cenário, discute-se a exigência de maior participação dos deputados em suas regiões. Recebendo prefeitos, atendendo a imprensa e promovendo debates com movimentos sociais. 



Heinrich Aikawa/Instituto Lula
O ex-presidente Lula, em evento de aniversário do MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
O ex-presidente Lula, em evento de aniversário do MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

FOLHA

sábado, 24 de janeiro de 2015

Viber usa estratégia de "comunidades à la Orkut" para desbancar WhatsApp

Aplicativo Viber é um serviço de mensagem de texto, voz e vídeo pela internet; programa concorre com o WhatsApp
  • Aplicativo Viber é um serviço de mensagem de texto, voz e vídeo pela internet; programa concorre com o WhatsApp
O WhatsApp é um dos serviços de mensagem mais populares do mundo com mais de 700 milhões de usuários ativos. No entanto, o Viber quer desbancar a plataforma de mensagens comprada pelo Facebook em 2014 com uma estratégia que lembra um pouco a usada pelo Orkut: a criação de "comunidades", ou grupos abertos, como é chamado no serviço, só que pelo smartphone.
A título de comparação, os últimos dados oficiais sobre o WhatsApp no Brasil foram divulgados por Jan Koum, diretor-executivo do aplicativo, em abril de 2014. Na época, a rede contabilizava 45 milhões de usuários ativos no país. Em comparação, o Viber diz ter 23 milhões de brasileiros ativos no início deste ano.
No mundo, o WhatsApp afirma ter 700 milhões de usuários ativos, enquanto o Viber diz ter 460 milhões de usuários ativos.

Chats em grupo

Boa parte dos aplicativos de mensagem permite conversas em grupo. Porém, o Viber se diferencia ao oferecer que celebridades montem chats abertos e permitam que milhares de fãs sigam a conversa dessas pessoas. Já o WhatsApp possibilita grupos de no máximo 100 pessoas.
Divulgação
Nos grupos abertos do Viber, usuários podem ver conversas de celebridades e personalidades
"Nos anima o fato de isso ser uma rede social pensada para o ambiente móvel. Quem cria o grupo pode escolher os que podem publicar. Porém, qualquer usuário do Viber pode seguir a conversa e interagir com curtidas em publicações", explica Luiz Felipe Barros, diretor-geral do Viber no Brasil. 
Em breve, a empresa deve permitir que qualquer pessoa crie esses chats abertos, o que deve tornar o ambiente móvel parecido com o Orkut, pois os usuários poderão criar espaços temáticos para discussão de diversos temas.
A função de grupos abertos está disponível desde agosto, mas começou a ter mais usuários em novembro, quando a empresa diz ter começado a abordar influenciadores para usar o recurso.
"Procuramos produtores de conteúdos para o público jovem, pois são eles que movimentam a internet", disse Barros. Com isso, foram criados grupos como o do programa "Pânico", dos membros do canal do YouTube "Porta dos fundos", do apresentador Danilo Gentili, do blog de humor "Não Salvo", entre outros.
Fora do país, os chats abertos que se destacam são do blogueiro norte-americano Perez Hilton, do Buzzfeed e do DJ de música eletrônica Paul van Dyk.
Reprodução
Grupo aberto do "Pânico" tem mais de 480 mil seguidores e é o maior do Viber
Apesar das parcerias com celebridades e alguns veículos de imprensa, o Viber afirma que não paga para elas usarem os chats abertos. "Em algumas ocasiões, fazemos divulgação comprando mídia em veículos para divulgar determinados grupos abertos. Porém, não existe pagamento para utilização do recurso", disse o diretor da companhia no Brasil.

Mas dá certo?

O grupo aberto mais popular do Viber até o momento é o do humorístico "Pânico", que tem mais de 480 mil seguidores. Lá, membros do programa da TV e do rádio trocam mensagens e publicam fotos de bastidores e imagens engraçadas.
"A gente entrou no Viber sem entender direito como era, mas tem dado resultado, pois gera uma fidelização da audiência. Os fãs do programa têm acesso a conteúdos postados pelo pessoal e eles têm gostado bastante", disse Amanda Ramalho, que integra o elenco do "Pânico" e é uma das participantes do grupo aberto.
Outro grupo de sucesso na plataforma é o do blog de humor "Não Salvo". "Fiquei surpreso com a repercussão, pois tenho Twitter desde 2009 e tenho 400 mil seguidores. No Viber, consegui metade dessa audiência em apenas dois meses", afirmou Maurício Cid, criador do blog. "Já fiz testes e em 48 horas o número de cliques em um link já está empatando com o Twitter".

