Nos tempos pré-denúncia e pré-contas na Suíça, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
57, chegou a ser inflado por aliados e analistas -ele próprio considerou
essa possibilidade- como um dos cotados a presidir a República a partir
de 2019. Hoje o peemedebista tem um só objetivo, que pauta suas ações,
algumas quase camicases: salvar o seu mandato e manter-se a salvo das
carceragens que hoje abrigam alvos da Operação Lava Jato.
Embora repita nas entrevistas não acompanhar as sessões do Conselho de
Ética e de agir de forma institucional na condução do pedido de
impeachment de Dilma Rousseff, o roteiro de seus atos e o relato de
aliados que fazem de seu gabinete um formigueiro humano apontam no
sentido contrário.
Cunha negociou quase à luz do dia com oposição e governo sua salvação no
Conselho de Ética apresentando como moeda de troca o impeachment, a sua
"bala de prata".
Não se preocupou nem em disfarçar muito a retaliação à decisão do PT
que, depois de muitas idas e vindas, decidiu lhe negar os votos no
Conselho. Sacou de imediato um parecer que semanas antes negara existir e
determinou a abertura do impeachment.
No Conselho, sua tropa de choque evita há quase dois meses que o
processo saia do lugar, com abertas ações protelatórias. Cunha
certamente atirou a sua bala de prata ao detonar o impeachment, mas a
derrota de Dilma na votação inicial do pedido, a paralisia do Conselho
de Ética e a destituição do ex-aliado e agora desafeto Leonardo Picciani
da liderança do PMDB mostram que essa não era e não é sua única
munição.
FOLHA
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