terça-feira, 22 de março de 2016

Cunha discute marcar votação do impeachment para um domingo



 Adversário declarado do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), discutiu na manhã desta terça-feira (22), em sua residência oficial, marcar a principal votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff para um domingo, possivelmente 17 de abril.

O objetivo é fazer a votação no plenário da Câmara, quando os 512 deputados (Cunha não vota nesse caso) serão chamados ao microfone para declarar o voto, coincidir com a pressão de uma manifestação popular recorde em frente ao Congresso Nacional.

No último dia 13, também um domingo, a capital federal registrou um público recorde em manifestação pela saída de Dilma –100 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Em São Paulo, 500 mil foram às ruas, segundo o Datafolha, na maior manifestação política registrada pelo instituto.

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), da Força Sindical, afirma ter dado a ideia a Cunha. Segundo o deputado, o presidente da Câmara pensava inicialmente em marcar a votação no plenário para o dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalhador, também um domingo. Mas ouviu ponderações de que deve aproveitar o mais rápido possível o clima político favorável à destituição da petista.

"Um domingo é o ideal para que a população possa, sentada em casa ou nas ruas, assistir à queda do império do PT", afirmou Paulinho. O deputado Fernando Francischini (SD-PR) disse que já há conversas com os movimentos de rua para que no dia da votação final do impeachment as manifestações sejam concentradas em Brasília.

Atualmente, o pedido de impedimento de Dilma está sendo analisado por uma comissão especial da Câmara. Nesta terça-feira, completam-se 3 das 10 sessões que a petista tem de prazo para apresentar a sua defesa. Logo após isso, a comissão terá mais cinco sessões para votar seu relatório.

Após isso, o parecer vai a votação aberta, com chamada nominal, no plenário da Câmara. Caso pelo menos 342 dos 512 deputados optem por autorizar a abertura do processo de impeachment, caberá ao Senado ratificar ou não essa decisão. Se apoiá-la, Dilma é afastada do cargo.

Essa tramitação na Câmara é facilmente manipulada por Cunha, que tem a prerrogativa de marcar as datas exatas para seu desenrolar. Por articulação do presidente da Casa, por exemplo, deputados estão permanecendo em Brasília nas segundas e sextas para dar quórum nas sessões, com o objetivo de acelerar o rito.





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