Viber no Brasil

O Viber é um aplicativo feito em Israel que permite trocar mensagens de texto, voz e vídeo pela internet. A companhia foi comprada pelo grupo japonês Rakuten por US$ 900 milhões no início do ano passado. No Brasil, as atividades do app começaram em janeiro de 2014.

Uma das estratégias para aumentar a base de usuários foi oferecer ligações VoIP gratuitas no Brasil. Na época, a empresa disse ter passado de 10 para 16 milhões de usuários. O último crescimento na base veio com os chats abertos no segundo semestre de 2014. O aplicativo diz ter passado de 17 milhões de usuários para 23 milhões.

Parado há 1 mês, equipamento no TO contribuiu para restrição de energia

Desligado, equipamento reduz envio de energia do Norte para o Sudeste.
Apagão atingiu na segunda (19) 11 estados e o Distrito Federal.


A restrição no envio de energia do Norte para o Sudeste do país, causada por defeito em equipamentos de uma linha de transmissão em manutenção há mais de um mês, é uma das causas do apagão que na segunda-feira (19) atingiu 11 estados e o Distrito Federal.

O próprio Ministério de Minas e Energia confirmou ao G1 que o problema na interligação Norte-Sudeste está entre as causas do corte de luz.

De acordo com o ministério e com Furnas, empresa da estatal Eletrobras que administra a linha, um banco de capacitores de uma subestação localizada em Gurupi, no Tocantins, está desligado desde o dia 14 de dezembro, depois de apresentar defeito.

Com o equipamento fora de operação, reduziu-se em 12,2% a capacidade máxima de transmissão de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste do país: de 4.100 MW (megawatts) para 3.600 MW.

Apagão
De acordo com o ONS, o apagão ocorreu às 14h55 da segunda (19). No mesmo dia o órgão informou, em nota, que o problema foi causado pelo aumento da demanda e por “restrição na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste.”

Em entrevista também na segunda, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que uma das causas do apagão era uma falha em banco de capacitores na linha Norte-Sul.

Entretanto, nem o ONS, nem o Ministério de Minas e Energia, informaram na oportunidade que a restrição no envio de energia se devia a um equipamento desligado para manutenção há mais de um mês, justamente em numa época em o país costuma bater recordes de consumo devido ao calor.

Questionados, tanto o ministério quanto Furnas negaram atraso na conclusão da manutenção. De acordo com a empresa, “o equipamento está em fase final de manutenção/montagem e tem previsão de ser liberado para operação na próxima segunda-feira (26).” A previsão inicial, informou, era que isso ocorresse apenas em 31 de janeiro.

Crise energética
Estados como São Paulo e Rio de Janeiro têm registrado calor recorde nas últimas semanas. Com isso, a demanda por energia aumenta devido principalmente ao uso mais intenso de aparelhos de ar condicionado.

Além disso, a região Sudeste enfrenta crise provocada pela falta de chuvas, que vem reduzindo o volume de água nos reservatórios de suas hidrelétricas. Atualmente, essas represas registram armazenamento médio de 17%.

Por conta desses dois fatores, o Sudeste, principal centro consumidor do país, vem dependendo cada vez mais da energia enviada de outras regiões, por meio das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Depois do apagão, o Brasil passou a importar energia da Argentina para atender a parte da demanda nos momentos de pico de consumo.

Efeito dominó
Por contra da restrição na linha de transmissão, na segunda (19) faltou energia para atender a toda a demanda do Sudeste. Essa situação gerou um desequilíbrio, uma variação na frequência da energia, que provocou o acionamento do sistema de segurança de 11 usinas geradoras no país, desligadas para evitar danos em suas máquinas.

O ONS, então, determinou a distribuidoras que cortassem o fornecimento de energia em pontos selecionados. O objetivo era acabar com a diferença entre oferta e demanda para reequilibrar o sistema. Cerca de uma hora depois, de acordo com o órgão, o fornecimento estava reestabelecido em todo o país.

Oficialmente, o governo, junto com o ONS, ainda investiga todas as causas do apagão. O ministro Eduardo Braga tem negado falta de energia no país para atender a toda a demanda neste início de ano de forte calor.



 

Quarto ato contra aumento da tarifa tem detidos e vandalismo no Centro

Protesto chegava ao fim quando explosão precipitou o tumulto.
Bombas de gás foram usadas para dispersar manifestantes.

Marcelo Mora e Roney Domingos Do G1 São Paulo

O tumulto começou às 20h30, na Rua Conselheiro Crispiniano, perto da Avenida São João. Segundo a PM, rojões foram jogados na direção dos policiais; já o MPL afirma que a corporação é quem começou.


