FAUSTO MACEDO, RICARDO BRANDT - O ESTADO DE S.PAULO
19 Outubro 2014 | 03h 02
Em delação premiada, Costa afirma que repasse para a campanha da senadora 'se comprova' na inscrição que ele próprio lançou em sua agenda pessoal, apreendida pela Polícia Federal, na qual ele anota: 'PB 0,1', uma suposta referência a Paulo Bernardo
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou na delação premiada ao Ministério Público Federal que, em 2010, o esquema de corrupção na estatal repassou R$ 1 milhão para a campanha ao Senado da petista Gleisi Hoffmann (PR). Em 2011, no início do governo da presidente Dilma Rousseff, ela se licenciou do mandato para assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil - posto que ocupou até fevereiro deste ano.
Em delação premiada, Costa afirma que repasse para a campanha da senadora 'se comprova' na inscrição que ele próprio lançou em sua agenda pessoal, apreendida pela Polícia Federal, na qual ele anota: 'PB 0,1', uma suposta referência a Paulo Bernardo
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou na delação premiada ao Ministério Público Federal que, em 2010, o esquema de corrupção na estatal repassou R$ 1 milhão para a campanha ao Senado da petista Gleisi Hoffmann (PR). Em 2011, no início do governo da presidente Dilma Rousseff, ela se licenciou do mandato para assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil - posto que ocupou até fevereiro deste ano.
O ex-diretor da Petrobrás disse
que recebeu pedido para
"ajudar na candidatura" de
Gleisi. A solicitação, afirmou o Costa e Youssef são alvo da Operação Lava Jato, deflagrada em
março pela Polícia Federal para combater o que considera uma
organização criminosa que se instalou na Petrobrás para promover
corrupção e lavagem de dinheiro.
Registro. Costa disse que o repasse de R$ 1 milhão para a campanha da senadora "se comprova" na inscrição que ele próprio lançou em sua agenda pessoal, apreendida pela PF no dia 20 de março, três dias depois da deflagração da Lava Jato.
Numa página do caderno do ex-diretor consta, entre outras, a seguinte anotação: "PB 0,1". Segundo o delator da Lava Jato, o registro significa "Paulo Bernardo, R$ 1 milhão". Importante quadro do PT, Bernardo ocupa desde 2011 o cargo de ministro das Comunicações na gestão de Dilma, candidata à reeleição.
Em espécie. Os investigadores da Lava Jato tiveram a confirmação de que a quantia de R$ 1 milhão destinada à campanha de Gleisi foi entregue em espécie, em Curitiba, para "um emissário" da campanha da senadora.
Costa já concluiu o processo de delação, após sucessivos depoimentos a um grupo de procuradores da República. Youssef decidiu seguir o mesmo caminho e ainda está fazendo declarações.
Em seu relato, o ex-diretor da Petrobrás disse que o dinheiro para a campanha de Gleisi saiu de uma cota equivalente a 1% sobre o valor de contratos superfaturados da Petrobrás.
Esse valor, afirmou Costa, era da "propina do PP", partido da base aliada ao governo Dilma que foi presidido pelo deputado José Janene (PR), morto em 2010. Janene foi líder do PP na Câmara dos Deputados e réu do mensalão federal no Supremo Tribunal Federal.
O ex-executivo da Petrobrás revelou que o PT e o PMDB eram contemplados com parcelas de valores dos contratos de diretorias da estatal. O partido do governo, segundo ele, ficava com até 3% em alguns casos.
Youssef contou em seu depoimento à Justiça Federal que Costa, apesar de cuidar do 1% destinado ao PP na diretoria de Abastecimento, "muitas vezes tinha que atender a pedidos do PMDB
e do PT".
Em uma das denúncias da Lava Jato, os procuradores da República
responsáveis pela investigação do esquema registram que, numa
planilha encontrada com os réus, constam anotações manuscritas de
seis grandes construtoras do País, todas com contratos ativos na
Petrobrás. "Doaram, juntas, R$ 35,3 milhões a partidos da base
parlamentar de apoio ao governo federal na campanha de 2010."
No mesmo documento, que tanto Youssef como Costa confirmaram conter anotações sobre as propinas, estão os registros "executivo", "nome de empresas" e "solução".
PSDB. O ex-diretor da estatal afirmou também nesta semana que o ex-presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) - morto em março deste ano -, cobrou R$ 10 milhões em 2009 para neutralizar a CPI da Petrobrás, instalada naquele ano para apurar irregularidades na companhia, incluindo as obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco , empreendimento orçado, inicialmente, em R$ 2,5 bilhões, e que já consumiu R$ 20 bilhões, segundo o Ministério Público Federal.
Costa disse que a construtora Queiroz Galvão, que detém parte do contrato da Abreu e Lima, pagou R$ 10 milhões para a campanha tucana em 2010.
Segundo ele, a Queiroz Galvão integrava "cartel" das empreiteiras que assumiram o controle de contratos bilionários da estatal
No mesmo documento, que tanto Youssef como Costa confirmaram conter anotações sobre as propinas, estão os registros "executivo", "nome de empresas" e "solução".
PSDB. O ex-diretor da estatal afirmou também nesta semana que o ex-presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) - morto em março deste ano -, cobrou R$ 10 milhões em 2009 para neutralizar a CPI da Petrobrás, instalada naquele ano para apurar irregularidades na companhia, incluindo as obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco , empreendimento orçado, inicialmente, em R$ 2,5 bilhões, e que já consumiu R$ 20 bilhões, segundo o Ministério Público Federal.
Costa disse que a construtora Queiroz Galvão, que detém parte do contrato da Abreu e Lima, pagou R$ 10 milhões para a campanha tucana em 2010.
Segundo ele, a Queiroz Galvão integrava "cartel" das empreiteiras que assumiram o controle de contratos bilionários da estatal
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