sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Aécio chama aliados para reaparição na quarta



Recolhido há cinco dias, desde que perdeu a presidência da República por uma diferença de 3,4 milhões de votos, Aécio Neves programou para a próxima quarta-feira (5) sua reentrada na cena política. Convidou partidários e aliados para um ato público num auditório nas dependências do Congresso. Presidente do PSDB federal, com quatro anos de mandato de senador pela frente, o ex-presidenciável discursará como comandante da oposição.
Nas últimas horas, os líderes do PSDB prepararam o palco, antecipando uma elevação do timbre da oposição que a legenda planeja fazer a Dilma Rousseff no seu segundo mandato. Vice na chapa de Aécio e líder da bancada tucana no Senado, Aloysio Nunes Ferreira refugou a mão estendida pela presidente reeleita. Para ele, falta a Dilma “autoridade moral para pedir diálogo.”
“Comigo, não. É um diálogo em que se estende uma mão e na outra tem um punhal para lhe cravar na barriga, lhe cravar nas costas”, disse Aloysio. “Não faço acordo, não quero ser sócio de um governo falido e nem ser cúmplice de um governo corrupto.” O senador disse ter sofrido, junto com Aécio, uma campanha sórdida do petismo na internet. “Transformaram as redes sociais num esgoto fedorento para destruir adversários.”
Líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy ecoou Aloysio, tachando de “engodo” o aceno à conciliação feito por Dilma no discurso em que celebrou a vitória no segundo turno. O deputado tucano tomou distância: “Não vamos cair nessa cilada de acreditar numa presidente que, depois de dividir o país numa campanha sórdida de ódio, agora diz que quer a união nacional.”
Afora a intoxicação dos discursos, o PSDB protocolou no TSE, na noite desta quinta-feira (30), um pedido de “auditoria especial” do resultado das eleições presidenciais. É contra esse pano de fundo que Aécio ressurgirá na semana que vem. Vitaminado pela derrota miúda, tenta conservar a condição de porta-voz da mudança desejada pelos 48,32% de eleitores que lhe deram o voto.
O problema de Aécio é que, até 2018, outros tucanos se apresentarão como intérpretes do pedaço do país que deseja converter o petismo em página virada. Metódico, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aguarda pacientemente na fila.
 UOL



LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POLÍTICA E ECONOMIA