Em um ato público no centro comercial de Alcântara, em
São Gonçalo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta
quinta-feira, que o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves (PSDB),
nunca trabalhou na vida e que é “quase uma questão de honra” dos
trabalhadores reeleger Dilma Rousseff (PT). Sem a presença da petista,
Lula afirmou que os tucanos querem um País como no Império, quando
pobres não podiam votar.
Depois de um pequeno desfile em carro aberto, Lula
voltou a explorar em discurso uma fala do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) segundo a qual o PT tem mais votos entre os
menos informados.
“O que ele retratou é aquilo que acontecia antes de
terminar o Império, que só podia votar quem tinha uma determinada
quantidade de dinheiro. Pobre não votava, índio não votava, analfabeto
não votava. É esse o País que eles querem. É por isso que eles não
investiam em educação”, disse Lula, para uma plateia de militantes e em
meio ao comércio do bairro de Alcântara.
O ex-presidente voltou a chamar Aécio de “filhinho de
papai” e a criticá-lo por ter chamado Dilma de “leviana” em um debate na
TV. Para o ex-presidente, isso é comportamento de quem nunca precisou
trabalhar.
“Esse comportamento é de quem nunca trabalhou, é de quem
nunca precisou ganhar salário. O pai dele (o ex-deputado Aécio Cunha)
era deputado por Minas, contratou ele para trabalhar no gabinete e ele
veio trabalhar no Rio de Janeiro. O que tem a ver o Rio de Janeiro?”,
disse Lula. “Essa grosseria é de filhinho de papai”, voltou a dizer,
comentando que os tucanos ficaram “ofendidos” e foram ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) para tirar do ar um vídeo em que usa a mesma
expressão.
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O
ex-presidente também voltou a criticar a revista inglesa The Economist,
que recomendou voto em Aécio, e disse que o povo não quer mais ser
“tratado como gado”.
“Não é mais a Globo que faz o nosso voto. Não são mais
os articulistas, formadores de opinião. Olhamos com os nossos olhos e
não queremos ser tratados como gado. Nós somos livres”, disse.
Nota oficial do PSDB
Em resposta às declarações do petista, a Coligação Muda Brasil, liderada pelo PSDB, enviou um comunicado à imprensa na tarde desta quinta. Na nota, afirma que o ex-presidente "distribuiu ofensas gratuitas" e "se esqueceu de seu passado" ao criticar o uso da palavra "leviana" por Aécio.
Em resposta às declarações do petista, a Coligação Muda Brasil, liderada pelo PSDB, enviou um comunicado à imprensa na tarde desta quinta. Na nota, afirma que o ex-presidente "distribuiu ofensas gratuitas" e "se esqueceu de seu passado" ao criticar o uso da palavra "leviana" por Aécio.
Confira a íntegra abaixo:
As ofensas do ex-presidente Lula mostram seu
absoluto descolamento da realidade. Além de distribuir ofensas
gratuitas, o ex-presidente oportunamente esquece seu próprio passado e o
de sua candidata.
Em 2006, durante debate promovido pela Rede
Bandeirantes, Lula chamou o então candidato Geraldo Alckmin de leviano
repetidas vezes. A palavra "leviana", que parece tanto chocar o
ex-presidente, também foi utilizada por Dilma no primeiro turno contra a
então candidata Marina Silva, durante entrevista coletiva.
Cada vez mais, Lula mostra que sua sede de poder não encontra limites, nem nas profundezas de sua memória.
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