petrolãoPedro Franca - 26.fev.2014/Associated Press |
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O senador Delcídio do Amaral, preso na Operação Lava Jato, acusado de atrapalhar investigações |
Horas após a revelação
de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria comprometido o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff em
delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, a oposição da Câmara tomou a tribuna do plenário e pediu a renúncia da petista.
As informações foram veiculadas na manhã desta quinta-feira (3) pelo
site da revista "Istoé", que publicou trechos do acordo de delação de
Delcídio. Em resposta, petistas e lideranças governistas desqualificavam
os discursos e afirmavam a necessidade de confirmar a notícia da
revista.
Pessoas próximas às investigações da Lava Jato confirmaram à Folha
a informação de que Delcídio fechou acordo com a Procuradoria-Geral da
República para fazer delação premiada. Nos chamados anexos, o senador
teria se comprometido a citar Dilma e Lula.
O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) foi o primeiro a pedir a saída de
Dilma. "A presidente não pode mais fazer de conta que não é com ela. As
denúncias se acumulam. Presidente Dilma, tenha humildade de dizer que
não há condições de ficar à frente do país".
O líder do DEM na Casa, Pauderney Avelino (AM), destacou as sucessivas
crises que o país tem vivido e disse que as revelações fazem cair por
terra as negativas dos petistas de envolvimento no caso.
"O Brasil se tornou uma usina de crise, sobretudo o governo da
presidente Dilma e o governo Lula. O que nós estamos vendo aqui, faz
cair por terra as negativas tanto de Dilma, quanto de Lula de que nada
sabiam sobre o que estava acontecendo". E foi taxativo: "A presidente
tem que pedir a renúncia".
Vice-líder do governo, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse duvidar
que a presidente Dilma tenha feito qualquer tipo de acordo para
interferir na Operação Lava Jato.
"Compreendo que é da índole do
parlamento e que a oposição esteja fazendo seu papel democrático, mas
tem que analisar a veracidade da matéria. A pergunta é: o senador
Delcídio realmente fez a delação?"
Um dos advogados à frente da defesa de Dilma no processo de impeachment
que corre na Câmara dos Deputados, Wadih Damous (PT-RJ), chamou as
informações de "mentirosas" e "levianas". "É um panfleto para convocação
de uma manifestação fascista e golpista em 13 de março. O senador
Delcídio do Amaral, já soubemos, está desmentindo a publicação deste
panfleto travestido de revista".
Em nota, o vice-líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirmou que
as declarações de Delcídio são "estarrecedoras e esquadrinham de forma
didática como foi a ação do governo e do círculo mais influente do PT na
tentativa de sabotar a Operação Lava Jato".
"A casa, ou melhor, o Palácio do Planalto caiu. [...] Delcídio sempre
foi um político influente no governo e cortejado no Senado por membros
da Casa e representantes da sociedade. Essa condição favoreceu sua
presença em ambientes onde se arquitetaram ações não republicanas e
também contribuiu para que soubesse muito a respeito de muitos. Ao
aceitar a delação como instrumento jurídico para se proteger, acaba
prestando um serviço maior ao povo brasileiro do que aquele que
prestaria como senador", disse.
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