quarta-feira, 30 de março de 2016

Governo transforma evento oficial em ato contra o impeachment de Dilma

governo sitiado

No momento em que a presidente Dilma Rousseff enfrenta o momento mais difícil de seu segundo mandato, o governo federal transformou evento de entrega de moradias da terceira fase do Minha Casa Minha Vida em um palanque contra o impeachment.

Para a cerimônia realizada no salão principal do Palácio do Planalto, foram convidados representantes de movimentos sociais que costumam apoiar o governo federal, como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, MLT (Movimento de Luta pela Terra), FNL (Frente Nacional de Luta), entre outros.

Os representantes foram colocados em lugares destinados a convidados, onde entoaram gritos de guerra pró-governo federal mesmo antes do evento começar. Os presentes chamaram o juiz Sergio Moro, o vice-presidente Michel Temer e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de "golpistas" e cantaram o já tradicional "não vai ter golpe".

Como é comum em cerimônias do MCMV, foram reservadas cadeiras para autoridades, como prefeitos e governadores. Com a ausência deles, no entanto, a segurança do evento acabou preenchendo os espaços de última hora com representantes dos movimentos sociais.

Desde o agravamento da crise política, o Palácio do Planalto tem adotado estratégia de promover eventos com a presença de claques pró-governo. Na semana retrasada, evento de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil também teve gritos contrários ao impeachment, assim como cerimônia que tentou reproduzir na semana passada a "Campanha pela Legalidade", da década de 1960, anterior ao golpe de 1964.

No evento desta quarta-feira (30), a presidente anunciará a contratação de dois milhões de residências populares pelo programa habitacional. A meta é. nos próximos dois anos, investir cerca de R$ 210,6 bilhões, dos quais R$ 41,2 bilhões são do Orçamento Geral da União.

O programa foi anunciado pela própria presidente durante a campanha eleitoral de 2014 com a promessa de construção de 3 milhões de novos imóveis. Mas, por falta de recursos para subsidiar as obras e os financiamentos, o governo se viu obrigado a modificar a modificar o Minha Casa Minha Vida ainda no ano passado.
 


 

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