Após uma tentativa frustrada semana passada, o Conselho de Ética da
Câmara conseguiu notificar na tarde desta segunda-feira (7) o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a respeito da continuidade do seu
processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
Começa, a partir de terça (8), a contar o prazo de 10 dias úteis para que o peemedebista apresente sua defesa formal.
Entre idas e vindas, o Conselho aprovou
na madrugada da última quinta (3) o parecer preliminar que dá
continuidade ao processo de Cunha no Conselho. Essa votação tem como
principal consequência levar o caso, independente do resultado no
colegiado, ao plenário da Casa.
Era justamente o que temia Cunha e seus aliados, uma vez que, com a imagem cada vez mais desgastada –o peemedebista foi tornado réu
pelo Supremo Tribunal Federal na última semana e recebeu vários pedidos
públicos de afastamento, inclusive de antigos aliados–, o presidente da
Casa tem menos controle sobre seus pares no plenário do que no
Conselho.
Na quinta (3), um dia após a votação, uma funcionária do Conselho esteve
no gabinete de Cunha numa primeira tentativa de notificá-lo. Contudo,
encontrou a porta do gabinete fechada. O peemedebista alegou estar em
reunião e não ter obrigação de estar à disposição do colegiado para
receber a documentação.
Essa não é a primeira vez que o Conselho tem dificuldade de notificar
Cunha. Em dezembro, quando o parecer do relator Marcos Rogério (PDT-RO)
foi aprovado pela primeira vez, o peemedebista adiou a entrega do
documento por duas vezes, alegando compromissos.
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