Roberto Stuckert Filho/PR | ||
A posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, em Brasília |
22/03/2016 00h16
Em jantar com a presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (21), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com o desgaste que tem sofrido com a indefinição sobre a sua posse no Ministério da Casa Civil.
No encontro, segundo relatos de presentes, ele não abordou diretamente a hipótese de abrir mão do cargo, mas ressaltou que cabe ao governo federal, e não a ele, recorrer pelo mandato na Suprema Corte.
Abatido pela polêmica provocada por sua nomeação para a Casa Civil, o petista avisou a aliados mais cedo que não brigará na Justiça para ser ministro nem pelo direito a foro privilegiado.
Segundo petistas, Lula diz que não recorrerá caso um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) se manifeste contra a nomeação ou a prerrogativa de foro. A decisão está nas mãos da ministra Rosa Weber.
Em conversas a aliados, Lula se mostrou irritado com a repercussão do caso e não descartou a possibilidade de desistir da nomeação para a Casa Civil.
Ele alegou, ainda segundo seus interlocutores, que um recurso no STF alimentaria a imagem de que tenta escapar da prisão.
E diz que sofrerá desgaste se a discussão atravessar o feriado da Páscoa, mesmo porque, até lá, o caso ficará a cargo do juiz Sérgio Moro.
Nesta segunda-feira (21), Lula viajou a Brasília para analisar a situação com a presidente. A agenda de Lula incluiria um café da manhã com o vice-presidente Michel Temer.
Principal beneficiário de um impeachment de Dilma, Temer não se encontrou com Lula desde que o petista teve o nome confirmado para o ministério.
Ante à hesitação de Lula, petistas e assessores jurídicos apelaram para que ele não renuncie ao cargo. Na avaliação de seus advogados, Lula poderá obter no STF autorização para assumir a Casa Civil.
Integrantes da cúpula petistas também insistiram para que Lula comande a articulação política do Governo Dilma.
Nas conversas, Lula manifesta sua irritação lembrando que resistiu ao convite para o ministério. Colaboradores temem, porém, que Lula não tenha forças para resistir a um mandado de prisão.
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