Vem pra rua Ainda muito reclusa em seu gabinete,
Dilma Rousseff deve sair do Palácio do Planalto para liderar uma
campanha em defesa da legalidade de seu mandato. Pesquisas mostram que a
petista precisa ir mais às ruas para, de um lado, fazer o embate
político e, de outro, mostrar que há governo funcionando por meio de
inaugurações e entrega de obras. As sondagens sinalizam que a população
reage positivamente quando Dilma faz intervenções públicas.
Desabamento A Lava Jato atinge o seu ápice com a delação de Marcelo Odebrecht. “Não restará pedra sobre pedra”, diz um general da operação.
Tudo como antes Apesar de sugerir que o impeachment,
sem base, cheira a golpe, Renan Calheiros continua fazendo, nos
bastidores, a mesma avaliação dos últimos dias: “Não tem mais jeito”.
Típico dele Quem acompanha os passos do presidente
do Senado diz que ele fez, faz e fará gestos ambíguos até o fim. Por
puro instinto de sobrevivência, não quer ser confundido nem com o
exército inimigo, nem com as tropas aliadas.
Homem ao mar Caso não consiga adiar a reunião do
diretório do PMDB de março para a segunda semana de abril, a ala
governista da sigla deve abandonar o barco de vez.
Só na banheira De um grande aliado do
vice-presidente da República: “Michel Temer está igual ao Romário. Ele
está jogando parado. Espera na área para fazer o gol”.
Reviravolta George Hilton foi avisado por Dilma que
terá de deixar o comando do Ministério do Esporte. O secretário Ricardo
Leyser deve assumir. Para manter o posto, Hilton se desfiliou do PRB,
que rompeu com o governo.
Manobra Com a demissão de Hilton, Dilma tenta
convencer pelo menos parte do PRB a voltar a apoiá-la. “Catando moedas
como estamos, qualquer fatia de qualquer partido vale muito”, explica um
palaciano.
Supersincero Dilma ouviu de um líder da base que o
governo diminuiu de tamanho após a sequência dramática dos últimos dias:
delação de Delcídio do Amaral, manifestações de 13 de março, grampos e
nomeação de Lula.
Trio O deputado Andres Sanchez (PT-SP) afirmou, em
2012, à revista “Época” que só três pessoas “mexeram” na parte
financeira do Itaquerão: ele, Lula e Emílio Odebrecht. Para a Lava jato,
a obra foi viabilizada com o pagamento de propina.
É outro rolo Nos bastidores, executivos da Odebrecht
dizem que o estádio foi uma das poucas obras que deu prejuízo. “Pode
ter sido contribuição de campanha, mas propina, não. Temos problemas,
mas não somos burros”, diz um funcionário.
Vem bomba? A alta cúpula da Caixa teme a eventual
delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente do banco. “Se ele, de fato,
cobrou de empreiteiras do Porto Maravilha, projeto fácil de defender
tecnicamente, o que não fez em outros casos?”, indaga um servidor.
Tentando saber Em dezembro, quando surgiram as
primeiras denúncias sobre Fábio Cleto, a Caixa iniciou uma investigação
interna. Cleto é apontado como aliado de Eduardo Cunha.
Lembram de mim? O Solidariedade lançará Major
Olímpio como candidato à Prefeitura de São Paulo. O deputado federal
teve seus 15 minutos de fama ao protestar contra Dilma durante a posse
de Lula — e acabar levando um tapa de uma servidora.
Perseguição Major Olimpio, aliás, tem feito campana
na entrada do hotel em que Lula se hospeda e onde também costuma ficar
quando está em Brasília. Diz que quer um cara a cara com o
ex-presidente.
Mais mudanças Além de Edson Aparecido, titular da
Casa Civil, outros três secretários de Geraldo Alckmin deixarão o posto
em breve: Jean Madeira (Esporte),
Roberto de Lucena (Turismo) e Duarte Nogueira (Logística e Transportes).
Roberto de Lucena (Turismo) e Duarte Nogueira (Logística e Transportes).
TIROTEIO
Ao nomear o ex-presidente Lula para ministro, Dilma confirma a máxima policial: todo criminoso volta ao local do crime.
DO DEPUTADO PAULINHO DA FORÇA (SD-SP), sobre a decisão de Dilma
Rousseff de nomear o antecessor, alvo da Lava Jato, como chefe da Casa
Civil.
CONTRAPONTO
Cheio de causos
Em fevereiro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) discursava durante a
posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo,
Mário Ferraz.
O tucano falava da importância da Justiça Eleitoral, que foi fundamental para acabar com o chamado “voto de cabresto”, a partir da década de 1930.
— Os coronéis locais entregavam a cédula já preenchida para o eleitor depositar na urna. Um dia, ao receber a cédula, um senhorzinho indagou: “Coronel, posso saber em quem eu vou votar?” — contou Alckmin.
E seguiu o “causo”:
— O coronel respondeu: “Isso, não! O voto é secreto.”
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