O protesto, que até então seguia pacífico, chegava ao fim quando uma explosão fez com que manifestantes corressem e PMs usassem armamento não letal. Quatro pessoas, incluindo um jovem com ferimento na cabeça, foram detidas. Um repórter do jornal "O Estado de S.Paulo" foi atingido por uma bala de borracha e um manifestante, ferido na boca.

Cavaletes de trânsito e até uma tábua de passar roupa foram desmontados por mascarados, que usaram os pedaços de madeira para depredar. Lixeiras foram quebradas e o lixo foi colocado no meio da rua. Agências do Bradesco, do Santander e da Caixa, na região da Praça da República, foram vandalizadas e tiveram seus vidros quebrados.

 
Segundo a Polícia Militar, 1,2 mil pessoas participaram do ato; já o MPL estima um número bem superior: 5 mil. Ainda de acordo com a corporação, 1,1 mil agentes acompanharam o protesto.

A concentração ocorreu em frente ao Theatro Municipal, no fim da tarde. Uma catraca foi queimada minutos antes do ato. Às 18h25, os manifestantes começaram a andar por ruas do Centro em direção à Praça da República. No trajeto, passaram em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, e à Câmara Municipal, no Viaduto Jacareí. Ambos os edifícios tinham reforço policial.

Por causa do horário, a maioria das lojas e agências bancárias da região central estava fechada, o que facilitou a caminhada. Por segurança, o acesso à Estação São Bento do Metrô na Rua Boavista foi fechado.


Nesta manifestação, integrantes do MPL criaram um cordão em frente à faixa que abre o 
protesto e não permitiram que ninguém passasse por ele. O cordão era imediatamente seguido pela passeata, que ficava envelopada pela PM (policiais dos dois lados do grupo não permitiam a passagem pelas laterais).

Por volta das 19h, um temporal fez com que os manifestantes usassem capas e guarda-chuvas. A precipitação durou cerca de 40 minutos. Quando o ato chegou em frente à Câmara, dois manifestantes mascarados queimaram uma bandeira do Brasil.

Terceira manifestação
 
A terceira manifestação contra o reajuste percorreu ruas e avenidas da Zona Leste de São Paulo na noite de terça-feira (20). O ato foi pacífico, mas houve um tumulto na Estação Belém do Metrô após o encerramento da manifestação.

O grupo começou a se concentrar na Praça Sílvio Romero, no Tatuapé, e seguiu pela Rua Serra de Bragança e por vias do bairro até a Radial Leste, que chegou a ficar totalmente bloqueada por alguns minutos.

Eles ingressaram no sentido Centro da Radial Leste e andaram até o terminal Belém. A manifestação foi acompanhada por policiais militares que, diferentemente dos outros atos, não aplicaram o chamado envelopamento – quando uma linha caminha ao lado dos manifestantes bloqueando os acessos laterais.

Um grupo que participou do ato caminhou até a Estação Belém do Metrô aos gritos de "vamos pular a catraca". Eles encontraram os portões fechados. Alguns chutaram os portões e começou um tumulto com a Força Tática da PM. Os policiais dispersaram o grupo, que cruzou a passarela sobre a Radial Leste. Algumas bombas de efeito moral estouraram do outro lado da via. A situação se acalmou em poucos minutos.
 
Segunda manifestação

O segundo protesto convocado pelo MPL terminou em correria e tumulto no Centro na última sexta-feira. Ao menos oito manifestantes foram detidos, segundo a PM. A corporação diz que foi alvo de fogos de artifício e reagiu com "munição química". O resultado foi uma sequência de explosões entre a Praça do Patriarca e o Viaduto do Chá.

Além da interdição de diversas vias importantes do Centro, de pessoas reclamando do gás e da finalização precoce do ato e vandalismo contra agências bancárias, o desfecho novamente colocou MPL e PM se acusando mutuamente.

Para o MPL, a polícia cometeu "ataques gratuitos" e o trabalho de advogados ativistas foi dificultado no 78º Distrito Policial. Ainda no Centro ao fim da noite, o major da PM Victor Fedrizzi disse que a reação “não foi desproporcional” e que a corporação agiu porque um grupo lançou rojões contra os policiais em frente à Prefeitura.

Primeira manifestação
No dia 9 de janeiro, a primeira manifestação contra a tarifa terminou com 53 detidos. Três agências bancárias tiveram vidros e caixas eletrônicos quebrados. Duas concessionárias tiveram vidros quebrados. Barricadas com lixo queimado foram usadas para bloquear trechos da Avenida Angélica e da Rua Haddock Lobo. O tumulto começou por volta das 19h20 e se estendeu por mais de uma hora.

Manifestante ferido e detido pela PM MPL (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Manifestante ferido foi detido; seu rosto foi borrado porque não se sabe sua idade (Foto: Reprodução/TV Globo)