Na semana em que a Câmara dos Deputados impôs uma derrota ao
governo Dilma Rousseff sustando os efeitos do decreto presidencial dos
conselhos populares, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), se reuniu nesta quinta-feira, 30, com o ministro-chefe da
Casa Civil, Aloizio Mercadante, para tratar da pauta legislativa até o
fim do ano.
Preocupado com uma eventual "pauta bomba",
Mercadante quis saber quais projetos estarão em discussão e fez um apelo
para que os parlamentares não aprovem projetos que ponham em risco as
contas governamentais.
"A preocupação que ele revelou foi
com as questões fiscais, o que preocupa muito em votações que venham
portanto comprometer (os gastos do governo)", contou Alves. O
peemedebista se comprometeu em encaminhar uma lista com os projetos que a
Câmara pretende votar, mas já adiantou que gostaria de aprovar a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo. "Eu
disse a ele que queria deixar essa Casa com essa matéria votada",
pontuou Alves.
Outra PEC que pode ser apreciada na próxima
semana pelo plenário é a que trata do aumento de repasses do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM). "A situação dos municípios hoje é
dramática, insustentável", justificou.
Alves informou
também que pretende conversar com os líderes partidários sobre o que
colocará em votação até dezembro. Após quatro décadas no Parlamento,
Alves disse que tem compromisso com as contas públicas. "Eu não
cometeria nenhum ato de irresponsabilidade neste momento", afirmou.
Pregando
o diálogo com o governo, o presidente da Câmara deve se reunir com a
presidente Dilma Rousseff na próxima semana. "Diálogo é a palavra
mágica", defendeu.
Sobre a reforma política, Alves
manifestou o desejo de que a última proposta apresentada na Casa seja
votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o mais rápido
possível para que uma comissão especial possa aprofundar o tema com a
participação de entidades da sociedade civil. "Reforma política é um
consenso, tem que ter realmente a participação popular. Nada se pensa em
fazer sem que se tenha a participação popular, que será a última
palavra", declarou.
LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma
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