Adriano Machado - 2.mar.2016/Reuters | ||
Presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB) |
A presidente Dilma Rousseff concluiu na noite da quarta-feira (30) que
não há espaço na nova reformulação do governo para acomodar os seis
ministros peemedebistas que informaram à petista que pretendem seguir em
seus cargos.
Em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente
avaliou que boa parte deles terá de deixar as pastas para dar espaço a partidos como PP, PR e PSD.
Nas palavras de um assessor presidencial, nem a permanência do ministro da Saúde, Marcelo Castro, está garantida.
Nesta quarta-feira (30), o líder do PMDB na Câmara dos Deputados,
Leonardo Picciani (RJ), chegou a pedir ao Palácio que o ministro seja
mantido na possibilidade de pelo menos 25 deputados federais do partido
apoiarem Dilma contra a abertura do processo de impeachment.
O apelo, no entanto, não surtiu efeito. Pelo desenho esboçado na
reunião, seriam mantidos apenas Kátia Abreu (Agricultura), Hélder
Barbalho (Portos) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). Perderiam seus
postos Mauro Lopes (Aviação Civil), Eduardo Braga (Minas e Energia) e
Marcelo Castro (Saúde).
Nas contas do Palácio, Dilma tem hoje 136 votos contra o impeachment e
está em busca de pelo menos mais 40 para poder barrar o pedido de
afastamento.
Nesse sentido, o governo ofereceu Saúde ao PP e Minas e Energia ao PR. Ao último, o Palácio também cogita entregar Turismo ou Aviação Civil.
PSD
Em relação ao PSD, de Gilberto Kassab, a intenção de Dilma é reabilitar
como ministro Guilherme Afif Domingos, que preside atualmente o programa
Bem Mais Simples Brasil. A pasta que será entregue, no entanto, não foi
definida.
O governo pretende ainda atender a reivindicação da legenda e entregar
cargos em empresas estatais atualmente ocupados por indicados por
peemedebistas.
Apesar de incluir o partido nas mudanças administrativas, o Palácio tem
dúvidas sobre a fidelidade do PSD em relação à votação do pedido de
impeachment.
A intenção é anunciar até esta sexta (1º) a nova configuração, meta
considerada improvável até mesmo por assessores e auxiliares da
presidente.
Em defesa da estratégia do Palácio, o ministro da Secretaria de Governo,
Ricardo Berzoini, afirma que as trocas de cargos "ocorrem 365 dias por
ano". "Não existe espaço vazio na política", disse à Folha.
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