sexta-feira, 25 de março de 2016

Convencido de que Senado não barra impeachment, Lula parte para negociação com deputados


Salão verde volver Até então focado em angariar apoio contra o impeachment de Dilma Rousseff entre senadores, o ex-presidente Lula foi convencido pela bancada do PT de que a Casa não tem condições de segurar a deposição caso a abertura do processo seja aprovada na Câmara. O petista tem em mãos uma lista de deputados e pessoas-chave com quem deve conversar durante o feriado. Fora do dia a dia da capital há anos, Lula já não conhece muitos dos nomes da atual legislatura.

Grão em grão Com a expectativa de que outras siglas sigam o PMDB e rompam com o governo, o Planalto terá de procurar deputados “avulsos” dispostos a salvar Dilma. “Acabou a era do atacado”, brinca um oposicionista.

Eu avisei Um ponto em especial desestimulou Michel Temer a sentar-se com Lula. O ex-presidente foi avisado de que a nomeação de Mauro Lopes logo após a convenção peemedebista seria mal vista. Mesmo assim, o mineiro se tornou ministro.

Você crê se quiser Marcelo Castro disparou telefonemas à bancada do PMDB dizendo não ter sido informado pelo Planalto de que o aliado de Temer — e seu subordinado — seria demitido da presidência Funasa.

Fiquei a pé Com isso, o ministro da Saúde tenta pôr panos quentes na crise com o vice. Temer ainda deve receber os governistas na segunda para um último pedido pelo adiamento da reunião do diretório que deve sacramentar o rompimento com Dilma.

Fica assim Aliados do vice sustentam que a data não será alterada. Dizem que a demissão dá ainda mais combustível a quem quer romper com o governo e acaba com o discurso de ministros de que, se o partido abandonar os cargos, deixará o país na mão.
dilmazika

Sumiu Dilma até tentou levantar a bola da campanha contra o zika em evento na quinta, mas o assunto foi soterrado pela Lava Jato. “Nessa crise, até o zika vírus virou um tema melhor para o governo”, nota um observador.

Te manca A reação da Lava Jato ao comunicado em que a Odebrecht anunciou a intenção de se tornar colaboradora teve dois objetivos: deixar claro que quem dá as cartas é a força-tarefa e pressionar os executivos a entregar tudo o que sabem.

Não é comigo Aliados de Aécio Neves reagiram com “tranquilidade” à citação do senador na lista da Odebrecht. Dizem que a doação mencionada está registrada. “O mesmo não se pode dizer de outros tucanos de alta plumagem”, diz um deles.

Fui por aí Gabriel Chalita sacramentou a decisão de sair do PMDB em conversa com Michel Temer nesta semana. Deve anunciar a ida ao PDT em breve. Com a mudança, a tendência é que se confirme como vice de Fernando Haddad (PT).

Múltipla escolha Fora do PSDB, Andrea Matarazzo se reúne nesta sexta (25) com dirigentes do PV. Ele procura um novo partido para se lançar candidato à Prefeitura de SP. Conversa também com PSD e PPS –este menos provável.

Pela culatra De um auxiliar de Dilma sobre a linha dura do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, com a Polícia Federal: “Ele foi para cima, fez o que o PT queria. Só que agora não podemos mudar nem um escrivão na PF”.

Ponto de vista Um grupo de diplomatas reclama de censura após o Itamaraty cortar comunicações de Milton Rondó, que divulgou a embaixadas brasileiras no exterior uma circular alertando para o “golpe” no país.

Dois lados Os juristas que participaram de reunião com Dilma lançarão, na terça, a Campanha da Legalidade. Levarão seu manifesto ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso. A iniciativa se contrapõe ao novo pedido de impeachment da OAB.

TIROTEIO
Toda pessoa politicamente exposta tem o ônus de explicar qualquer bônus, mesmo que originário de algo que junta alhos e bugalhos.
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre os políticos que aparecem na planilha da Odebrecht e a necessidade de que expliquem os valores apontados.

CONTRAPONTO
O alarme falso da CPI
Influenciados pela crise política, deputados mais experientes se divertem rememorando histórias antigas. No início da semana, Miro Teixeira contava que, na CPI dos Anões do Orçamento, foi chamado às pressas por José Paulo Bisol para uma reunião logo cedo. Ele havia recebido caixas com papéis explosivos. Miro, que presidiria uma outra reunião no horário, tentou adiar.
— Passo aí à tarde… — desconversou.
— Você não está entendendo! À tarde já não haverá Congresso! –alarmou Bisol.
Miro foi à reunião, mas os documentos, para sua decepção, não tinham poder de implodir nada.

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